segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Num guentei e voltei

Pois é, falei que só postaria daqui um mês mais ou menos, mas não consegui, fiquei com uma coceirinha e tive que escrever este último artigo. Mas agora é pra valer. Vou deixar dois links (ranqueamento da Heritage Foundation e outra da carga tributária para 2008) e três (!) artigos do Constantino.

Aproveitei e corrigi os artigos do ano, no qual eu esqueci de colocar o "Viva Cuba Libre!" e o pequeno "Che morre novamente". Quanta Cuba, hein? Um velho amor não se esquece nem se deixa mesmo.

Abraços e feliz 2008.

http://www.midiamax.com/view.php?mat_id=309543

http://oglobo.globo.com/economia/mat/2007/01/16/287428586.asp

http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2006/02/irlanda-de-bono.html

http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2007/12/virada-da-irlanda.html

http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2006/03/as-reformas-da-islndia.html

A Revolução Liberal



Por ocasião da última eleição presidencial, já há pouco mais de um ano, achava muito interessante a proposta do candidato Cristovam Buarque que propunha uma revolução doce, uma revolução pela Educação. Como exemplos de países que passaram por essa revolução o então candidato citava Irlanda, Espanha, Nova Zelândia e países conhecidos como os Tigres Asiáticos (Coréia do Sul, Cingapura e Taiwan).

O interessante é que Cristovam Buarque se considera de uma corrente política chamada de “esquerda”, pois foi do PT e está hoje filiado ao PDT. Nos seus programas eleitorais volta e meia conclamava os jovens idealistas da “esquerda”. Lembro-me que na época em um encontro chegaram a lhe questionar como seria a implantação do socialismo no Brasil, ao passo que rapidamente ele tergiversou. Óbvio, pois os países que Cristovam mirava não tinham nada de socialistas, ou de “esquerda” que seja.

Retornei esta lembrança e a vontade de escrever este texto, pois acabei de ler o recém lançado livro “A Volta do Idiota” de Álvaro Vargas Llosa e outros escritores, que trata sobre o atual cenário geopolítico da América Latina, entre outras coisas.

Um dos capítulos se refere exatamente sobre a tal revolução doce nos países que Cristovam citava há um ano, e também em alguns do Leste Europeu, como República Tcheca e Polônia. Contudo, ela não foi somente uma revolução na educação (o que seria até certo ponto inócuo), mas sim um conjunto de medidas que geraram sensíveis e positivas modificações em tais países.

Resumidamente estas medidas estão calcadas na racionalização dos gastos públicos, diminuição de impostos, menos burocracia para abrir e fechar empresas, flexibilização trabalhista, atração de investimentos externos, maior garantia jurídica com leis mais objetivas, ambiente amigável para os negócios e, finalmente, grandes apostas nos campos da educação, da ciência e da tecnologia, boa parte em parceria com a iniciativa privada.

Para citar somente o caso da outrora pobre Irlanda (que já é chamada de Tigre Celta), após as medidas descritas acima o país vem crescendo mais de 7% ao ano desde 1993, a renda per capita está chegando perto dos US$ 40 mil, uma das maiores do mundo. O desemprego é baixo, perto dos 5%. Os indicadores sociais estão melhorando a cada ano. O gasto com educação não é muito diferente do brasileiro, cerca de 4,3% do PIB. O que faz a diferença mesmo é o grau de liberdade econômica, que não é nada mais do que o bom ambiente para as atividades econômicas e produtivas.

Houve um período de ajustes, com fechamento de empresas e setores ineficientes, mas no médio prazo os resultados mostraram-se altamente satisfatórios. Foram medidas baseadas no bom senso e de cunho liberal que ocasionaram isto.

Países que eram há poucas décadas exportadores de mão-de-obra, com pessoas buscando sobrevivência e oportunidades em outras nações, tornaram-se importadores de mão-de-obra. Para o horror dos marxistas (até há pouco achava que estavam extintos) o capitalismo não exclui, pelo contrário, ele inclui.

Na América Latina o modelo mais próximo aos países citados é o Chile, que mesmo governado pela socialista Michelle Bachelet, não alterou o modelo econômico herdado dos tempos de Pinochet, um ditador com inúmeros crimes no currículo, mas que optou por um modelo econômico sensato e próspero.

No Brasil o termo “neoliberal” virou xingamento nos meios acadêmicos. As poucas medidas de caráter liberal, como as privatizações, movidas pela necessidade em face de um Estado falido na década de 90, geram reclamações até hoje. Sorte dos ressentidos que a Internet banda larga (não estatal obviamente) está aí para dar vazão à raiva.

