sábado, 24 de novembro de 2007

A pendenga educacional


Acompanhei pelo jornal a questão da “espionagem” na reunião dos professores da FETEMS. Citaram a KGB, foi um tal de totalitarismo pra lá, atitudes despóticas pra cá. O mais divertido foi que o próprio governador mostrou o documento produzido pelos “espiões”, ou seja, ele que anunciou sua “espionagem”!

Bom, a KGB torturava e executava suas vítimas, acho que aqui não cabe esta comparação, ainda bem! Quanto a dizer que foi despótico também não entendi o motivo, afinal mesmo gerando algum mal-estar ou constrangimento, não houve nada que ferisse a lei ou houvesse coação (isto sim consideraria-se como atitude despótica) por parte do governador.

Este constrangimento gerado talvez possa ser a única razão para a pendenga. No mais o episódio só lança uma cortina de fumaça que obscurece o cerne da questão que é a proposta do governo estadual em se tornar obrigatório a realização de exames para o cargo de diretor escolar. Acho a proposta interessante e o planejamento para realização de protestos sem o devido debate apenas faz transparecer que a FETEMS não age de maneira técnica, mas sim política e pior, quiçá, partidária.

Guardadas as devidas proporções, já que citaram tantos fatos e vultos históricos, também vou lembrar de alguns. Ronald Reagan foi posto a prova logo no primeiro ano de mandato. Os controladores de vôo dos EUA queriam um grande aumento de salário, embora já ganhassem bem. Reagan ficou sabendo dos seus “espiões” que os controladores planejavam uma greve que levaria o país a um caos aéreo e tomou providências. Ante a negativa dos funcionários em aceitar o aumento proposto pelo governo (nada desprezível, diga-se de passagem) e quando os mesmos entraram em greve, Reagan acionou os controladores substitutos que haviam sido treinados em segredo no caso de necessidade. Os grevistas foram demitidos e não houve caos aéreo.

Margaret Tatcher também teve grandes conflitos com o sistema sindical da Inglaterra. Suas medidas, apesar de duras e impopulares, lhe conferindo a alcunha de “a dama de ferro”, com o tempo se mostraram corretas e salutares.

Atualmente, Nicholas Sarkozy também vem passando por disputas com os sindicatos franceses. Ele que com seu ímpeto em muito me lembra o nosso governador André Puccinelli, recebeu a missão de reformar o Estado francês, gigante e asfixiante, que se de um lado garante grandes regalias para quem está “dentro do sistema”, de outro impede o crescimento econômico e a geração de empregos, com impostos pesadíssimos para o setor produtivo e o desemprego chegando na casa dos 20% para a população jovem.

E já que falei em tantas personalidades que remetem a um modelo político-econômico de livre-iniciativa e trabalho, deixo mais uma dica para o governador ser justamente lembrado junto a estes. Governador, diminua os impostos. A sociedade agradece.



Nota: colocarei os links da noticia em breve, para quem não é do MS ou não sabe da história se interar do fato

A Volta do Idiota




Onze anos após o lançamento do "Manual do Perfeito Idiota Latino-americano" (que deveria ser adotado nas universidades para contrabalancear as idéias) , Plinio Apuleyo Mendoza, Alvaro Vargas Llosa e Carlos Alberto Montaner lançam "A Volta do Idiota", uma análise do cenário geopolítico da América Latina de hoje, em especial com a presença de governantes de esquerda.

O lançamento da versão em português é nessa segunda-feira, dia 26. O livro pode ser pedido pelo site da editora Saraiva ou encontrado nas boas livrarias. Como nunca comprei pela net acho que vou encomendar por alguma livraria da cidade. Aos que se interessarem, uma boa leitura!

