domingo, 30 de novembro de 2008

Memória

Por: Denis Lerrer Rosenfield

Uma nação se faz pelo culto à sua memória e pela recuperação de sua história. Seus momentos mais sublimes são exemplos a ser seguidos, seus momentos mais sórdidos são exemplos do que não deve jamais ser repetido. Assim, novas gerações vão-se formando pela educação, pelo aprendizado de seus antepassados, pelo trabalho e esforço dos que as antecederam. Desta maneira, a liberdade pode ser vivida, animada e tomada como um princípio ao qual em nenhuma hipótese se deva renunciar. A renúncia significa escravidão.

Isso implica fidelidade aos fatos, ausência de dogmatismos e, sobretudo, atitudes que não falsifiquem o que aconteceu no passado, pois esse tipo de deformação e deturpação histórica tem a função de velar posições contrárias à liberdade, abrindo caminho para novos dogmatismos, autoritarismos ou mesmo totalitarismos. Uma atitude totalitária que adote uma roupagem "democrática" contribui para que a própria democracia seja minada do seu interior, relativizando valores e exemplos.

Há pessoas e agrupamentos políticos que, hoje, se reivindicam da "resistência" à "ditadura militar", quando, na verdade, lutavam pela "ditadura do proletariado", procurando impor, pelas armas, o totalitarismo comunista no Brasil. Se a palavra resistência a eles se aplica, deveria significar resistência aos que resistiram ao seu projeto totalitário. Em vez de fazerem sinceramente o luto de suas posições, reconhecerem os seus erros e, neste sentido, contribuírem para a história do Brasil, pretendem se colocar como verdadeiros representantes da liberdade. Democraticidas se travestem de libertários.

O paradoxal, no entanto, é que têm conseguido fazer passar essa falsa mensagem à opinião pública, inclusive com proveitos próprios, pecuniários, nada desprezíveis, como são as polpudas indenizações por supostos atos de "resistência". Além da falsificação histórica, são beneficiários de uma nova forma de "reparação histórica": a "bolsa-ditadura".

Na verdade, o contribuinte brasileiro, você, eu, todos nós estamos pagando por uma das maiores empulhações da história brasileira. Os "revolucionários" perderam toda a moralidade, inclusive a moralidade da causa que diziam - e alguns ainda dizem - representar. Em vez de afirmarem - o que é o seu próprio direito - a validade moral da causa defendida, procuram extrair proveitos do Estado brasileiro, o que significa dizer do dinheiro dos cidadãos, dos mais pobres aos mais ricos. Derrotados política e militarmente, procuram uma "reparação" de algo que foi produto de sua livre escolha. Se escolheram a causa do "socialismo", do "comunismo" e da "ditadura do proletariado" são - ou deveriam ser - responsáveis por seus atos. Não deveriam transferir essa responsabilidade aos demais e, além disso, exigir que outros paguem por suas escolhas. Em vez da responsabilidade moral, o seu pleito se reduz à "bolsa-ditadura".

Imaginem se Lenin e Trotsky, tendo fracassado em sua tentativa de derrubar o regime czarista, viessem a pleitear, anos depois, uma "bolsa-ditadura", resultante do seu insucesso. As autoridades governamentais russas deveriam pagar por não terem sido derrubadas e assassinadas! Pode-se estar ou não de acordo com esses revolucionários, pode-se ou não estar de acordo com as suas posições, em todo caso não se pode dizer que não fossem coerentes com seus projetos, tendo, no caso de Trotsky, dado a vida por sua causa. Morreu no México, com uma picareta cravada em sua cabeça, num golpe desferido por um agente de Stalin, que terminou sua vida num suave repouso na Cuba castrista. Tinham dignidade moral, o que não se vê nos revolucionários brasileiros da "bolsa-ditadura".

