segunda-feira, 9 de março de 2009

Férias prolongadas


Pessoal, vou ficar um tempo sem escrever ou postar nada por aqui. Era pra ter escrito isso logo após o carnaval. Passou o fim de semana e eu iria deixar para o próximo, mas resolvi falar isso hoje mesmo.

Ainda houveram alguns assuntos ou respostas que não postei aqui. Complementei com alguns textos do Fernando Sampaio (blog do Alma), mas faltou uma resposta à um texto do Egon Heck, lá no site dos dinos. Paciência, talvez no futuro eu volte a comentar.

Quanto à questão demarcatória estamos na iminência de novas ações. Espero que os representantes saibam se articular e tenham lucidez. Eu não vou descarregar outra enxurrada de artigos sobre o assunto.

Tenho uma data prevista para postar novamente. Daqui a 6 meses. Isto mesmo, vou ficar 6 meses sem postar nada por aqui. Atualizei os links e espero que meus 6 a 20 leitores habituais possam entrar no blog como facilitador do acesso às leituras.

E agradeço a vocês que me acompanharam nestes 21 meses de blog.

Provavelmente voltarei com uns artigos finais para fechar um ciclo. Aí, também provavelmente, não voltarei a postar na constância que vinha fazendo.

Ou seja, depois de publicar estes artigos, uns 5, planejo apenas escrever mais alguns depoimentos pessoais e ces`t fini, deixarei a blogosfera aos profissionais e aos que realmente têm vocação para coisa.

Já anuncio isto logo, para não ficar encordoando outros assuntos que com certeza surgirão. É quase impossível dar uma opinião sobre tudo que pensamos. Aos assuntos de relevância mesmo, então me alivio sabendo que as pessoas que estão nos meus links podem fazer isso.

Então, se quiserem usar este espaço como caminho para os links, beleza, mas assunto novo, aqui não haverá.

Um grande abraço, boa sorte e fiquem com Deus!

Como queríamos demonstrar

Uma vez postei aqui um depoimento do Nemerson Lavoura. Agora vai este com dados concretos. Ah, é do assunto de sempre. Engraçado que já ouvi esta história do "pensamento único" dita pelos adeptos do..."pensamento único".

Aquele tal de Fukuyama realmente despertou um ódio visceral nas viúvas do Muro. Ele sempre é citado com raiva. Será que foi mesmo lido?

"Augusto, porque você se importa com isso?". Porque eles sempre me encheram o saco, é por isso.



Alguns dias atrás um visitante desse blog deixou um comentário, me recomendando a leitura de uma entrevista no site da UESC. O site estava fora do ar, e só hoje me toquei de ir ler.Pois bem, a entrevistada era Márcia Rosely, do PC do B, conhecidíssima nos meios políticos da Universidade.

Me abstenho de comentar toda a entrevista, mas somente um trecho, exemplificativo do que venho falando e criticando há muito tempo:

"Udo/Web – E quais os desafios para o ensino superior na atual conjuntura?

Márcia Rosely – A Universidade brasileira viveu um momento muito difícil. O pensamento neoliberal, além de sucatear as Universidades Públicas, sufocou o debate político durante vários anos. O chamado pensamento único contribuiu para a crise da produção teórica. "

Eu esfreguei os meus olhos. "Cuméquié? Eu levei 5 anos numa Universidade com hegemonia do pensamento neoliberal e não percebi?"

Parto da premissa de que não há ideologia sem ideólogos. Para atingir a hegemonia, a ponto de gerar "pensamento único" e "sufocar o debate", imagino que a literatura liberal deva ser dominante, ao menos na biblioteca. É o mínimo que se espera.

