sábado, 26 de julho de 2008

Esclarecendo

Até agora nenhum jornal publicou o artigo do último post. Talvez nem publiquem, por medo, por não ser politicamente correto ou sei lá por quê.

De qualquer forma só esclareço que não sou contra algum tipo de estudo caso haja de fato, e vejam bem, de fato, litígio sobre a área. Ou seja, se era uma área que era legalmente indígena e foi sendo tomada de maneira incorreta e sem o aval legal.

Mas, convenhamos, acho muito difícil ser este o caso de 99% das áreas em que os tais antropólogos vêm fazer o estudo. São municípios de terras altamente valorizadas e que os donos já estão sobre as áreas há muito tempo e, creio, de maneira legal e legítima.

Não lembro bem quantos municípios, nem o tamanho da área a ser vistoriada, mas é uma batelada. Olha, me cheira é um oportunismo daqueles nisso tudo.

Nem vou escrever sobre o que penso, que conseqüências algum estudo aloprado poderia ter sobre a região. Violência, aparecimento de índio de tudo que é cor, entre outras coisas; deixo pra imaginação e bom senso de cada um.

Tenho um texto chamado "Índios: morte anunciada.", que exponho algumas idéias sobre a questão indígena.

Quem teve aula de Antropologia sabe que eles são pautados pelo relativismo cultural, que peca ao ser exagerado e acaba querendo manter os índios como "bibelôs" da civilização. Às vezes me pergunto se os antropólogos e afins, não usam computador e sim máquina de escrever em nome da sua própria preservação cultural.

Aqui vai um desenho escrachado e divertido, mas por incrível que pareça, bem ilustrativo.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Demarcando a discórdia


Fiquei sabendo que alguns antropólogos têm o intuito de fazer pesquisas para demarcação de terras indígenas no estado do Mato Grosso do Sul. Poderiam antes dar uma passada em Ipanema e Copacabana, pois as duas também eram áreas indígenas, como os próprios nomes atestam. Aliás, cuidado com isso, senão os franceses que foram expulsos do Rio de Janeiro por Mem de Sá, que faleceu em decorrência de uma flechada, também poderão reivindicar a orla carioca.

A colonização do que é hoje o Mato Grosso do Sul foi estimulada pelo governo do Brasil, após a guerra do Paraguai, a fim de garantir a soberania nacional. O que eram estas terras, em especial as do sul do estado, antes da guerra? Segundo consta, era uma área devoluta, pouco habitada, onde haviam índios, brasileiros e paraguaios.

Quem disse a frase: “Sei que morro, mas o meu sangue e o sangue de meus companheiros servirão de protesto solene contra a invasão do solo de minha pátria.”, foi o tenente Antônio João, em Dourados, antes de ir para o confronto fatal contra o exército de Solano López . Temos aí um ponto: quem lutou e garantiu a posse dessa área, foi o Estado brasileiro, pois penso que os indígenas dificilmente teriam condições de enfrentar as tropas paraguaias.

Justiça seja feita, os guaicurus lutaram ao lado dos brasileiros na guerra do Paraguai. Mas não podemos dizer que foi graças a eles que se obteve a vitória. Observamos, portanto, que se não fosse o esforço do exército brasileiro, estas terras pelas quais se pleiteia a demarcação indígena, não seriam indígenas e nem brasileiras, seriam paraguaias.

E não nos envergonhemos por esta guerra, afinal quem fez a ofensiva foi Solano López. Seria o mesmo que se compadecer de Hitler, já que a Alemanha saiu arrasada do confronto, mas sem citar que foi o Führer que começou a invasão aos países vizinhos. Hoje, felizmente, o Paraguai é um país irmão.

Temos então atualmente naquela área: legítimos herdeiros dos produtores rurais que vieram garantir a soberania nacional em terra inóspita a mais de 100 anos atrás, e que geralmente são vilipendiados por alguns formadores de opinião; e proprietários rurais posteriores (estes em maior número) que adquiriram as terras de boa-fé e em conformidade com a lei do Brasil.