Uma das mais belas páginas de resistência à ditadura militar foi escrita pelo jornal O Estado de S. Paulo, cuja família ofereceu um raro exemplo de defesa e afirmação da liberdade de expressão. Confrontado com a censura, a ela não se curvou. Soube resistir, substituindo as matérias censuradas por receitas de jardinagem, receitas de cozinha e trechos de Os Lusíadas. Aos censores passou as mensagens de que a liberdade deve ser cultivada como um jardim, que, sem esse trabalho, pode tornar-se uma terra inóspita; de que uma boa gastronomia aguça o prazer do gosto, do usufruto sensível da liberdade; de que um trecho de Os Lusíadas cultiva o espírito, sem o qual a liberdade se pode tornar uma palavra vazia.

Aos que não prezavam a liberdade, soube dizer que não há negociação possível em torno do que deveria estruturar uma sociedade democrática, baseada na escolha de si mesma. À opinião pública em geral, disse que havia coisas acontecendo que não podiam ser publicadas. Seguiu o princípio de Kant, conforme o qual tudo o que não pode ser tornado público é injusto. Desse exemplo quase já não se fala e, contudo, é ele que deveria ser ensinado nas escolas.

Memória significa abertura às atuais gerações de todos os documentos e arquivos desse período. Devem elas aprender com o acontecido, conhecer os personagens envolvidos, num confronto com os fatos, e não com tergiversações históricas. Antes e durante o período em que a tortura foi aplicada, outros atos igualmente abjetos foram cometidos, como seqüestros, assassinatos a sangue-frio, assaltos, bombas e mutilações feitos por grupos e pessoas que hoje, em nome desses seus atos, usufruem a "bolsa-ditadura". Torturadores, assassinos e assaltantes devem aparecer e emergir dos arquivos que não foram ainda tornados públicos.

Há mais de meio século começou o regime militar. Nada justifica que os cidadãos brasileiros não tenham amplo acesso a esse período de sua história. Todos devem conhecer em nome do que lutavam os diferentes contendores, devem aprender os diferentes significados da palavra resistência, devem fortalecer suas convicções de que, fora da liberdade e da democracia, não há sociedade que dignifique o homem.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081124/not_imp282489,0.php

Comento:

Não há o que comentar, Rosenfield foi brilhante, este texto deveria ser amplamente divulgado nas faculs e também no senado e órgãos legislativos e judiciários, afinal a "bolsa-ditadura" uma baita de uma sem-vergonhice já é uma trolha de alguns bilhões que deixa de ser revertido em algo de fato justo (melhorias sociais ou simplesmente diminuição de impostos).

Doutrinação ideológica


...Minha filha, que completou apenas sete anos e, portanto, freqüenta o primeiro ano do ensino fundamental, teve que fazer uma pesquisa sobre Zumbi dos Palmares, por conta do feriado de cunho racista, o Dia da Consciência Negra. Eu sugeri que ela levasse a reportagem O Enigma de Zumbi, também da revista Veja, pois trata exatamente do assunto pedido, de uma forma menos convencional...

...eis que sua professora simplesmente afirmou que a reportagem sobre Zumbi era falsa. Ponto. Nada mais foi dito, nenhum dado novo foi citado, nenhum argumento foi preciso...Provavelmente sem se dar conta, a professora repetiu a doutrinação ideológica que deve ter sofrido em sua faculdade. Zumbi não teve escravos. A reportagem, com base em vários estudos novos de diferentes historiadores, é falsa. Simples assim. Ela tem que ser falsa, pois, caso contrário, afeta todo o discurso politicamente correto da esquerda...

...Devemos constatar o fato infeliz de que a escravidão acompanhou a humanidade desde os primórdios. Cada povo conquistado acabava virando escravo do conquistador. O próprio termo slave vem de “eslavo”, porque os Vikings escravizaram os eslavos.

