terça-feira, 28 de agosto de 2007

Direita x Esquerda – 1º round


Em face a embates ideológicos sobretudo via Internet por ocasião da última eleição presidencial no Brasil percebi que dezoito anos após a queda do muro de Berlim o pensamento comum de alguns setores da sociedade do país ainda parece estar em tempos de guerra fria. No Brasil onde tudo acontece depois, o debate que não houve, está décadas atrasado. Dessa forma apresentam-se inverdades e deturpações de um lado e ignorância e silêncio de outro, ao que me dispus a discorrer sobre o assunto.

Os termos “esquerda” e “direita” surgiram nos tribunais da revolução francesa onde os jacobinos se sentavam à esquerda do tribunal e os girondinos se sentavam à direita. Com a supremacia jacobina na revolução francesa, esta tomou o nobre rumo de tornar comum a decapitação de pessoas em praça pública.

Os bolcheviques de Lênin , mais tarde capitaneados por Stálin, após a revolução de 1917 conduziram a Rússia à formação da URSS. Este seria o grande modelo da ideologia esquerdista, com a implantação do comunismo baseado nos ensinamentos de Marx. Décadas depois revelou-se o saldo da aventura de humanismo e justiça social: 17 milhões de mortos e um país em colapso econômico e pobreza generalizada.

Houveram também os nacionais-socialistas, vulgos nazistas, erroneamente taxados de extrema-direita. Estes mataram menos que os comunistas, mas chegaram ao poder com discurso igualmente de apelo populista e demagógico.

Já as revoluções da direita foram um pouco mais silenciosas e menos sangrentas. O termo correto seria “evoluções”. Falar da derrocada do sistema feudalista, onde não havia mobilidade social, com o aparecimento da burguesia e da queda do sistema escravagista que foi minado pelo desenvolvimento do capitalismo mereceriam mais páginas de texto. Porém convém notar que o homem mais rico do planeta, Bill Gates , fez fortuna com idéias e bons produtos . Assim como a mulher mais poderosa, Condolezza Rice, é uma negra.

Quem se der ao trabalho de procurar o ranking Heritage de liberdade econômica (facilidade de abrir e fechar empresas, legislação trabalhista, carga de impostos, etc.) vai perceber a correlação positiva com os níveis de IDH (índice de desenvolvimento humano) e de emprego, ou seja, baixa taxa de desemprego.

Figuram no topo desse ranking países como Hong Kong, Austrália, EUA, Reino Unido, Japão, Irlanda, Espanha, Nova Zelândia, etc. O Brasil está em 77º lugar entre 156 países ranqueados, estamos praticamente no meio, em cima do muro. Nas últimas colocações estão, em geral, países africanos e as poucas ditaduras comunistas que ainda existem no planeta.


Com os dados do ranking Heritage percebemos um forte indício: a pobreza não está no capitalismo, mas na ausência ou no nível de desenvolvimento desse.

Os liberais austríacos, Mises e Hayek já haviam vaticinado o fim dos sistemas totalitários comunistas praticamente logo após a implantação dos mesmos. Isto foi recebido com espanto pelos intelectuais esquerdistas europeus, a inteligentsia européia. Não causa estranheza, portanto, o atraso de nosso “debate intelectual”, sobretudo na área de Humanas, onde esses dois autores citados são praticamente desconhecidos, enquanto o grande falseador Karl Marx ainda é estudado com propriedade e levado a sério pela nossa inteligentsia.