Alguém tem que avisar esta turma que um país que tem quase 40% do PIB abocanhado pelo Estado, que se encontra no 70º lugar entre 157 países ranqueados no índice de liberdade econômica da Heritage Foundation, leis trabalhistas do tempo de Getúlio Vargas, papeladas e burocracias que empurram empresas e trabalhadores para a informalidade com o agravante de se ter uma previdência por isso mesmo deficitária, entre outras inúmeras coisas, está longe de ser neoliberal.

Enquanto isso vamos observando a onda crescente de populismo em alguns países da América Latina, com alguns respingos por aqui também. Cargos de confiança por compadrio ou nepotismo seguem em alta no meio político, a despeito de quem vai pagar a conta do aumento de gasto estatal pelo cabide de emprego. Nossa elite acadêmica vai bradando contra o “neoliberalismo usurpador” e topamos com candidatos “de esquerda” propondo uma correta revolução doce, mas omitindo que ela nada mais é do que uma revolução liberal.
Publicado dia 08/01/08 pelo Correio do Estado:
E no blog "Revendo a História", do meu amigo Itamar:

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Feliz natal e próspero ano novo!!!


Que a lembrança do nascimento de Jesus ilumine o coração de todos.

O blog entra em férias a partir de agora, novos posts (e menos também) só em fim de Janeiro ou Fevereiro. Espero que possam aproveitar os links que contém ótimos textos e informações.

Durante quatro meses postei aqui, os textos de Agosto haviam sido escritos anteriormente e estavam guardados em Word, só depois de aprender a utilizar um blog é que consegui disponibilizar on-line. Não sei o quão útil ou producente foi isso, mas considerei interessante (embora um pouco trabalhosa) a feitura dos textos, serviu como um exercício de expressão.

Aos amigos que passaram e deixaram comentários ou simplesmente leram, aos internautas transeuntes e a todos em geral um grande abraço e um feliz 2008 com muita paz, saúde, alegria, fé e esperança.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Artigos do ano


Cinco foram publicados no Correio do Estado, um no jornal do sindicato rural (os que estão com um e dois asteriscos, respectivamente).

Num post de Setembro, linkado abaixo (Algumas considerações) explanei sobre as razões de fazer os textos, principalmente os de caráter ideológico, espero não ser tão necessário falar desse assunto (embora falarei com certeza) no ano que vem. Aliás se continuar postando coisas aqui, mas acho que durante o primeiro semestre, devo fazê-lo sim.

Mudei o título de um artigo para História Mal Contada, pois não havia gostado do primeiro título e considero que tratei os historiadores sem a devida distinção.

http://augustoaraujo.blogspot.com/2007/12/curso-e-exame-de-gesto-pblica-para.html*

http://augustoaraujo.blogspot.com/2007/11/pendenga-educacional.html

http://augustoaraujo.blogspot.com/2007/11/produtor-rural-aquele-crpula_12.html**

http://augustoaraujo.blogspot.com/2007/10/democracia-e-as-instituies.html*

http://augustoaraujo.blogspot.com/2007/09/algumas-consideraes.html

http://augustoaraujo.blogspot.com/2007/08/hrcules-56-jos-dirceu-e-falsos.html

Melhor notícia do ano

Parabéns ao Senado. Mas vamos ver se não inventam outro imposto com causa nobre que no final vai ser revertido pra corrupção.

Hilária charge animada (não consegui fazer deixar a telinha aberta):

http://charges.uol.com.br/2007/12/14/cotidiano-causas-perdidas/

A Volta do Idiota - algumas considerações (MS foi citado!!!)


Acabei de ler A Volta do Idiota. Achei que me surpreenderia pouco, menos que com o Manual, mas o livro é ótimo. Breves comentários então.

Mato Grosso do Sul foi citado!!!

No capítulo que trata de Evo Moralles e da Bolívia, apareceu lá "Mato Grosso do Sul...". Óó, estamos famosos, mesmo que apenas citados como estado (até tido como importante) que faz divisa com a Bolívia, em especial com a área mais próspera que é Santa Cruz de La Sierra.

Como no Manual, pecou-se por praticamente nada falar de Getúlio Vargas e seu populismo, considerei que pecaram em não citar o liberal Roberto Campos nesse livro em que discorreram sobre alguns liberais que lutaram quase que solitariamente contra a idiotice latinoamericana.