A prática nefasta da escravidão terminou com a pressão exercida desde as idéias iluministas, com base no direito natural de Locke, abraçado pelos “pais fundadores” dos Estados Unidos. A Declaração de Independência escrita por Jefferson foi uma das principais armas contra a escravidão, usada pelos grandes abolicionistas. Mas resgatar esses fatos todos não interessa nada à agenda politicamente correta da esquerda, que tenta vender uma imagem distorcida da história, onde brancos malvados escravizaram os negros inocentes.

A esquerda no fundo parece desejar a segregação em raças, alimentando o ódio por causa da cor...

Comento:
Pois é, este assunto é preponderante se não for o principal deste blog. Basicamente tento contrapor boa parte do que foi passado em aulas que tive na escola e faculdade (fiz um ano de Jornalismo), nas disciplinas de Humanas.
Interessante saber que "slaves" (que significa "escravos"em inglês) vem de "eslavos". Vou falar pro marido da minha prima que é tcheco.
Olha tem muita coisa boa nas Humanas. Eles pecam por passar esta visão maniqueísta das coisas. Bonzinhos de um lado e Mauzinhos de outro. A realidade não é assim.
Os negros eram escravizados dentro da África pelas próprias tribos rivais. Os reis africanos é que começaram a oferecer os escravos a quem quisesse, como também havia demanda e produto, pronto se fez o negócio.
Preconceito racial antes de ser crime, é algo imoral, você tem que julgar a pessoa pelos seus atos e não pela cor da pele.
O problema é que os politicamente corretos começam a falar em dívida social, criar ministérios, cargos e verbas são desviadas. Quilombolas começam a brotar como por encanto pedindo terras onde nunca houve escravidão (no norte do Paraná e em muitos outros lugares está acontecendo isso) e a picaretagem come solta.
Este é o problema desta racistização oficial que estão promovendo.

Tarefa de casa

Leiam os parágrafos abaixo e tirem suas conclusões:

fiz aquela afirmação com base numa pesquisa do Datafolha que demonstrava que os valores do tal ‘povo’ são conservadores. E que nenhum partido, nem o DEM, assume essa perspectiva. Dou um exemplo claro: a população brasileira é majoritariamente contrária ao aborto. Mas não há um só partido com essa diretriz no país. Pior: os líderes políticos preferem driblar o assunto. Por quê? Medo de uma imprensa que é majoritariamente pautada pelos valores de esquerda”.

http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/2008/11/de-paves-e-urubus.html

E:

É bom, mas pega mal. É ruim, mas pega bem.

Outro exemplo interessante desta covardia foi no caso do Referendo das Armas. Se lembrarem, na Comissão "do Desarmamento" da Câmara tínhamos ali alinhados uma boa leva de esquerdistas metidos a humanistas, alguns esquerdistas honestos e, no meio deles, víamos perdido o nome de ACM Neto.

Sim, ACM Neto! Fazia algum sentido esta opção do deputado? Ela condizia com o papel de liderança da oposição que o jovem deputado almejava? Ela era coerente com o auto-proclamado alinhamento de "centro-direita" de seu partido? Mais do que tudo, faz parte de um suposto conjunto de idéias e soluções para Segurança Pública do partido a que pertence a restrição completa na venda de armas de fogo? Porque, se sim, então o Democratas é igual a todos os outros partidos da esquerda brasileira, e não sei se é isto que o partido busca ser... E

Enfim, este é um exemplo do que eu imagino serem alguns conselheiros de políticos que lhes sopram "Olha, isto é uma droga, mas pega bem, entra nesta onda".

http://angelodacia.blogspot.com/2008/11/bom-mas-pega-mal-ruim-mas-pega-bem.html

O que penso:

Realmente os políticos em geral no Brasil ou não tem ideologia nenhuma, são simplesmente fisiológicos e não tem peito e QI pra defender algumas causas que são um tanto quanto espinhosas ou quando têm ideologia é uma tosquice só, geralmente pautada por pretensos humanistas.