Fiz uma comparação da quantidade de livros/referência de autores marxistas (ou esquerdistas) e não marxistas no site da Biblioteca:

Adam Smith: 8 referências
Karl Marx: 66 referências

Olavo de Carvalho: 1 referência
Antônio Gramsci: 33 referências

Friedrich Hayek: 1 referência
Lênin: 36 referências

Aristóteles: 38 referências
Paulo Freire: 100 referências

Milton Friedman: 5 referências
Emir Sader: 15 referências

"O Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano": 0 exemplares
"As veias abertas da América Latina": 10 exemplares

Paulo Ferreira da Cunha: 0 referências
Boaventura Sousa Santos: 7 referências

José Guilherme Merquior: 7 referências (0 para o livro dele sobre Foucault)
Michel Foucault: 36 referências

Roberto Campos: 4 livros
Celso Furtado: 31 referências

Paul Johnson: 0 referências
Eric Hobsbawm: 14 referências

George Orwell*: 4 referências
Bertolt Brecht: 10 referências

Raymond Aron: 5 referências
Florestan Fernandes: 28 referências

Julián Marías: 6 referências
Marilena Chauí: 26 referências

Editora Instituto Liberal: 0 referências
Editora Paz e Terra: 234 referências

Vêem a completa distorção? A literatura filomarxista é francamente majoritária na Universidade e vem gente reclamar de "hegemonia neoliberal"!

Como, porca misera, pode haver "hegemonia neoliberal, que contribuiu para a crise da produção teórica", se o grosso da produção teórica tombada na biblioteca da UESC é francamente antiliberal?

Como pode o "neoliberalismo" ser hegemônico e, ao mesmo tempo, não redundar em referências em quantidade relevante na Biblioteca?

E mais, não há quase nenhum dos livros mais importantes do liberalismo ou "da direita": "Capitalismo e Liberdade", de Friedman, só posui 1 exemplar, na seção reserva. "A riqueza das nações", de Adam Smith, também não possui nenhum exemplar para empréstimo domiciliar. "O caminho da servidão", de Hayek, inexiste.

Paul Johnson, que desmascarou Marx no seu "Os Intelectuais", também não possui uma única obra aqui. Ludwig von Mises, que provou que o comunismo é tecnicamente impossível, também não dá as caras na UESC.

Outros nomes (não necessariamente liberais):
Ortega y Gasset - 2 obras(nenhuma para empréstimo domiciliar);
Eugen von Bohm-Bawërk - 1 livro (dois exemplares, somente um para empréstimo);
Eric Voegelin - 0 referências;
Michel Villey - 0 referências;
Jean-François Revel - 0 referências;
Guy Sorman - 1 referência;
Thomas Sowell - 0 referências;
Jagdish Bhagwatti - 1 referência;
Allan Bloom - 0 referências.....

Aí sabe o que acontece? Começam as aulas, os militantezinhos começam a engabelar os calouros com esse papo, e todo mundo leva cinco anos numa universidade, recebendo marxismo güela abaixo, crente e abafando que está sendo sufocando pelo pensamento único neoliberal.

E saem repetindo esse discurso, sem nem ao menos verificar e se tocar que isso é pura propaganda.

A explicação está em Gramsci. Na busca pela hegemonia a esquerda se faz de vítima até quando está em vantagem.

O fato de existirem meia dúzia de livros "de direita" soterrados por toneladas de filo ou criptomarxismo já é um fato inaceitável para os gauches, sinal de hegemonia Capitalista, que deve ser superada.

Ou seja, só vão sossegar quando não houver mais resquício de liberalismo e conservadorismo nas Universidades.E assim se produz a crise da cultura, e se toma a sociedade de assalto.

* Orwell não é liberal, tampouco capitalista. Ele era um socialista moderado, que está presente para servir de contraponto ao stalinista Brecht, o qual possui suas obras completas na biblioteca, ao passo que, de Orwell, está presente "A revolução dos bichos", mas ausente "1984".

**Obviamente esta lista não se esgota. Existem outros nomes, títulos e editoras, de lado a lado, que eu não chequei. Mas, querendo, basta procurar nos sites das bibliotecas. Ponho meu dedo mindinho no torno se em alguma Universidade Pública os "reacionários" suplantem os "progressistas".

http://caxassafilosofal.blogspot.com/2008/02/quod-erat-demonstrandum.html

Sobre o que não escrevi

Foram assuntos aos quais não abordei diretamente, e que acho que devia tê-lo feito. Ainda bem que teve quem o fez.