Link do pedido (tb nao tô ganhando porcentagem não):http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/produto.dll/detalhe?pro_id=1994535&ID=C91DB49C7D70B100A15030674

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Novo link, depoimento surpreendente e ao mesmo tempo não




"Vocês acreditam que eu estudei História na UFRJ durante 5 anos sem jamais ter ouvido um professor mencionar o nome de Friedrich Hayek? Nem eu. É inacreditável mesmo. Aliás, também passaram em brancas nuvens Mises, Voegelin, Arendt, Paul Johnson, Popper, Jean-François Revel, Bohn-Bawerk, Milton Friedman... Pior ainda, eu não me lembro de ter ouvido falar de Edmund Burke, John Stuart Mill, Wilhelm von Humboldt, Bastiat ou Benjamin Constant (o francês, pois o positivista brasileiro era mencionado com freqüência). Adam Smith e David Ricardo eram citados en passant, como figurantes na história econômica anterior à chegada do Profeta (você imagina quem seja, não é?).

E eu freqüentava as aulas com relativa assiduidade e era excelente aluno, possivelmente o melhor de meu ano (o que não era nenhuma vantagem, pois eu fiz faculdade à noite com colegas que tinham extrema dificuldade em escrever um texto com três parágrafos que fizesse algum sentido). Portanto, eu não deixei de "descobrir" parte dos autores acima por ter vagabundeado durante a faculdade.

Eu sequer estou exigindo aulas inteiras sobre os autores acima (embora qualquer faculdade decente devesse incluí-las na ementa de certas disciplinas). Mas, cacete, ao menos não deixem os alunos sairem da faculdade ignorando a existência de alguns dos pensadores mais importantes dos séculos XIX e XX!

Por essas e outras que eu até hoje não me animei a entregar a monografia de fim de curso.
Para que serve o diploma de faculdades de História desse tipo? É melhor ler os blogues listados aí ao lado. Afinal de contas, foi neles que eu li pela primeira vez o nome de vários dos escritores e pensadores mais importantes que já passaram pela face da Terra."

Pois é, não é a toa que os professores da área só sabem falar mal do capitalismo e nem sabem o porquê do fracasso do comuno-socialismo. Acho que nem social-democracia eles sabem direito o que é. Já há muito tempo está indicado onde fica o ovo da serpente.
E notem a frase que grifei. Foi na Internet, através dos blogs que ele conseguiu acesso as informações que não os velhos clichês esquerdistas. Antes tarde do que nunca, o mesmo se deu comigo.
Ah!, o depoimento é do Nemerson Lavoura, do blog Resistência. Linkado e recomendado.

sábado, 17 de novembro de 2007

Para não dizer que não falei das flores


Para não ser mal compreendido, como americanófilo, reacionário, etc:

- 8 anos sem aumento de salário para os funcionários públicos federais foi dose. Por isso que uma parte do funcionalismo vota no capeta mas não no PSDB

- Deveriam ter sido convocadas eleições no Brasil já em 65 ou 70. JK ou Lacerda ganhariam, nenhum era comuna ou populista. Os malucos comunas poderiam ter sido combatidos sob o regime democrático.

- Os americanos não estão sempre certos. Os irmão Wright não são os pais a aviação, Santos Dumont é.

- O serviço público é necessário.

- ...tem mais?Não lembro.

Reaça!


Oba, finalmente alguém me chamou assim. Se não posso ser chamado de revolucionário de direita, acho que nem mereço esse epíteto por enquanto mesmo, pelo menos já me satisfaço com "reaça".

Explico. Disse ao meu amigo Kishô que o Correio andou publicando uns artigos meus, e para fazer graça falei para ele que todos eram "piores" que o texto que ele leu "Hercules 56..." que não foi aprovado para publicação no Estado do MS (poderiam ao menos ter falado para enxugar o artigo). Sem titubear ele falou que eu era o maior reaça. Lógico!

Defender de certa forma a ditadura é coisa inominável até tempos atrás, pelo menos para mim era. Eu que sempre tive ojeriza ao regime militar e aos milicos não pensava que um dia poderia fazer algum tipo de texto assim. E nem defendi, apenas questionei a razão um pouco mais e dei os motivos do regime. Sigo pensando que deveriam ter sido convocadas eleições em 65 ou 70, a despeito dos movimenos comunas que tínhamos no país.