Aliás, considero que pecaram em não citar nenhum livro de Campos na biblioteca para desidiotizar-se, ao passo que citaram Carlos Rangel.

Sabiam que este Carlos Rangel ao escrever uma obra contradizendo que nosso subdesenvolvimento é resultado de nossa própria incompetência e não do colonialismo ou imperialismo, foi recebido a safanões e cusparadas num debate na Universidade da Venezuela? E isto em 1973!

Hoje com Chávez no poder os venezuelenos buscaram amparo na leitura do finado Rangel. Um pouco tarde, mas não de todo inócuo.

A Volta do Idiota é leitura recomendada, procurem o link que coloquei da livraria Saraiva, paguei o boleto e recebi em casa em 3 dias, uma pechincha.

Papel Higiênico e Socialismo

Por: Janer Cristaldo


Quando surgiram as primeiras notícias de que começavam a faltar carne, leite e ovos na Venezuela, não me surpreendi. Socialismo é isso mesmo. Sempre foi. Nada de espantar que começasse a faltar comida no socialismo do século XXI do fanfarrão Hugo Chávez. E pensei com meus botões: logo vai faltar papel higiênico. O socialismo sempre foi incompatível com papel higiênico. Não deu outra. Li há pouco, em reportagem do Lourival Santana, que começa a faltar papel higiênico na Venezuela.

O papel higiênico foi inventado há apenas 150 anos. É coisa recente em termos de história. Mas seu uso não é lá muito universal. O mundo muçulmano não o usa muito. Os vasos sanitários dos hotéis árabes reservam uma surpresa não muito simpática a seus usuários. Você puxa a descarga... e recebe um forte jato d’água no devido lugar. Aliás, este importante momento da vida de cada um recebeu merecida atenção do aiatolá Khomeiny. Em seus comentários ao Corão, escreveu:

- Não é necessário limpar o ânus com três pedras ou três pedaços de pano, uma só pedra ou um só pedaço de pano bastam. Mas, se se o limpa com um osso ou com coisas sagradas como, por exemplo, um papel contendo o nome de Deus, não se pode fazer orações nesse estado.

Que no deserto não haja papel higiênico, até que entendo. Quando passei quinze dias no Sahara argelino, levei meu estoque pessoal. A verdade é que não tínhamos nem hotel. Dormíamos ao relento ou em habitações sem teto em alguma aldeia. Vaso, nem sonhar. O que é difícil entender é a inevitável escassez de papel no socialismo.

Em todos os países socialistas que andei, conseguir papel higiênico era sempre uma luta contra a burocracia. Nunca encontrei um quarto de hotel com o dito. Era preciso pedi-lo na portaria, e pedir com jeito. Com visível enfado, o burocrata de plantão lhe passava alguns poucos metros de papel. Rolo, nem pensar. Nos dias do glorioso império soviético, os turistas que se dirigiam às repúblicas socialistas sempre recebiam a recomendação de levar sua própria provisão.

Suponho que as coisas não mudaram muito. Estive na Rússia em 2000, nove anos após a desintegração da URSS. Em São Petersburgo, em hotel cuja diária me custou 112 dólares, nada do bendito papel. Aliás, o quarto não tinha nem lâmpadas.

O curioso é que a Venezuela, mais que um país, é um poço de petróleo. É no mínimo espantoso que falte papel higiênico numa república que tem 100 bilhões de barris de petróleo de reserva.

O socialismo tem suas leis inelutáveis.


http://forum.darkside.com.br/vb/showthread.php?p=674836

(o link original do blog não está abrindo, coloquei este como referência)

Como afundar o país ou Manual do proto-ditador latinoamericano


Do blog do Contra de Gustavo Bezerra:


"Diante da atual situação política de Nuestra América, resolvi elaborar uma pequena receita que, creio, será útil aos candidatos a ditadores e demagogos de todos os tipos, cores e ideologias, que sonham em, um dia, alcançar o Paraíso na terra. Para eles próprios, evidentemente. Tomem nota:

Refundar a nação: ...

Apresente-se como representante das camadas populares: ...

Concentre todos os poderes: ...

Cale a imprensa: ...

Distribua assistencialismo: ...

Aparelhe a máquina estatal: ...

Coloque pobres contra ricos: ...

Invente um inimigo externo: ...

Reescreva a história: ...

Desqualifique seus críticos, não os argumentos : ...

Tenha amigos no exterior : ...

Conte com a ignorância alheia: ..."