O primeiro é sobre o filme Terra Vermelha, que foi rodado em Dourados - MS. Assisti juntamente com o Fernando Sampaio, como não pude escrever nada melhor do que ele mesmo escreveu, então vai o texto dele.

O segundo assunto é sobre o assassinato de um jovem fazendeiro no norte do país. Incrivelmente saiu primeiro na mídia internacional do que aqui. Por que será? É algum pecado atribuir crimes aos "bons selvagens"?

Vai de novo o Fernando Sampaio.

Terra Vermelha

...No entanto, o que parece ser um discurso a favor da demarcação de terras indígenas como propõem a FUNAI e alguns antropólogos de miolo mole metidos a Rousseau, mostra na verdade o beco sem saída em que a política indigenista se encontra hoje.Os índios já sabem o que é civilização, querem celulares, tênis, motos, um freezer.

No filme, os jovens índios que tentam caçar para comer, só acabam caçando mesmo é um boi do fazendeiro.A vida idílica de caça e pesca na floresta só existe mesmo na cabeça dos já supra citados antropólogos de miolo mole. É impossível isolar os índios em reservas imensas como se estivessem em um zoológico para gringos tirarem fotos. A única saída que eles tem dali é o suicídio.

O maior mal dos índios hoje é a falta de perspectivas. E o que dá perspectiva ao caboclo brasileiro é, como diz aquela música, numa mão educação, na outra dinheiro.A FUNAI deveria se preocupar em dar educação àqueles que ela pretende proteger em vez de se preocupar em demarcar mais terras do que os índios já tem.E os índios deveriam aprender como usar suas terras para produzir riqueza.

Embora crucificado pelos indigenistas e ambientalistas, o agronegócio é a força motriz da economia do interior do Mato Grosso do Sul e mesmo do interior do Brasil. E, como provou Cláudio Moura e Castro em sua coluna na VEJA, educação e agronegócio andam juntos onde quer que se olhe neste país.Os índios não querem?Bem eles não tem muita escolha ao menos que o resto da população brasileira decida embarcar nas caravelas de volta ao velho continente.

Os índios podem hoje escolher entre se integrar à vida social e econômica do país ou ao suicídio na floresta. Eu acho a primeira alternativa melhor. Pode parecer que não, mas os humanistas como Bechis e a FUNAI acham a segunda alternativa melhor.

http://deslumieres.blogspot.com/2008/12/terra-vermelha.html


Os bons canibais

Quatro índios Kulina conhecidos como Gracinho, Messias, Tucumã e Macaquinho mataram, esquartejaram e comeram parte das vísceras do fazendeiro Océlio Alves de Carvalho de 21 anos, com quem tinham reconhecidamente boas relações.

A história saiu na CNN antes de ser conhecida por aqui, vá saber a razão.

Agora os meigos e bons selvagens fugiram para o mato, e pela legislação a PM e a Polícia Civil não podem entrar na aldeia para investigar nada. Ou seja, nada vai acontecer com os criminosos.

Ah, não pode chamar de criminoso. Algum antropólogo desses que defendem os povos da floresta provavelmente dirá que é parte da cultura lá deles que precisa ser respeitada. Afinal Hans Staden já descrevia canibais no Brasil lá pelo século XVI...

O fato é que há territórios no Brasil onde nosso Estado não vale nada. Agora quem mora ali naquelas bandas se pergunta: quem poderá nos defender? O Chapolin Colorado?