O Kishô que é leitor da Caros Amigos agora tá enrolado, tem que aguentar o caro amigo aqui para contrabalancear as idéias.

A tempo.O Kishô é o cara que foi responsável pelo maior momento de resposta de um aluno à um professor em sala de aula que presenciei. Segue o diálogo em sala, do professor de Antropologia e ele.

Professor:
-Pois é Luciano, você e sua turminha são responsávei pelo desvio de atenção da turma nas aulas. Esta opinião é unanimidade entre os professores.

Kishô:
- Mas como diria Nelson Rodrigues professor: Toda unanimidade é burra!

PUTZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ!!!O professor se calou e seguiu a aula.

Nós que fomos educados por idéias neo-marxistas sabemos que a unanimidade de pensamento está no que chamam de esquerda. Nelson Rodrigues, um dos maiores cronistas esportivos do Brasil, proferiu uma frase feliz, ainda mais nos tempos que vivia. O tempo demonstrou que ele estava correto.

Também foi o exemplo de Roberto Campos que disse: "Eu estava certo quando tinha todos contra mim."

Hoje vendo o caminho que o mundo trilhou sabemos que a pobreza anda junto com o que os "progressistas e revolucionários" queriam e a prosperidade com o que os "reaças" ou "entreguistas" apregoavam. Na acepção da palavra, hoje, reacionária é o que chamam de esquerda.

Lembrando o velhinho da foto deixo um texto de Nelson Rodrigues que é um sarro e ilustra também esta passagem minha com o Kishô:

"O poeta vira-se para mim e faz-me esta acusação horrenda:- “Você é um reaça!”

Tremo em cima dos sapatos. Ele insiste:-“Você acusa as esquerdas com argumentos da direita!” [...]

E, de fato, tempos atrás, eu me encontrei com o doce radical num terreno baldio. Era meia noite, hora que, segundo Machado de Assis, apavora. O sino da matriz dá as doze badaladas [...], uma coruja rosna.

E, então, cochicho para o doce radical:-“Callado, vou contar-te uma que eu só diria ao médium, depois de morto. Você jura que não me trai?”

O romancista estende a mão sobre uma Bíblia invisível:- “Juro!”

Com um sorriso terrível, declarei:- “Eu sou a encarnação abominável da direita!”

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Produtor rural, aquele crápula


Assisti pela Internet um programa no qual um professor do Paraná criticava uma campanha publicitária da FAEP, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná, na qual veicularam a seguinte frase : “Se você se alimentou hoje, agradeça a um produtor rural”. A justificativa do professor era de que os produtores não produziam simplesmente para matar a fome de ninguém, mas sim para poder prover a si mesmos com o lucro gerado por um produto, no caso qualquer alimento ou produto agrícola por eles comercializados.

O professor em tese está certo, e por ser professor de História Econômica tenho certeza que se baseou em Adam Smith, que disse a célebre frase “Não é da benevolência do açougueiro ou do padeiro que esperamos o nosso jantar, mas da consideração que eles têm pelos próprios interesses”. Corretíssimo.

Embora eu considere a produção de alimentos uma atividade nobre em si, ela é uma atividade capitalista que precisa ser economicamente viável para prosperar. Contanto o mesmo professor há de convir que no Brasil a inversão de valores e a deturpação de conceitos chegaram a tal ponto que a campanha da FAEP se justifica e muito. Digo isso pelo fato do produtor rural ser visto por uma parcela da sociedade de uma maneira que já não faz parte da época em que vivemos.

Já há algum tempo certos “formadores de opinião” querem infligir uma pecha aos produtores rurais que consiste mais ou menos no seguinte: Não importa o tamanho da sua propriedade rural, se foi fruto de herança ou se foi comprada, não importa o que você produza, você é um latifundiário. Sim, e se você não é um latifundiário explorador da mão de obra alheia, você é um devastador da Natureza. E se você não é devastador da Natureza provavelmente você será um latifundiário improdutivo.