O PT tem alguns genes do que foi escrito acima, mas está mais condizente com a esquerda carnívora de Chávez e cia. Confiram o texto na íntegra:

Novos links

Como têm observado minha inspiração não tem dado muito o ar da presença ultimamente, estou tentando compensar com textos de relevo. Agora ao finalizar o ano coloco mais alguns links ótimos.

O Capitalista é um blog que ainda não pude ler na totalidade, mas todos os textos que li até agora são ótimos e abrangem o sistema econômico de maneira objetiva, filosófica, ética e também respondendo às falácias que dizem a respeito do mesmo. Altamente recomendado pra qualquer pessoa.

O Capitalista não se limita apenas a dizer o que está errado com o Brasil, diz porque está errado e o que é preciso para corrigi-lo. Já adianto a solução: precisamos de mais pessoas que entendem o mundo em que vivem. Você pode ser uma delas.

Pedro Carleial, o Capitalista

É ler e conferir então.

Realismo Socialista é o cojunto de posts do blog do Conde que registram as maravilhas do comunismo, deve ter sido usada como fonte maior o Livro Negro do Comunismo. Se tivessem se atentado mais para esse livro muitos não se chocariam com a desconstrução do mito romântico de Che, entre outras coisas.

Carlos Alberto Sardenberg, Janer Cristaldo (embora não goste do seu ateísmo militante) e a seção de artigos do Correio do Estado, completam estes novos links.

Quando não encontrarem nada de novidade por aqui, passem nos links, com certeza acharão coisas interessantes.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Um Século de Hipocrisia


Por: Rodrigo Constantino


“É divertidíssima a esquizofrenia de nossos artistas e intelectuais de esquerda: admiram o socialismo de Fidel Castro, mas adoram também três coisas que só o capitalismo sabe dar - bons cachês em moeda forte; ausência de censura e consumismo burguês. Trata-se de filhos de Marx numa transa adúltera com a Coca-Cola...” (Roberto Campos)


O arquiteto Oscar Niemeyer completou um século de vida sob grande reverência da mídia. Ele foi tratado como “gênio” e um “orgulho nacional”, respeitado no mundo todo. Não vem ao caso julgar suas obras em si, em primeiro lugar porque não sou arquiteto e não seria capaz de fazer uma análise técnica, e em segundo lugar porque isso é irrelevante para o que pretendo aqui tratar. Entendo perfeitamente que podemos separar as obras do seu autor, e julgá-los independentemente. Alguém pode detestar a pessoa em si, mas respeitar seu trabalho. O problema é que vejo justamente uma grande confusão no caso de Niemeyer e tantos outros “artistas e intelectuais”. O que acaba sendo admirado, quando não idolatrado, é a própria pessoa. E, enquanto figura humana, não há nada admirável num sujeito que defendeu o comunismo a vida inteira.


Niemeyer, sejamos bem francos, não passa de um hipócrita. Seus inúmeros trabalhos realizados para governos, principalmente o de JK, lhe renderam uma bela fortuna. O arquiteto mamou e muito nas tetas estatais, tornando-se um homem bem rico. No entanto, ele insiste em pregar, da boca para fora, o regime comunista, a “igualdade” material entre todos. Não consta nas minhas informações que ele tenha doado sua fortuna para os pobres. Enquanto isso, o capitalista “egoísta” Bill Gates já doou vários bilhões à caridade. Além disso, a “igualdade” pregada por Niemeyer é aquela existente em Cuba, cuja ditadura cruel o arquiteto até hoje defende. Gostaria de entender como alguém que defende Fidel Castro, o maior genocida da América Latina, pode ser uma figura respeitável enquanto ser humano. São coisas completamente contraditórias e impossíveis de se conciliar. Mostre-me alguém que admira Fidel Castro e eu lhe garanto se tratar ou de um perfeito idiota ou de um grande safado. E vamos combinar que a ignorância é cada vez menos possível como desculpa para defender algo tão nefasto como o regime cubano, restando apenas a opção da falta de caráter mesmo. Ainda mais no caso de Niemeyer.


Na prática, Niemeyer é um capitalista, não um comunista. Mas um capitalista da pior espécie: o que usa a retórica socialista para enganar os otários. Sua festa do centenário ocorreu em São Conrado, bairro de luxo no Rio, para 400 convidados. Bem ao lado, vivem os milhares de favelados da Rocinha. Artistas de esquerda são assim mesmo: adoram os pobres, de preferência bem longe. Outro aclamado artista socialista é Chico Buarque, mais um que admira Cuba bem de longe, de sua mansão. E cobra caro em seus shows, mantendo os pobres bem afastados de seus eventos. A definição de socialista feita por Roberto Campos nos remete diretamente a estes artistas: “No meu dicionário, ‘socialista’ é o cara que alardeia intenções e dispensa resultados, adora ser generoso com o dinheiro alheio, e prega igualdade social, mas se considera mais igual que os outros”.