Seja nas favelas cariocas, nas reservas indígenas ou nos assentamentos do MST, o que acontece lá dentro só Deus sabe. E criminosos, senhores absolutos de seus territórios e autores das próprias leis são protegidos pela ausência do Estado, e pela conivência de ONG's e movimentos sociais.

http://deslumieres.blogspot.com/2009/02/os-bons-canibais.html

domingo, 8 de março de 2009

Novos links


Atualizei minha lista de links. Fica mais fácil para mim mesmo. Até iria comentar algo, mas vou deixar que vejam por conta própria.
Por hoje é só. Boa leitura.

terça-feira, 3 de março de 2009

Benicio del Burro e o Bufão

As coisas vão ficando mais claras. Leiam abaixo:

O ator Benicio del Toro, vencedor do Oscar, estará na noite desta segunda-feira com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, para uma exibição do filme "Che", na qual interpreta o ícone latino-americano Ernesto Guevara.

O ator portorriquenho viajou a Venezuela para assistir a uma exibição popular gratuita do filme, dirigido por Steven Soderbergh.

Um porta-voz da prefeitura de Caracas, responsável pela visita do ator, disse à Reuters que Del Toro assistirá a uma exibição privada do filme junto ao líder esquerdista, que reivindica a figura de "Che" Guevara em muitos de seus discursos.

Depois, os dois deverão discutir sobre a produção que relata a vida do guerrilheiro, alvo de elogios e críticas.

Benicio del Toro conquistou o Oscar em 2000 por sua participação no filme "Traffic". Além disso, venceu o prêmio espanhol Goya por sua atuação em "Che, o argentino", a primeira premiação do filme de Soderbergh antes de seu reconhecimento no prestigiado festival de Cannes.

http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2009/03/02/ator-benicio-del-toro-mostrara-hugo-chavez-seu-filme-che-754657383.asp

Comento:

Beleza, agora sim o Benício del Asno está se juntando com o pessoal certo e não com aquela cubana reaça que o humilhou publicamente. Quem sabe, lambendo as botas do bufão, ele não consegue uma verbinha para um novo filme?

Em qual país mais ele pode ir mostrar seu filme? Talvez na Coréia do Norte pro Kin Jon-Il, ou pro Robert Mugabe no Zimbábue, ou..., ou ..., ou por essas Repúblicas bananeiras e populistas da América do Sul mesmo.

Esclarecimentos

Quem assistiu o Jornal Nacional de ontem ficou com a impressão de que Tarso Genro foi muito bonzinho com os cubanos. "Quem quis ficar, ficou. Quem quis voltar, como os pugilistas, voltou." . Afinal, Erislandy Lara disse que não pediu asilo e que o próprio presidente Lula foi falar com eles oferecendo ajuda.

Acontece que o próprio Lara havia falado ao Estadão que queria ficar no Brasil e não deram a ele esta oportunidade. Quanto à conversa com o presidente Lulla, até isto o planalto desmente. Ou seja, há algo de muito falso em tudo isso.

Particularmente penso que Lara foi orientado a "limpar a barra" das autoridades brasileiras neste caso. Lembremos que sua família continua em Cuba sob os ditames do castrismo. Pode ser que eu esteja errado, mas esta história não deixa de ser controversa.

Há aqui um comentário do Reinaldo Azevedo sobre isso, logo abaixo de um link de uma matéria do Estadão que afirma que Lara queria ficar no Brasil.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090130/not_imp315452,0.php

Ah, não sou assim uma Edith Piaf, hehe, mas tenho de cantar: “Non, je ne regrette rien...” Qual é? Essa gente surtou?

Os petralhas agora deram para cobrar de mim que peça desculpas a Tarso Genro porque um dos pugilistas cubanos disse que o próprio Lula lhe ofereceu refúgio, mas que ele recusou etc e tal.

Mas esperem: o próprio Planalto nega que tal conversa tenha existido. Por que eu pediria desculpas?

1 – os pugilistas tinham entrado legalmente no Brasil e aqui estavam em situação legal; não obstante, foram caçados pela Polícia Federal de Tarso Genro;

2 –segundo Felipe Pérez Roque, chanceler de Cuba, o próprio Coma Andante falou com uma autoridade brasileira (com quem? com quem?) pedindo, digamos, ajuda para, digamos, localizar os, digamos, fugitivos...