No Equador foi mais forte

O presidente Rafael Correa, do Equador, padece de uma forma particularmente virulenta da doença infantil do populismo - aquela que leva seu portador a considerar ilegais e ilegítimos todos os empréstimos tomados por seu país, nos tempos em que ele ainda não havia assumido o poder para redimir o seu rebanho. No Brasil, durante mais de duas décadas, o PT e alguns partidos de esquerda pregaram o calote, a pretexto de sanear finanças viciadas e moralizar costumes degradados pela dívida externa. Felizmente, quando o PT chegou ao poder pelas mãos do presidente Lula, prevaleceu o bom senso deste e o assunto foi prudentemente esquecido.

Com o presidente Rafael Correa foi diferente. Candidato, ele satanizou a forma como o Equador se endividou. Presidente, constituiu uma comissão para auditar a dívida externa, contraída entre 1976 e 2006, tomando o cuidado de escolher pessoas politicamente comprometidas para examinar uma questão eminentemente técnica, dos pontos de vista financeiro e jurídico. O resultado, como não poderia deixar de ser, foi que a comissão descobriu ter havido uma imensa conspiração entre organismos multilaterais, bancos com atuação internacional e autoridades equatorianas - de todos os governos, destes últimos 30 anos - para afogar o país numa dívida que hoje chega a US$ 10 bilhões...

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081125/not_imp283053,0.php

Realmente o PT tinha um tipo de discurso antes e quando governo teve o bom-senso de não enfiar os pés pelas mãos.

Isso corrobora uma tese que tenho que sustenta que a esquerda sempre fala merd... e que você pode ser contra tudo que eles falam mesmo que você não conheça o assunto, ou seja, é só saber a opinião deles sobre alguma coisa que você já pode saber que o correto é o inverso do que eles pregam.

Esta questão do endividamento é interessante. Sempre culparam os credores que emprestaram o dinheiro, mas nunca os governos perdulários e ineficientes que fizeram mal uso do recurso.

Imagina o seguinte. Um vizinho seu tá na pindaíba, gastando mais do que ganha. Você empresta dinheiro pra ele e o aconselha a gastar menos do que ele arrecada para que ele possa formar poupança.

O cara nem dá bola pra você, gasta mais ainda, não tem dinheiro pra te pagar e depois acha ruim pela cobrança dos juros (que ele só acha alto depois que fez o negócio e gastou toda sua grana), finalmente diz que você é o culpado pela situação dele e que não vai te pagar.

É mole?

Ôôôô paixããooo!!!!!!!!




Ondas internéticas chegam ao meu cérebro mandando a seguinte mensagem da cabeça de alguns navegantes: "Uhmm, quer dizer que o dr. veterinário campograndense só coloca músicas Pop internacionais. É bem estrangeirista mesmo."

Então pra vocês vai essa aí. A Maria Cecília é uma graça, a música é muito boa, não é o chororô cornista que abunda no sertanejo meloso. Aliás nem sei como estão classificando este tipo de som, se é sertanejo universitário, um pouco mais pop, sei lá, mas a música é muito boa.

Tem uma outra chamada "Coisas esotéricas" (e não "exotéricas" como andei lendo no youtube) que também é muito boa.

Vocês aí de fora do MS, peçam na rádio Maria Cecília e Rodolfo, "Você de volta" ou "Coisas esotéricas" ou as duas juntas.

"...Tudo que eu quero é você de volta/ tô te esperando vem bater na minha porta/ eu amo você, eu só sei te querer/ minha vida tem sentido se tiver você..."

Do Kibeloco

Esqueci de postar aqui antes, já vou direto pro link deles.

Wonarllevyston Marllon Branddon,13 anos, entra na Justiça para mudar nome

A Justiça do Mato Grosso do Sul realizou uma audiência inusitada em junho de 2007. Um menino de 13 anos entrou com uma ação para alterar seu nome e o juiz teve que ouvir sua mãe, a fim de entender porque havia batizado o menino como Wonarllevyston Garlan Marllon Branddon Bruno Paullynelly Mell —havia mais quatro nomes, que foram ocultados pela Justiça para preservar o garoto.