Aquelas pessoas que realmente são admiráveis, como tantos empresários que criam riqueza através de inovações que beneficiam as massas, acabam vítima da inveja esquerdista. O sujeito que ficou rico porque montou um negócio, gerou empregos e criou valor para o mercado, reconhecido através de trocas voluntárias, é tachado de “egoísta”, “insensível” ou mesmo “explorador” por aqueles mordidos pela mosca marxista. Mas quando o ricaço é algum hipócrita que prega aos quatro ventos as “maravilhas” do socialismo, vivendo no maior luxo que apenas o capitalismo pode propiciar, então ele é ovacionado por uma legião de perfeitos idiotas, de preferência se boa parte de sua fortuna for fruto de relações simbióticas com o governo. Em resumo, os esquerdistas costumam invejar aquele que deveria ser admirado, e admirar aquele que deveria ser execrado. É muita inversão de valores!


Recentemente, mais três cubanos fugiram da ilha-presídio de Fidel Castro. Eles eram artistas, como o cantor Chico Buarque, por exemplo. Aproveitaram a oportunidade e abandonaram o “paraíso” comunista, que faz até o Brasil parecer um lugar decente. Eu gostaria de aproveitar a ocasião para fazer uma proposta: trocar esses três “fugitivos” que buscam a liberdade por Oscar Niemeyer, Chico Buarque e Luiz Fernando Verissimo, três adorados artistas brasileiros, defensores do modelo cubano. Claro que não seria uma troca compulsória, pois estas coisas autoritárias eu deixo com os comunistas, que abominam a liberdade individual. A proposta é uma sugestão, na verdade. Acho que esses três comunistas mostrariam ao mundo que colocam suas ações onde estão suas palavras, provando que realmente admiram Cuba. Verissimo recentemente chegou a escrever um artigo defendendo Zapata e Che Guevara. Não seria maravilhoso ele demonstrar a todos como de fato adora o resultado dos ideais dessas pitorescas figuras?


Enfim, Niemeyer completa cem anos de vida. Um centenário defendendo atrocidades, com incrível incapacidade de mudar as crenças diante dos fatos. O que alguém como Niemeyer tem para ser admirado, enquanto pessoa? Os “heróis” dos brasileiros me dão calafrios! Eu só lamento, nessas horas, não acreditar em inferno. Creio que nada seria mais justo para um Niemeyer quando batesse as botas do que ter de viver eternamente num lugar como Cuba, a visão perfeita de um inferno, muito mais que a de Dante. E claro, sem ser amigo do diabo, pois uma coisa é viver em Cuba fazendo parte da nomenklatura de Fidel, com direito a casas luxuosas e Mercedes na garagem, e outra completamente diferente é ser um pobre coitado qualquer lá. Acredito que esse seria um castigo merecido para este defensor de Cuba, que completa um século de hipocrisia sendo idolatrado pelos idiotas.


Após a matéria

Nem sei se era o caso de outro post. A matéria como previ não entrou em muitos detalhes político-ideológicos, mas valeu por mostrar os fugitivos de Cuba, incluindo os músicos que fugiram no Nordeste.

A opinião pública agora vai ver que o caso dos atletas cubanos no pan-americano foi muito mal explicado e conduzido.

Fica aí o link pra reportagem para os que não assistiram:

http://fantastico.globo.com/Jornalismo/Fantastico/0,,AA1666144-4005-766508-0-16122007,00.html

Sigo com o próximo post, um artigo irretocável do Rodrigo Constantino.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Expectativa


Já estava eu me preparando para entrar em férias (sim, isso mesmo, vou entrar em férias do blog), achando que este ano a "esquerda"já tinha se dado mal o suficiente com o desmascaramento de Che, o filme Tropa de Elite, o Lulla falando que quem tem uma certa idade e ainda é de esquerda tem problemas, as fanfarronices do esquerdista "Vulgo" Chávez e cia, etc,
Aliás, não postei aqui, mas partidários de Evo Moralles degolaram cães em praça pública dizendo que fariam o mesmo com os adversários. Onde está a Sociedade protetora dos animais?Onde estão os defensores do Humanismo esquerdista nos meios intelectuais? Como médico veterinário me indigno mais ainda com a barbaridade que fizeram.