3 – mesmo sem nada dever às leis brasileiras, os dois pugilistas foram PRESOS. Sim, eles foram PRESOS, uma vez que não podiam mais se locomover livremente;

4 – foram proibidos de falar com a imprensa e metidos num avião enviado por Hugo Chávez;

5 – foram lavrados atos de DEPORTAÇÃO, o que é um absurdo, uma vez que, reitero, estavam aqui em situação legal. Poderiam, no máximo, ser repatriados;

6 – ah, claro, eles queriam voltar para Cuba, não é? Tanto é assim que, em vez de pedir ajuda ao governo brasileiro, escondiam-se dele numa pousada. Onde essa gente teve aula de lógica?;

7 – pugilistas cubanos são mesmo seres esquisitos: poderiam ter aceitado, então, a oferta do Apedeuta e, em segurança, escolher o seu destino. Mas não! Preferiram voltar a Cuba para arriscar a vida fugindo numa lancha...

EU? PEDIR DESCULPAS A TARSO GENRO? MAS EU ME ORGULHO DE TUDO O QUE ESCREVI A RESPEITO E NÃO ME ARREPENDO DE NADA.

O próprio governo diz que a história contada pelo cubano é fantasiosa. Mas os genuflexos não se conformam.

PS - E reitero: se Lula realmente falou com os cubanos, a situação do governo se agrava em vez de melhorar. Por isso o Planalto nega que a conversa tenha existido. Ela faria o presidente cúmplice de duas deportações ilegais. Porque é bom que os genuflexos se lembrem de que os pugilistas foram DEPORTADOS. Qual era a razão da deportação mesmo? Tenham paciência, né?

http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/2009/03/non-je-ne-regrette-rien.html

domingo, 1 de março de 2009

Idéias têm consequências


Sim. Eles sabem quem eu sou, eles me perseguem. Sorrateiramente montam suas rodinhas de conversa por onde passo e, voilá, tecem seus comentários estapafúrdios para eu escutar. Eu, o Joseph McCarthy campo-grandense, estou sendo caçado pelos neocomunas, ou melhor, pelos neobobos.

Estava nos corredores da Universidade Federal, saindo do banco, quando ouvi de um grupo de acadêmicos a seguinte frase: “Vai ser uma apresentação sobre Direitos Humanos numa visão marxista, você se encarrega disso.”.

Deixei os barbudos de lado e entrei no carro, mas aí tive o estalo. Como pode haver Direitos Humanos numa visão marxista? Quem conhece um pouco da vida pessoal de Marx, sabe que lhe faltaram muitas qualidades para chegar ao status de canalha.

Sobre as opiniões do filósofo alemão, bem observou Nélson Rodrigues: “As cartas de Marx mostram que ele era imperialista, colonialista, racista, genocida, que queria a destruição dos povos miseráveis e "sem história", os quais chama de "piolhentos", de "anões", de "suínos" e que não mereciam existir. Esse é o Marx de verdade, não o da nossa fantasia, não o do nosso delírio, mas o sem retoque, o Marx tragicamente autêntico.”

O marxismo é aquela doutrina de luta de classes que no fim tenta validar a violência. Eu posso matar ou ser morto, depende se sou burguês ou proletário. Na prática a doutrina marxista resultou em pilhas de cadáveres, ditaduras e supressão das liberdades individuais.

Gostaria de reencontrar meu antigo professor de História. Ele fazia chacota sobre a frase: “Comunistas comem criancinhas.”, que, segundo ele, foi usada como um ardil para espalhar uma aversão ao comunismo na população simples e ignara do país em meados da década de 60. E eu concordava com ele.

Só recentemente fiquei sabendo que a barbárie nos países da cortina de ferro foi tanta, que pessoas foram levadas ao canibalismo para não morrer de fome. Pesquisem na Internet. “O Livro Negro do Comunismo” de Stéphane Courtois e outros, e “A ilha dos Canibais” de Nicolas Werth são algumas obras impressas sobre o tema.