...

Mas o fato de a lei ter feito com que diminuíssem o número de casos como o de Wonarllevyston, não impediu que a Justiça de Mato Grosso (sic) recebesse recursos de pessoas que pretendiam alterar suas certidões, a fim de trocar nomes como Altezevelte, Alucinética Honorata, Claysikelle, Frankstefferson, Hedinerge, Hezenclever, Hollylle, Hugney, Khristofer Willian, Maxwelbe, Maxwelson, Mell Kimberly, Necephora Izidoria, Starley, Uallas, Udieslley, Ulisflávio, Venério, Walex Darwin, Wallyston, Waterloo, Wildscley, Wochton, Wolfson, Yonahan Henderson, Locrete.

http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/58057.shtml


Wonarllevyston!? Nossa, que é isso. Ainda bem que ele vai mudar de nome.

Nem vou comentar que no meio da reportagem que começa e termina certa falando Mato Grosso do Sul, MS, eles soltam um "...a justiça do Mato Grosso...".

Na faculdade tínhamos um veterano que reprovou e se tornou nosso colega, reprovou de novo e ficou com nossos calouros, reprovou de novo e jubilou.

Seu nome: Welckeyshayney.

Apelido que lhe deram: Zé.

Mas é bom ressaltar que ele era de Rondônia. Um rondoniense com três Ípsolons (Y's) no nome.

O Mário dizia que a irmã dele devia se chamar Shana Walker, sendo que a tradução desse nome não dá pra publicar num blog de família como este aqui.

Aliás, por onde andará o Welckeyshayney, vulgo Zé?

domingo, 23 de novembro de 2008

Alvíssaras

C. Mouro reapareceu!!!Alvíssaras!!!

Grande comentarista da blogosfera. Seus comentários valem como posts ou até mais.

Estava preocupado com você, C.Mouro, iria até noticiar aqui se alguém sabia de seu paradeiro. Escrevi pro Constantino, pois nunca mais havia visto seus comentários por lá, ou no RA ou Aluízio. Ele até me acalmou dizendo que havia falado com você e que estavas um pouco cansado de tantos debates.

Então é um grande prazer ver que você escreveu lá naquele post do Coronel Leôncio falando pro Obama. Preferi escrever aqui do que lá nos comentários, pra garantir que você visse.

Por favor, meu e-mail é: augustoaraujo_vet@yahoo.com.br

Mande-me seu e-mail, afinal me parece que você não tem blog ou orkut pra pelo menos ficar sabendo que está tudo bem.

Quem quiser me escrever também já fica dado o e-mail, mas por favor sem spams inúteis.

E, C. Mouro: Fogo nos botocudos!!!Fogo neles!!!

sábado, 22 de novembro de 2008

Aos navegantes

Como estou sem muito tempo este fim de semana e também acho que a inspiração não deu o ar da graça, fiz um apanhado de artigos e um link para uma entrevista no rádio.Mas acreditem, são todos assuntos ótimos e representativos.

Talvez eu aumente meus comentários nos posts de cada texto abaixo, ou faça novos posts sobre eles, ou ainda coloque ilustrações (risos), não sei, mas de qualquer forma o conteúdo essencial está aí.

Boa semana a todos e grande abraço.

Música para os ouvidos. Colírio para os olhos.



Nelly Furtado.

Ai, ai, se eu tivesse naquele auditório eu ia inundar o ambiente de saliva.