Pois bem, eis que vejo na TV que hoje o Fantástico vai mostrar a filha de Fidel Castro que fugiu de Cuba. Que ótimo, mais uma porrada para ver se os inocentes úteis se tocam. Será que tem a mão de Ali Kamel nessa pauta?

Porém desconfio que ela não vai satanizar o sistema socialista em si, mas sim a ditadura (se bobear vai sobrar pros militares brasileiros) e o autoritarismo de Fidel. Veremos.

Não acho que vai fervilhar embate ideológico, mas já é alguma coisa. E jornalismo é pra isso aí mesmo. Até mais, então.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Curso e exame de gestão pública para políticos


Foi com grata surpresa que ouvi o apoio do ministro da Educação, Fernando Haddad, a iniciativa do governo estadual em se promover exames de gestão educacional para os candidatos a diretores escolares da rede estadual. Toda aquela pendenga sobre a “espionagem” do governador André Puccinelli na reunião da FETEMS estava jogando uma cortina de fumaça no cerne da questão que era a exigência da tal prova.

Abro um parêntese logo aqui: talvez o governador tenha agido de maneira desnecessária, mas o planejamento para realização de protestos por parte da FETEMS sem o devido debate apenas faz transparecer que entidade não age de maneira técnica, mas sim corporativa e talvez pior, quiçá partidária.

Pois bem, como apóio o exame que exija conhecimentos pedagógicos e de gestão educacional para os diretores escolares também apóio com mais força ainda um exame com assuntos pertinentes para os políticos. Quantas CPMF’s e impostos diversos poderíamos nos ver livres se houvesse maior profissionalismo e seriedade no tocante ao dinheiro público.

O próprio ministro disse que uma eleição escolar pode trazer malefícios a instituição por se escolher um diretor por compadrio ou camaradagem e não por competência. Não há como não pensar nos nossos políticos, verdadeiros doutores em assistencialismo e clientelismo, bons no toma lá da cá e são raríssimas exceções os que têm consciência e competência para exercer o cargo.

Não podemos eximir de culpa também os eleitores que alimentam este vício da democracia brasileira. Ao menos então que se exija que os candidatos a cargos públicos passem por um exame e se necessário um curso específico para área.

Para controlar a inflação, desde meados da década de 90 o governo parou de imprimir papel-moeda a seu bel prazer para cobrir seus custos. O Banco Central foi e é preponderante nisso. Entretanto os gastos para financiar a máquina (mal gerida) estatal não diminuíram e o país vem então numa escalada de impostos já há alguns anos. Depois não sabem as causas do crescimento econômico irrisório e do desemprego que não abaixa.

Quem não viu no jornal Nacional os vereadores brasileiros num congresso-fantasma em Buenos Aires, fazendo turismo com o dinheiro dos impostos que são frutos de quem trabalhou de verdade? Um dos “representantes do povo” ainda apareceu no vídeo se gabando de ter aumentado o número de funcionários de confiança e a verba de gabinete. É ou não é uma vergonha? Este talvez tenha sido um caso aberrante, mas quanto dinheiro não é desviado por corrupção, desperdício de material, licitações mal conduzidas, burocracia, falta de planejamento, controle e metas, enfim de um gestão profissional na área pública.

Como observo que as melhores empresas urbanas ou rurais são gerenciadas ou tem assessoria permanente de profissionais capacitados do ramo, há muito penso que a administração pública necessita de administradores de fato. Ou alguém dúvida que haja outra empresa com fluxo de caixa maior que o Estado? O problema é que quem financia esta empresa, de uma forma ou de outra, são todos os cidadãos, independente de classe social.

Alguns articulistas como Stephen Kanitz e Carlos Alberto Sardenberg já compararam a gestão pública do Brasil com a dos Estados Unidos. Segundo Sardenberg, é comum nos EUA que prefeituras contratem executivos, profissionais de mercado, para a administração. O prefeito, político eleito, define as linhas de ação, mas a gestão é profissional. E mesmo quando não há gerentes de fora, a administração pública, com freqüência, procura seguir as regras da gestão privada.

Um exemplo interessante também vem da Noruega. Lá cada cidadão recebe na sua conta bancária um dinheiro referente ao lucro da estatal petrolífera. Aqui no Brasil pagamos uma das gasolinas mais caras do mundo graças ao monopólio da Petrobrás. O petróleo é nosso e a conta também! Ações da BR só indo comprar com recurso próprio.