Tais idéias beócias devem-se a inúmeras falácias que foram sendo repetidas e “colando” numa parte do senso comum. Não vou elencá-las agora para não me alongar, talvez fosse o caso de outro texto. Dessa forma analisarei apenas o pensamento deturpado que citei no parágrafo anterior.

Primeiro, o conceito de latifúndio degenerou-se (em definição seria área superior a 600 módulos rurais, em geral superando 10 mil hectares conforme a região). Existem pequenas, médias e grandes propriedades. A tendência que se observa é a da terra ser naturalmente dividida entre os herdeiros, tornando as fazendas menores com o tempo. Para pequeno efeito de comparação saliento que o Brasil possui uma área média de propriedade rural menor que a dos EUA e da Austrália.

Mas e uma grande propriedade, qual o problema com ela? Então consideraremos uma montadora de automóveis como um latifúndio automotivo, uma grande rede de lojas populares um latifúndio comercial, uma grande rede de varejo sendo um latifúndio varejista, e por aí vai. E teremos desapreço pelos seus proprietários por serem “latifundiários” mesmo que não-rurais?

Outra coisa, se dissermos que uma propriedade é improdutiva, do que seus donos vivem? Qual a vantagem em se possuir uma propriedade e não usufruir economicamente dela? Será que o tal proprietário não gosta de dinheiro? O próprio presidente do Incra admitiu recentemente que não existem mais propriedades improdutivas no Centro-Sul do Brasil. E reitero, já não existem mais esses tais latifúndios improdutivos há muito tempo mesmo.

Quanto à pecha de explorador considero pior ainda. O assalariado rural médio não recebe muito, é verdade. Sua remuneração fica em torno de 1 a 2,5 salários mínimos. Mas se alguém tem algum emprego melhor para uma pessoa de baixa escolaridade, em geral analfabeta ou no máximo com primeiro grau completo e num local onde ela vai ter moradia sem pagar aluguel, tem leite (não adulterado!) de graça, luz, água encanada e carne subsidiadas (quando não são de graça também) e a possibilidade de se alimentar com frutas e verduras que cultivar, então fique a vontade para ir às fazendas e tentar tirar de lá os funcionários do campo. Vale a pena lembrar que o salário mínimo rural é há muitos anos aproximadamente 10% superior ao mínimo da cidade.

Na parte ambiental é inegável que houveram danos ao meio ambiente, principalmente pela falta de conhecimento, em especial no manejo de solo e da pastagem, ao adentrarmos o Cerrado para nele produzirmos. Porém considero o panorama mais estável hoje, mas sem dúvida não podemos deixar de atentar para a questão ambiental.

Abro um parêntese nesse ponto para comentar uma situação kafkaniana ocorrida este ano. O Incra desapropriou uma fazenda em Selvíria - MS por excesso de reserva legal! Isso mesmo, a proprietária querendo cumprir mais do que a lei ambiental pedia, deixando mais de 20% da sua área com vegetação intocada teve a fazenda considerada improdutiva e posta em processo de desapropriação. O mais interessante é que quem acompanha o meio rural sabe que na atualidade boa parte das agressões ao meio ambiente são produzidas pela ocupação humana proveniente dos assentamentos rurais.

Ao escrever este texto não tive a intenção enaltecer o produtor rural. Como produtor e técnico também tenho críticas à área da qual faço parte, mas quis fazer justiça e elucidar o porquê de certas coisas. Falácias são perigosas, ainda mais quando tendem a jogar a opinião pública contra um setor que além de produzir alimentos e demais produtos que geram empregos e alavancam o desenvolvimento é responsável por mais de 30% do PIB nacional.

Sei também que muitos não possuem a tal visão deturpada de que falei. Aliás, uns ainda consideram o produtor como uma pessoa de alto poder aquisitivo, “rica”, embora no triênio 2004-2006 tenhamos passado por uma grande crise sendo descapitalizados ou contraindo dívidas, e muitos simplesmente se mantiveram na atividade por não viverem exclusivamente dela.