Para se ter uma idéia, a tragédia de Holodomor na Ucrânia matou mais pessoas do que o Holocausto judeu. Nessa dantesca fome gerada pelos comunistas, também houveram relatos de canibalismo.

Eu não me abstenho de afirmar que Marx teve responsabilidade nisso. Suas idéias eram erradas já na época e sua engenharia social somente poderia gerar o caos. Foi o que aconteceu.

Pergunto novamente: Há algum Direito Humano nisso?

Indignado, saí do carro. Iria questionar sobre essa aula-palestra que o acadêmico (ou professor, não sei) estava mencionando. Passei perto do grupo, mas não tive coragem de abordá-los. Um pouco de vergonha pela exposição, mas mais por pensar que no fim poderia se descambar para aquelas discussões infrutíferas e que apenas tentariam me desqualificar como burguês-reacionário-direitista, ou qualquer coisa parecida.

Voltei para o carro. Para me aliviar, pensei que se aqueles caras estivessem num filme da sessão da tarde seriam os loosers, e pouca atenção seria dada a eles. A tal aula ficaria perdida em alguma sala obscura da UFMS e não havia risco de (mais) um derramamento de sangue em nome de “Um outro mundo é possível.”.

Lembrei também dos líderes do Khmer Vermelho que tiveram aulas com professores marxistas em Paris e puseram em prática tais idéias no Camboja. Resultado: extermínio de 25% da população daquele país.

Aqui no Brasil o marxismo parece que resultou numa legislação trabalhista paternalista (a despeito de ter sido importada da Itália de Mussolini), um Judiciário que via de regra é parcial ao laboral, e uma falta de consciência e responsabilidade sobre deveres e direitos entre empregadores e empregados. Ou seja, atrasa, mas ao menos não mata.

Nem sei por que ainda me aborreço tanto. Já combinei comigo mesmo que os grandes problemas que enfrentamos são pela corrupção geral e ineficiência pessoal. Deve ser pela ideologia enganosa e pelo número de mortos que ainda tenho pinimbas quando ouço algo semelhante ao marxismo.

Pelo menos entendi porque uma parte do pessoal do Direitos Humanos (DH) muitas vezes podem ser confundidos com Direitos dos Terroristas, Direitos dos Bandidos e Assassinos, e por aí vai.

Tempos atrás vi na TV um representante do DH colocando em pé de igualdade as prisões colombianas que trancafiavam os narcoguerrilheiros das FARC, com as prisões na selva onde ficam as pessoas seqüestradas pelas FARC. Comparação absurda. Ingrid Betancourt que o diga.

Infelizmente algumas idéias anacrônicas ainda prosperam na Academia. Apesar de menores do que no passado, elas ainda podem gerar alguns efeitos deletérios. Mas sou otimista, elas serão substituídas, mesmo eu planejando passar mais longe de algumas rodas de conversa.

Viva Cuba Libre!


*Escrevi este artigo há quase dois anos atrás, mas ele não foi publicado, pois o ministro da (In)Justiça, Tarso Genro, agiu como capitão-do-mato e rapidamente deportou os dois boxeadores de volta para ilha. Finalmente, nesta última semana, Guillermo Rigondeaux conseguiu fugir novamente, Lara já havia feito isso no ano passado.
Os inimigos da Liberdade podem usar de seus ardis, mas eles não irão prosperar.
Parabéns Lara! Parabéns Rigondeaux!

No Pan-americano do Rio de Janeiro em 2007 o Brasil teve seu melhor desempenho na história da competição, mas mesmo assim ainda ficou atrás de Cuba na disputa pelo segundo lugar no quadro de medalhas. Porém para três atletas e um treinador cubanos aquele Pan-americano, mesmo sem terem competido nem recebido medalhas, representa talvez a maior conquista de suas vidas até hoje.