Sem dúvida o poder Executivo estaria mais a frente nessa questão de qualificação técnica, mas também os representantes do Legislativo que têm o poder de criar leis também deveriam ter conhecimentos a respeito de gestão pública. A própria aprovação do orçamento público deveria contar com auditores profissionais. Quanta barganha e mensalões não se economizariam com isso também.

Sei que um país no qual o mandatário-mor não aproveitou seus anos de tempo livre entre uma eleição perdida e outra para melhor se qualificar é difícil exigir que os demais representantes do povo façam um curso ou exame de gestão pública, mas sonhar não custa nada.

O Brasil não é um país injusto, é um país mal administrado.
Publicado pelo jornal Correio do Estado do dia 11/12/07

Também sou petista!




He, he, essa eu tirei do site do Diego Casagrande. É da classe de textos "Tipos de...". Como tenho amigos que trabalham para o PT espero que eles não levem a mal e se quiserem podem fazer um "Tipos de..." que julgam que me incluo.

TIPOS DE PETISTAS
por Marcelo Scotton


O PT está aí. Na maioria da imprensa, na sua família ou no ambiente de trabalho, pipocam petistas de todos os perfis. No fundo, todo mundo é petista. Convivendo com muitos deles, consegui diagnosticar alguns grupos.

Petistas peace and love – são petistas de bom coração. Acreditam no discurso de igualdade e justiça social que lhe prometem, mas nunca cumprem. São românticos e tem fortes tendências socialistas por pura generosidade. Possuem, porém, pouca massa crítica. Querem transformar o mundo em um lugar melhor, mas não fazem a menor idéia de como fazer isso.

Petista alienado – Não se envolve com política. Mas, além de ter assimilado toda cartilha politicamente correta do partido, está lá, eleição após eleição, contribuindo com seu voto. Seja para um deputado ou para um prefeito do partido.

Petistas tucanos (ou fernandistas) – esta ala é conhecida pela admiração e ódio simultâneos pelo ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. Atribuem a ele todas as mazelas sociais brasileiras, da mesma forma que lhe tomam de assalto feitos como a institucionalização do País, a estabilidade econômica e os programas sociais implementados.

Petistas racionalistas – sempre tem uma boa explicação para tudo. Quando reconhecem que o PT é ruim, dizem que "com o PSDB era pior". Quando estoura algum escândalo de corrupção, dizem que "os fins justificam os meios". Outros, mais atirados, dizem que às vezes é preciso "meter a mão na m....".

Petistas bolivarianistas – são os mais arrojados. Tem uma ideologia bolivariana e aderem a qualquer tipo de PT. Costumam fazer afirmações ousadas, como dizer que Hugo Chávez é democrático e que o mensalão não existiu. Colocam-se acima do bem e do mal e travam uma guerra fria contra a Rede Globo e a VEJA. Vomitam sandices econômicas quase folclóricas. Inventam notícias, manipulam dados e são leninistas.

Petistas de oportunidade – para estes, não importa sequer o nome do presidente do partido. O lance é conseguir um emprego público ou um cargo de confiança no governo ou em alguma prefeitura. Querem que o governo arroche os empresários de impostos, para que mais cargos públicos possam ser criados. Proliferam a cada ano, de mãos dadas com a dívida pública.

Petistas psolistas – para este grupo, o PT não cumpriu as regras esquerdistas, politicamente corretas e socialistas prometidas quando assumiu o governo. Decepcionaram-se. A partir daí, migraram para o PSOL de Heloísa Helena, o partido que é contra o 3º mandato de Lula, mas a favor da reeleição contínua – leia-se DITADURA – de Hugo Chávez na Venezuela.

Petistas comunistas – são aqueles que acham que o PT ainda vai dar uma reviravolta comunista. Adoram Fidel, Che Guevara e URSS. Odeiam capitalismo, EUA e Israel. São anti-semitas. Entretanto, volta e meia, são flagrados no McDonald’s bebendo Coca-Cola e comendo Big Mac. Possuem celulares, microcomputadores, e todas as benesses do diabo capitalista moderno que repudiam. Escutam rock americano.

Petistas compulsórios – este é o meu grupo. Querendo ou não, pertenço a algum PT. Meu grupo é aquele que, na condição de pagador de impostos, vive reclamando do governo, mas é obrigado a pagar tributos escorchantes. Consequentemente, através dos impostos, pago o salário dos petistas de oportunidade e dos demais grupos atualmente empregados no governo. Milito através de impostos.