Tanto uns como outros tem o seu valor. Tanto os pioneiros que enfrentaram as precárias condições iniciais, quanto os que vieram depois, em especial os do sul do país, trazendo progresso e produtividade. Não obstante o fato de termos dezenas de aldeias no estado, com a posse da terra reconhecida e respeitada.

Pergunto então: como pode se questionar a legitimidade das áreas se foi o próprio governo que estimulou e atestou a colonização desta terra pelos brasileiros, em conformidade às leis e por interesse nacional?

Então os títulos de propriedade nos cartórios não valem nada e, em último caso, a lei do Usucapião, que prevê:

Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.

Quantos anos, ou melhor, décadas se passaram da posse dessas terras para que agora a FUNAI, ou sei lá quem, venha questionar a legitimidade de propriedade das mesmas?

Para os que vierem a se escandalizar com minhas palavras, achando que sou insensível perante os indígenas, sugiro que vão à aldeia Panambizinho em Dourados, área na qual poucos anos atrás foram desalojados colonos da época de Getúlio Vargas, para fundação de uma aldeia. Resultado: terra produtiva tornou-se quase ociosa do ponto de vista agronômico e os índios continuam pobres.

Numa situação mundial de crises de alimentos é uma falta de bom senso ir contra produtores, em especial os da região sul, devidamente reconhecidos pela eficiência e tecnologia.

Tornou-se moda dizer que as áreas indígenas são insuficientes, como se a solução fosse ampliá-las eternamente, mas isto é incorreto. Atualmente, elas ocupam 107 milhões de hectares, mais do que toda a área de lavouras temporárias, permanentes e de florestas plantadas do país.
Embora no sul do estado os indígenas estejam muito adensados, em Porto Murtinho a reserva Kadiwéu possui 538 mil hectares (área maior do que muitos municípios possuem), onde vivem cerca de 1.500 pessoas.
Se me permitem um comentário um tanto polêmico, faço a seguinte divagação: Os índios não eram nômades? Então que se realoquem nas atuais e extensas reservas já demarcadas no país.

Há outros pontos nesta questão da demarcação de terras, espero que as lideranças saibam levantar os argumentos corretos contra este equívoco, fruto da demagogia política da constituição de 1988, aquela que muito propriamente Roberto Campos chamou de “constituição besteirol”.

Trabalho e cidadania são o que podem melhorar a situação dos indígenas e não medidas descabidas como essa que podem gerar animosidade, conflitos e margem para o mais diverso tipo de oportunismo.
Publicado por:
Correio do Estado, 30/07/08; Diego Casagrande e Correia da Costa

sábado, 12 de julho de 2008

Estreiando vídeos

Eeee, viva a Internet. Após o último texto fiquei curioso de (re) escutar as bandas que citei. Achei tudo no youtube, olhem elas aí. Comento separadamente.

1 - Sex Pistols : Anarchy in UK (Anarquia no Reino Unido)
Uia, quanto doido. É impressão minha ou Johnny Rotten canta forçando um sotaque alemão? Porque isso? Gostaria de saber. E tem uma mulher muito esquisita no clipe.

2 - Garotos Podres: Papai Noel Velho Batuta
Ao vivo no programa Altas Horas, acho que assusta menos para os que não conhecem a banda. O vocalista tá gordinho hein? Também tem mais de 20 anos que lançaram o primeiro disco, acho que foi por volta de 1984. O correto seria "Papai Noel Filho da Puta", mas para passar pela censura da época mudaram para "velho batuta". Tem mais clipes deles no youtube, uma barulheira danada.

3 - Ramones: Pet Sematary
Só pra constar os Ramones. Esta música foi feita pro filme "Cemitério maldito" e virou um grande hit. Ela é um pouco mais pop do que as habituais do grupo. Os Ramones fizeram um estilo próprio, classificado como "punk rock". Uma das bandas que mais escutei.








quarta-feira, 9 de julho de 2008

Capitalismo e contracultura


Um dos movimentos de contracultura que mais me afeiçoei foi o movimento punk, que teve sua gênese nos anos 70. O som dos americanos Stooges, MC5 e, principalmente, Ramones, lançaram as bases do que seria mais tarde esculpido e transformado numa estética completa na Inglaterra, a partir de bandas como Sex Pistols e The Clash.