Realmente, há pessoas que acham que os produtores rurais são privilegiados, talvez até mesmo o referido professor considere isso. Esquece ele que como funcionário público o que dá condições de sustentar seu salário são os impostos frutos da economia do Estado, em muito baseada no agronegócio. Será que a FAEP vai ter que fazer uma campanha publicitária para lembrá-lo disso também?

domingo, 11 de novembro de 2007

"...but I'm not the only one..."


Pelo blog do Reinaldo Azevedo tomei conhecimento que a Folha de São Paulo publicou matéria sobre a blogosfera, mais precisamente sobre a divergência de opiniões que polarizam o debate entre "direita x esquerda" ou vice-versa.

Pois é, quem ler meus três primeiros textos do blog (Agosto) vai ver que o maior motivo de fazê-lo foi de comentar a minha surpresa pelo fato de ainda existirem idéias anacrônicas que alimentam este debate. E eu entrei no debate. De sola. E digo, não de passagem, que quem alimenta mesmo este debate demodé são os fanfarrões esquerdistas com seus velhos clichês.

Há motivos para isso acontecer. Ignorância é uma delas com certeza. Eu mesmo não conhecia bem as bases econômicas e a lógica e dinâmica capitalista.Agora, não saber as implicações da queda do Muro de Berlim e continuar falando asneiras sobre os malefícios do capitalismo é dose. Mas há outros motivos. A ditadura militar é uma delas. Área de Humanas com professores, jornalistas e advogados contaminados pela doutrina esquerdista (marxismo camuflado) é outra. Miséria de parte da população também é, assim como as falsas causalidades apontadas para isso.

Enfim, poderia discorrer muito sobre a questão. Até quanto a associação com pessoas corruptas e fisiologistas empechadas com a alcunha da direita pelos "esquerdistas". FHC disse que não há uma direita no Brasil. Politicamente talvez não haja mesmo, assim como a esquerda na prática foi apenas um esbirro populista, estatista e de aumento de impostos.

Partidos políticos são siglas. Ideologia é diferente. Pelo menos está se discutindo, com amadurecimento ou não. Há um texto, uma entrevista precisamente, no site Millenium que fala sobre isso. Não se discute mais "Direita e Esquerda", isso é coisa de país atrasado, tipo o Brasil mesmo. Há um debate entre Liberal Democracia e Social Democracia e o limite da intervenção do Estado na Economia e na vida das pessoas. Vence quem tem mais competência administrativa. E só.

Não se dicute legitimidade da propriedade privada, economia de mercado, guerrinha invejosa entre classes sociais, etc. Esta última deve residir na maneira com a qual a pessoa auferiu sua posição. Se de maneira honesta ou por meios ilícitos. E só, nada mais. O resto é apenas xorumela das viúvas do Muro de Berlim ou oportunistas safados com discurso demagógico.

Deixo uma magnífica frase do texto do RA, assim como o link:

O Muro de Berlim já caiu faz tempo. E caiu sobre a cabeça das esquerdas. Mas, nos jornais, tem-se ainda a impressão de que foi o contrário.

ps: quem não quiser "entrar"neste debate até que é bom mesmo; o mais correto a se fazer é cada um cuidar o melhor possível da sua própria vida e da sua família

Parem as máquinas!!!!!


Talvez esta seja a notícia mais importante veiculada por este blog. O anime Dragon Ball Z será filmado em película!!!!! Isso mesmo a saga de Goku irá para a tela grande.

Que foi? Estão acostumados só com as notícias políticas e ideológicas? Mas é que Dragon Ball (principalmente o Z), South Park e Simpsons, merecem espaço em qualquer mídia.

Não fiz a resenha de Tropa de Elite, provavelmente não farei da série Dragon Ball. Aliás se for algo bem resumido até que faço sim. E, pasmem, eu tenho uma visão geopolítica e filosófica do desenho sim, e não é qualquer coisa não!Mas, por enquanto só fico na notícia que está nesse link.


Espero que não seja o micão que foi "Dragon Ball - O filme" que parece ter sido feito na coxa só pra faturar uns trocados. E isso que o filme foi em anime também. Imagem e som ruim, dublagem errada, putz. O Kishô que o diga.