Qual petista você é?

http://www.diegocasagrande.com.br/index.php?do=Wm14aGRtOXlKVE5FWVhKMGFXZHZjeVV5Tm1sa0pUTkVNemd3TkRSTFFRPT1aeFAySg==

domingo, 2 de dezembro de 2007

Um outro mundo é possível


Para não passar o fim de semana em branco, deixarei um ótimo artigo do Stephen Kanitz:


Empresas Onde Todos se Divertem

Por 25 anos analisei as 1.000 maiores empresas do Brasil, e muitos professores de administração me perguntam como eu classificaria as companhias brasileiras com base nessa experiência. Daria um livro, mas, resumindo em uma única página, diria que existem cinco tipos de empresa no país.

A empresa Tipo A é aquela na qual somente o dono se diverte. Tudo gira em torno dele, tudo é feito do jeito dele. Ele é o verdadeiro deus de sua companhia e assim consegue implantar rapidamente sua visão do negócio. É o "empresário bem-sucedido" que aparece em capa de revistas, invariavelmente sozinho. É o dono da verdade, de tudo e de todos. Não preciso dizer que os demais integrantes dessas empresas não se divertem nem um pouco, não é esse seu objetivo.

A empresa Tipo B é aquela em que somente os filhos do dono se divertem. O pai, com 95 anos, ainda a controla com mão-de-ferro, mas isso já não é tão fácil como antigamente. Ele está ficando gagá, só que não percebe e já não se diverte como antes. Ele nunca quis fazer a transição de uma empresa familiar para uma profissional, muito menos entregar a companhia aos filhos. Para manter-se no poder, comprou-lhes iates e BMWs e deu-lhes cargos no conselho para fazer absolutamente nada. Não conseguindo salário compatível em nenhum outro lugar, os filhos resignados se deleitam fazendo cruzeiros mundo afora. No fundo, são os únicos que se divertem.

A empresa Tipo C é aquela onde ninguém mais se diverte. O pai de 95 anos finalmente morreu sem deixar uma equipe de administradores profissionais que pudesse salvar a companhia. Os filhos chamados às pressas do Caribe começam a brigar entre si, porque também só entendem de iates e BMWs. A empresa vai de mal a pior, e os filhos se safam vendendo-a a uma multinacional.

E aí essa elite empresarial não entende por que todos os empregados, trabalhadores e sindicalistas de empresas A, B e C são de esquerda e por que temos tantos intelectuais e professores de administração querendo acabar com tudo isso que está aí.

A empresa Tipo D é aquela na qual todo mundo se diverte. Ela não tem um único dono, é uma associação coletiva de pequenos acionistas, a maioria formada de trabalhadores da própria empresa, fundos de pensão de trabalhadores, da classe média, de médicos e engenheiros, poupando para a aposentadoria, para não depender do salário dos filhos. São as empresas de capital democrático, em que não há ações sem direito a voto, onde todos votam, como essas companhias listadas no novo mercado transacionadas todo dia na Bovespa. Elas são a concretização do sonho de Karl Marx, nas quais trabalhadores e consumidores são acionistas diretos das empresas em que trabalham ou compram, detendo assim os meios de produção.

Normalmente, o presidente dessas empresas é um administrador profissional, funcionário demissível a qualquer momento, como todos os outros. Nada de cargo vitalício como nas dos tipos A, B e C nem indicações por apadrinhamento político como nas empresas Tipo G, G de governo. O presidente dessas companhias é escolhido pela competência administrativa, e não pelo parentesco familiar ou loteamento político.

Como esse administrador depende da cooperação de todos para manter-se no poder, a opinião geral é ouvida, todo mundo faz parte da solução, ele acredita no trabalho de equipe. As idéias de todos são desejadas e levadas a sério. Nessas empresas, o presidente não destrata nem desrespeita os subordinados, jamais berra em público, não é o dono da verdade, caso contrário não sobreviveria. São empresas preocupadas com o social, e não somente com o bolso do acionista controlador, que nessas empresas nem existe. O D é de Divertido, Diversificado e Democrático. Essas são as melhores companhias para trabalhar no Brasil, infelizmente muito raras devido à proliferação de empresas dos tipos A, B, C e G.

Mas empresas Tipo D estão sendo criadas todo dia. Um outro mundo é possível, mais democrático, mais bem administrado, mais includente, mais socialmente responsável e muito mais divertido.