Não foi à toa que o ambiente de propagação tenha sido lá. O país estava numa crise econômica e social, o desemprego tinha altos níveis, principalmente entre os jovens. Os proletários suburbanos não tinham perspectivas de dias melhores. Eram os excluídos do Welfare State, que finalmente tinha se mostrado uma armadilha de longo prazo.

“Do it yourself!”, ou “Faça você mesmo!”, era o lema do movimento. Ou seja, não espere por ninguém, principalmente em se tratando de governo ou Estado. A atitude valia mais que a formação técnica para qualquer coisa. Por isso mesmo as canções não possuíam mais do que três acordes. Era um som básico.

O movimento teve uma ideologia anarquista. Curiosamente no Brasil, o punk, pela sua crítica contra o sistema - que sempre é remetido como capitalista, independente dos nuances - flertou com o socialismo, principalmente pela banda Garotos Podres. Embora “Anarquia, Oi!” seja um grande hit da banda, o vocalista, que se formou em História, declara-se socialista.

Mas Anarquia e Socialismo são antagônicos e a exemplo do que acontecera no passado, nas desavenças entre o socialista Marx com o anarquista Bakunin, culminando na expulsão dos anarquistas da Internacional Socialista, o caminho do punk seguiu outro rumo. As diminuições dos tentáculos do Estado aproximam liberais e anarquistas.

No âmbito político-econômico, e consequentemente social, foi Margaret Thatcher, uma discípula dos liberais austríacos, quem deu a melhor resposta. Suas ações destruíram a cidadela construída pelo corporativismo sindical e desobstacularam a Economia e o acesso ao emprego. A Inglaterra chegou nos anos 90 como pólo mundial de atração de mão-de-obra. Os jovens ingleses não vagavam mais sem perspectiva de renda e de um futuro melhor.

Na música o movimento punk se diluiu, mas também se remodelou. Haviam as acusações de “traidor de movimento”, para os que como Billy Idol, tinham se lançado mais ao showbizz capitalista. Apareceram os “punks de butique”. E mesmo Johnny Rotten tentou retomar o Sex Pistols décadas depois com o declarado objetivo de ganhar dinheiro.

O punk também se desdobrou em new wave, pós-punk, gótico, hardcore, influenciou o grunge, entre outras tantas vertentes. Mas isto é outra história. Arruaceiros e desocupados que não entendem o movimento, por vezes mancham a reputação do mesmo. À estes, a Lei e a punição.

E eu? Acho que continuo um pouco punk. Do it yourself!

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Pelas barbas de Karl Marx, ou de Fernandinho Beira-mar!!!


Libertaram Ingrid Betancourt. Isto todos já sabem. Alvíssaras!

Mas notem como a operação poderia ter sido malograda e como os integrantes das FARC estão fragilizados: os militares que se disfarçaram de guerrilheiros estavam usando a camiseta de Che Guevara, até aí correto (embora cômico), mas elas não eram vermelhas, como usual, elas eram brancas!

Ora companheiros, guerrilheiro que é guerrilheiro usa vermelho. Os integrantes das FARC não perceberam isso, foi muito vacilo mesmo. Ainda bem.

Segue a ótima análise.

http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2008/07/do-inferno-para-liberdade.html

ps: Tem gente na cúpula do PT (i.e. Marco Aurélio Garcia) e setores da nossa inteligentsia acadêmica que devem estar tristes. Agora só resta o King Jon-il da Coréia do Norte, a seguir com os ideais comunas.

ps2: Atentai cidadãos: O Brasil possui guerrilha. Se chama Liga dos Camponeses Pobres, usam este nome pra dar uma de coitadinhos, mas são tão facínoras quanto as FARC, embora ainda estejam menores. Devem ser combatidos à luz da democracia e da lei.