Reserva Legal

Por: Xico Graziano:


...Neste e, principalmente, no caso da reserva legal, as discussões que aproximam ambientalistas e ruralistas implicam concessões no fundamentalismo existente em ambos os lados. Lideranças mais radicais dos agricultores querem acabar com a RL. Argumentam que, se o governo quiser manter tais áreas impedidas para o uso agropecuário, que indenize os produtores rurais. Ecologistas extremados, por sua vez, exigem a qualquer custo que os agricultores cerquem e abandonem a área da RL, mesmo que ela esteja explorada há décadas.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081118/not_imp279275,0.php

Quem teve aula com o Zé Jão? Euuuu.

Quem sabe o que é reserva legal? Euuuu.

Quem é contra? Euuuu.

Estes dias uma bióloga quis me esganar porque eu falei que esta lei da RL iria cair. Não vai. Vai ficar na morosidade, num me engana que eu gosto.

Ao pé da letra não deveriam ser plantadas bananas nos morros do litoral paulista, nem café em Minas, nem criar gado no Pantanal. Arroz no brejo então, negativo.

Bom isto é de menos, afinal é APP e não sou contra elas. Na verdade creio que a mata ciliar, é que deve ser religiosamente protegida.

Agora, quanto a Reserva Legal (RL). De que adianta cada fazenda ficar com sua bolinha de mata isolada?

Eu falei pra bióloga que eu era a favor das APP`s e que se criassem parques municipais extensos, ou por biomas e desonerassem as fazendas da RL. As APP's poderiam até formar corredores ecológicos (geralmente margeando os rios) para tais parques.

Hoje, na prática isto é muito difícil de ocorrer. Custo alto e quem gostaria de ser vizinho de uma reserva cheia de onças para comer bezerros ou capivaras et caterva para serem sócias na lavoura?

A verdade é que temos um monte de parques. Se não me engano as áreas somadas são maiores que o estado de São Paulo.

Este é um outro assunto que os produtores terão que sair para o debate. É quase análogo a questão indígena. Estão enrolando, enrolando e uma hora a bomba explode.

Se dependesse dos "verdes" brasileiros, provavelmente boa parte da Holanda não existiria, afinal os holandeses fizeram diques e dragaram o mar para aumentar seu território. Nossa, uma afronta ao planeta Terra!

Voltando à RL, eu devo ser o radical que o Xico mencionou. Na comunidade Meio Ambiente e Agricultura eu disse exatamente aquilo. Se quisessem que parte de uma área rural (fora APP) ficasse sem uso, que pagassem por isso. Na Costa Rica funciona assim. Bom, mas lá é pequenininho e os Greenpeaces da vida conseguem arrumar dinheiro pra isso. Já o Brasil é um tanto mais extenso...

A bióloga que conversava comigo disse que nós somos apenas mais uma espécie no planeta. Eu disse que se dependesse deles nós ainda estaríamos em cima das árvores comendo bananas e sendo presas de predadores.

A conversa acabou aí.

Brasileiros, go home!

Xenofobia contra brasiguaios

Por Geraldo Resende

... A verdade é que assistimos, hoje, a uma onda de xenofobia nunca vista na história da América do Sul. Relatei no meu pronunciamento, que ao mesmo tempo em que os líderes sul-americanos e latino-americanos discutem o fortalecimento do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a instalação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), milhares de brasileiros que optaram por morar, trabalhar, investir e criar suas famílias no Paraguai, estão sendo tratados como inimigos do povo paraguaio.

E pasmem os leitores: em nome de uma onda nacionalista, alguns políticos paraguaios tem chegado ao ponto de incentivar a invasão de propriedades em nome de brasileiros. Hoje, o Paraguai só perde para os Estados Unidos em número de imigrantes brasileiros, mas esta propaganda nacionalista que está sendo feita por lideranças radicais pode provocar o enfrentamento, sobretudo nas regiões de fronteira, criando uma espécie de guerra civil velada que pode acabar em mortes, se providências diplomáticas não forem adotadas com urgência.