Foram quatro cubanos que literalmente fugiram da delegação e não devem voltar para ilha-presídio do Caribe. Para muitos leigos tal fato pode passar despercebido e apenas significar que a vida em Cuba está difícil, mas para quem tem mais informações acerca de lá, isto remete aos tristes anos da Guerra Fria e nos traz mais inconformidade em ainda haver no Brasil quem defenda e admire o governo e a ditadura de Fidel Castro.

Tal fato não é novo, no concernente a Cuba teve início no Pan-americano de 1971 em Cáli, na Colômbia. Torna-se menos surpreendente ainda quando nos lembramos dos casos dos atletas dos antigos países comunistas que também fugiam de suas “Repúblicas Populares”. Houveram fugas da Alemanha Oriental, China e a mais notória foi a da ginasta romena Nadia Comaneci.

A novidade desse episódio no Rio de Janeiro foi a saída às pressas da maior parte da delegação cubana, em virtude de boatos de que haveria deserção em massa. A equipe de vôlei nem foi receber a medalha de bronze. Vaias para Fidel.

Os atletas cubanos são parte especial do povo sofrido e miserável. Todo país comunista sempre investiu muito no esporte, como vitrine internacional do regime, como propaganda enganosa da situação interna. A Alemanha Oriental sempre esteve na frente da Alemanha Ocidental em conquistas esportivas, mas o Muro de Berlim foi construído para impedir que os habitantes do lado comunista migrassem em peso para o lado capitalista.

Fidel já lançou mão dos seus bodes expiatórios para justificar as deserções. Segundo ele há uma máfia alemã que alicia a deserção de atletas cubanos. Da próxima vez que eu ouvir Kaká e Ronaldinho negociarem seus contratos irei protestar dizendo que eles estão sendo aliciados, forçados a ficarem fora do país. O velho comandante acha que é proprietário dos cidadãos cubanos. O pior é que ele praticamente consegue ser mesmo.

O maior bode expiatório de Fidel é o chamado embargo norte-americano, no qual o único país do mundo que não pratica comércio com Cuba são os EUA; é mentira que outros países não possam comercializar com a ilha.

Mas não era ele que denunciava o imperialismo dos EUA? Então comercializar com aquele país é sinônimo de ser explorado, e quando os EUA decidem não ter relações comerciais com a ilha do ditador que promoveu expropriações em massa, também são culpados pelo colapso econômico comunista? Bom senso não faz parte do vocabulário de Fidel Castro e seus asseclas.

Alguns defensores do regime fidelista citam avanços em Educação e Saúde. Não me delongarei sobre o tema, mas digo que tanto numa quanto noutra área a situação é altamente questionável.

O índice de analfabetismo é reduzidíssimo, mas cada cubano tem que sobreviver com aproximadamente 15 dólares por mês. São os letrados miseráveis. Como conseqüência a prostituição campeia em massa, as gineteiras procuram os dólares dos turistas. Na verdade a Educação é usada como uma forma de doutrinação, a censura é geral e divulgam-se apenas informações favoráveis ao governo.

O sistema público de saúde é uma falácia. Há um satisfatório para os membros do partido, onde Michael Moore levou cidadãos norte-americanos no seu último documentário, e outro sofrível para a população cubana em geral.

Há muito o que se falar de Cuba, mas para os que preferirem algumas informações mais rápidas e acessíveis, além da Internet, o filme Cidade Perdida, protagonizado e dirigido por Andy Garcia (ele mesmo um exilado cubano), podem colaborar para isso.

Para os pugilistas Guillermo Rigondeaux, Erislandy Lara, o jogador de handebol Rafael D'Acosta e o técnico de ginástica artística Lázaro Lamelas, desejo uma excelente vida nova. Com oportunidades e a liberdade de optar pelo que considerarem o melhor caminho.

Em vocês mantém-se a esperança de dias melhores, e juntos gritamos:

VIVA CUBA LIBRE!