Esperança nesse então. Quem serão os atores? Hummmm, muito difícil tranferir a empatia de Goku e cia para a vida real. Veremos.

Por enquanto todos juntos:

Ka....meee....ha....meeee...HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Leite derramado


Por: Xico Graziano


Há males que vêm para bem. O recente escândalo da adulteração do leite vai ajudar na modificação do antigo sistema de defesa agropecuária do país. O Brasil merece trabalho melhor.

O modelo atual é sabidamente ineficiente. Vem desde 1934 sua conformação, com as primeiras instruções para a inspeção de carnes, leite e seus derivados. Em 1950 surge a lei básica do sistema, obrigando à inspeção sanitária o processamento alimentar. Nasce o SIF, Sistema de Inspeção Federal.

A base do sistema é a chamada inspeção permanente, aquela exercida por médico veterinário oficial, cujo escritório funciona dentro dos laticínios e frigoríficos. O pressuposto é que, com a presença física, ali, no pátio da agroindústria, o profissional verifica, ao vivo, todo o processo. Exerce assim, diretamente, seu poder de polícia sanitária.

No começo, funcionou bem. Poucas eram as empresas, muitos os fiscais sanitários. Vivia-se a época do Estado-patrão. Precários os métodos de controle, difícil a comunicação, afinal nem fax havia, somente os olhos do veterinário resolviam a parada. Bons anos.

Quanto mais se fortalecia o setor agroindustrial, porém, ganhando escala para atender à urbanização brasileira, a defesa agropecuária encolhia sua eficiência. As empresas, e o mercado, cresciam em tamanho e complexidade. A fiscalização tradicional, aquela do mano-a-mano, não dava mais conta do recado. Nem inchando a máquina estatal.

Problema semelhante inquietara muitos países. A saída exigiu mudança do paradigma sanitário. Ao invés de fiscalizar diretamente, na ponta do consumo, dentro da empresa, a legislação repassou aos próprios empresários a tarefa do controle sanitário. E sacramentou ao governo a função de supervisores, através de auditorias aleatórias.

Riscos sanitários em toda a cadeia produtiva, e não apenas na ponta final, passaram a ser investigados. Essa migração configurou novo método de trabalho, intitulado APPCC, Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle. Coube às empresas adotar o novo sistema. E os governos garantem sua credibilidade.

No Brasil, o corporativismo jamais permitiu tal modernização. Os técnicos preferem manter seu “poder de polícia”, a repartir com a iniciativa privada a responsabilidade pela qualidade dos alimentos processados. O discurso atrasado é forte: supondo-se impolutos e onipresentes, argumentam que as parcerias privadas significam uma subversão à estrutura natural do Estado. Parece coisa getulina.

Já surgiu, no governo de FHC, proposta para criar uma Agência de Defesa Sanitária no país. Não vingou. Continua, com alguns aperfeiçoamentos, dominando o paradigma antigo. Resultado: o sistema acabou precário, por culpa não propriamente dos veterinários, mas devido ao modelo ultrapassado de fiscalização.

A política de empurrar a sujeira para debaixo do tapete engana há tempos. Entra e sai Ministro da Agricultura, sem que a poderosa corporação sanitária seja enfrentada. Na gestão do Roberto Rodrigues, desgraçadamente, ressurgiu a febre aftosa, afetando o Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. Percebeu-se, claramente, que o sistema de defesa agropecuária do país estava em frangalhos.

Agora, rolou o leite derramado. Uma vergonha pública. A fraude dos laticínios prova, definitivamente, que o velho sistema está falido. Virou um faz-de-conta. A isenção na fiscalização, imaginado a partir da presença fixa do profissional dentro da empresa, também suscita dúvidas. Afinal, a fraqueza humana não escolhe lugar.

O assunto lembra, na década de 1970, as auditorias da SUDAM, Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia. Projetos de pecuária bovina, espalhados na selva, somente permitiam acesso via aérea. E os fiscais do governo, a pé, pegavam carona no avião dos empresários para verificar o correto uso do dinheiro público. Os laudos eram, obviamente, favoráveis. Nunca viram a dinheirama desviada.