Esta situação exige uma resposta rápida do Ministério das Relações Exteriores, mesmo porque os mais de 400 mil brasileiros que hoje vivem no Paraguai não são invasores. É preciso lembrar que eles foram atraídos pela promessa oportunidades e, em pouco mais de 30 anos, transformaram o Paraguai num dos maiores exportadores de grãos e carne da América do Sul, gerando milhares de empregos diretos e indiretos.

Este talvez tenha sido o "crime" cometido pelos brasileiros, já que o crescimento econômico liderados por eles provocou um sentimento nacionalista e xenófobo de setores da sociedade brasileira, principalmente de movimentos sociais que defendem a expropriação de terras em nome de brasileiros para a realização de um amplo projeto de reforma agrária.

É bom lembrar que milhares de paraguaios atravessam a fronteira todos os dias para usufruir dos serviços de saúde que são bancados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto outros milhares trabalham no lado brasileiro e não são poucos os paraguaios que têm propriedades no nosso País.

Ora, se nós respeitamos o direito de propriedade dos nossos irmãos paraguaios, convivemos harmoniosamente com os paraguaios natos e seus descendentes, não negamos atendimento médico-hospitalar ou qualquer outro direito que eles possam ter em solo nacional, então não podemos aceitar que em alguns Estados paraguaios os brasileiros venham sendo tratados com tamanha discriminação.

http://www.oprogresso.com.br/not_view.php?not_id=38592

Comento:

Quem se elegeu lá? Quem está com o poder? Quem cria inimigos externos e exporta as culpas dos próprios males?

São os rojitos paraguaios, fazendo o que os esquerdiotas pregavam por aqui anos atrás. Só falta falarem: "Brasileiros, go home!", "Abaixo o imperialismo brasileiro.", " Fora BNDS! "(Este já falaram, só que no Equador do outro rojito).

Crie abutres e eles te comerão os olhos.

Um ex-guerrilheiro honesto

Acessem este link:

http://int.limao.com.br/eldorado/audios!getPlayerAudio.action?destaque.idGuidSelect=B5B3280A877A4DB18A11731A89044540


Quem fala é o ex-guerrilheiro Paulo de Tarso Venceslau, ex-preso político e economista.

Tarso revela lucidez e honestidade. A luta armada não levaria à democracia mas sim a um outro regime autoritário. Houveram erros dos dois lados e ele não coaduna com os ex-companheiros que mataram um amigo seu (o tal justiçamento) em nome de uma ideologia.

Agora me digam: Se eles eram mataram até os próprios companheiros por pura discordância metodológica, imaginem o que fariam com os que consideravam inimigos?

Escutem e pensem.

Liberdade


Por: Rodrigo Constantino

...Por falar em Lincoln, Martin Luther King Jr., em seu conhecido discurso no Lincoln Memorial em 1963, sobre o sonho de viver numa nação onde os indivíduos fossem julgados pelo caráter, e não pela cor, disse: "Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e da Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória, da qual todos os americanos seriam beneficiários. Essa promissória dizia que todos os homens, sim, o homem branco e o homem negro, teriam garantidos os direitos inalienáveis de 'Vida, Liberdade e busca da Felicidade'. [...] Eu tenho um sonho de que um dia esta nação se erguerá e viverá para sempre o verdadeiro significado do credo: 'Consideramos estas verdades evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais'".

No Brasil, o combate à escravidão contou com um forte aliado na figura de José Bonifácio, o Patriarca da Independência. Seus argumentos, em discurso pronunciado na Assembléia-Geral em 1824, eram claramente influenciados pela visão liberal dos “pais fundadores” americanos.... Em resumo, a escravidão é injusta, pois ignora que todos os homens merecem tratamento igual perante as leis, e que nascem livres.

Como fica claro acima, a escravidão, uma prática comum até poucas décadas atrás, foi finalmente abolida no Ocidente, graças às idéias iluministas com base no direito natural à liberdade.