O tema da fiscalização sanitária é tabu no Brasil. Falta coragem para colocar o dedo na ferida. Tudo se abafa em nome do interesse nacional. Ocorre que, nessa época de árduas negociações internacionais, reconhecer as fraquezas internas pode significar “um tiro no pé”. Causa tremedeira por aqui as investigações das missões estrangeiras. Seus duros relatórios fomentam a guerra comercial, entremeada com questões sanitárias, como procedem os malandros irlandeses.

A pecuária leiteira cumpre uma agenda positiva, discutida há dez anos, finalmente estabelecida na Instrução Normativa 51, de 2002. Esta impõe melhorias na cadeia produtiva, desde a ordenha até o resfriamento, agora obrigatório. O bucólico, e mal asseado, latão-de-leite na beira da estrada teve seus dias contados. Ainda bem.

Essa evolução tecnológica abriu as portas do mercado internacional. De grande importador – em 1998 foram cerca de US$ 500 milhões - o Brasil começou a exportar leite e derivados. Em 2006 arrecadou US$ 140 milhões em divisas. Esse bom trabalho levou uma bordoada dos picaretas da soda cáustica.

O SIF está numa encruzilhada. Precisa vencer seu corporativismo e se abrir para as novas tecnologias de controle sanitário. Nesse processo, os serviços estaduais de defesa sanitária, sempre desprezados por Brasília, merecem apoio. E os empresários do setor que arquem com sua responsabilidade. Lição-de-casa, para todos, a cumprir.Na sanidade animal, antes tarde que nunca, chegou a hora da verdade.


Artigo Publicado dia 06/11/2007 pelos Jornais O Estado de S. Paulo e O Tempo, de MG.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Dica de sites

Por isso que o Lulla vai tentar o terceiro mandato. Aliás notaram que o "4" pintado de vermelho na logo da copa Brasil 2014 também pode sugerir um quarto mandato lullista?








Ai, ai, ai, teorias conspiratórias pra que te quero. Fui!

Ops, não fui não, olhem o link de onde tirei as últimas charges e abaixo vai o blog onde as vi pela primeira vez. É do Aluisio de Floripa, muito comédia o cara: "Fogo nos botocudos!!!" . Quiá, quiá quiá.

http://www.sponholz.arq.br//index.html


http://oquepensaaluizio.zip.net/


Pensamento do dia:

"Não sou contra as viagens internacionais do Lula. Sou contra ele voltar delas." Sandra Eks

sábado, 3 de novembro de 2007

Campanha do leite


Ha, ha, ha. Essa charge acima é em homenagem aos meus colegas que trabalham na vigilância sanitária. Em especial ao Fabricio, o novo Lineu da vet 2000, he, he.

Aê moçada, como dizem os dois humoristas que passam nos intervalos comerciais da TV Morena:

"Fica esperto."
"Tô ligado!"

Guto, olha a ética profissional. Ok, ok.
* tecla SAP :
SIF = Serviço de Inspeção Federal



quinta-feira, 1 de novembro de 2007

O blog está nú!!!


Caramba, quando eu pensava que o Correio não publicaria meu último artigo e já estava até pensando em fazer algumas modificaçõezinhas nele e reenviá-lo, eis que vejo que publicaram ontem o "A Democracia e as Instituições" (eu estava fora da cidade):


E o que é melhor ou pior não sei: foi publicado o endereço do blog.

Estava em dúvida quanto a isso, perguntei por e-mail pro pessoal do Correio se seria conveniente ou não divulgá-lo. Bom, agora já saiu. Até agora não houve nenhum comentário proveniente de lá. Que seja, sei que sou lido mais pelos amigos mesmo. Espero que ninguém sinta-se ofendido com algumas coisas daqui.

Meus agradecimentos ao Correio do Estado na pessoa do sr. Neri Kaspary pela possibilidade de eu poder externar minhas humildes opiniões.