PS: Muitas pessoas, vítimas de uma mentalidade marxista, acreditam que a escravidão acabou apenas por fatores econômicos. Nada mais falso! Em primeiro lugar, essas pessoas precisam explicar porque demorou tantos séculos para isso. Em segundo lugar, devem explicar também porque foram os países mais liberais do Ocidente que acabaram com tal prática, apesar de interesses contrários dentro desses próprios países. Não devemos esquecer que a escravidão continuou por muito mais tempo dentro da própria África, por exemplo, e que os países comunistas também mantiveram este regime nefasto. No fundo, a visão de mundo que julga todos os acontecimentos apenas como resultado de interesses econômicos dá um triste atestado sobre o caráter da própria pessoa. Como disse Benjamin Franklin, “ele que é da opinião que o dinheiro fará qualquer coisa pode muito bem ser suspeito de fazer qualquer coisa por dinheiro”. Há muito mais que dinheiro no mundo. A paixão pela liberdade não pode ser comprada...

http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2008/11/declarao-da-abolio.html

Intelequituais

Por: Thomaz Sowell

...Durante os anos 1930, alguns dos mais importantes intelectuais nos Estados Unidos condenavam nosso sistema econômico e apontavam para a economia soviética de planejamento central como um modelo – tudo isso no instante em que literalmente milhões de pessoas estavam morrendo de fome na União Soviética, num país com um dos solos mais ricos da Europa e que historicamente tinha sido um exportador de alimentos.

O correspondente em Moscou do New York Times, Walter Durantly, ganhou o prêmio Pulitzer por dizer à intelligentsia o que ela queria ouvir – que as alegações de fome na Ucrânia eram falsas. Depois que o jornalista Macolm Muggeridge relatou, da Ucrânia, as mortes por inanição em escala industrial, ele caiu no ostracismo, após voltar à Inglaterra e não conseguir emprego.

Mais de meio século depois, quando os arquivos da União Soviética foram finalmente abertos no governo de Mikhail Gorbachev, descobriu-se que aproximadamente seis milhões de pessoas tinham morrido de fome naquela época – mais ou menos o mesmo número de pessoas mortas por Hitler no Holocausto.

Nos anos 1930, foram os intelectuais que deram de ombros aos perigos da ascendência de Hitler e clamavam pelo desarmamento do Ocidente.

Não seria difícil preencher um grande livro com todas as coisas sobre as quais se enganaram grosseiramente os intelectuais, e isso apenas no século XX – muitíssimo mais que as pessoas comuns.

A história inocentou completamente o falecido William F. Buckley, que dizia preferir ser governado pelos 100 primeiros nomes do catálogo telefônico de Boston do que pelos professores de Harvard...


http://www.midiasemmascara.org/?p=450#comment-1876


Como diria o Marcelo Tas, "Rapaaazzz". Putz, o Sowell cag... na cabeça de uns "intelequituais". Deixei meu comentário lá no texto original, está no link. Espero que também não se faça caça as bruxas com os letrados.

Sowell é um afro-descendente (mode politicamente correto ON), que escreve artigos ótimos.

Aliás, à exceção dos exageros do Olavo - que, diga-se de passagem, tem escrito pouco por lá - o Mídia Sem Máscara é muito bom. Acho que uma hora linko-o aqui.

Fogo nos botocudos!!!

Os esquerdistas, remanescentes dinossauros da guerra fria, saudosos da estupidez comuno-fascista podem vaticinar o fim do capitalismo, entretanto, tal premonição não passa de uma tremenda idiotice e perda de tempo.

http://aluizioamorim.blogspot.com/2008/11/ningum-detm-cincia-que-turbina-o.html


He, he , he. O Aluizio não economiza palavras. Mas acho que até os tais "críticos" do capitalismo já enjoaram de vaticinar o fim dele. Falam que agora acabou o (neo)liberalismo. Mas Pedro Sette Camara já apontou que o liberalismo nunca existiu.

http://www.ordemlivre.org/node/370

Eterno debate, mas que o parágrafo do Aluízio ficou engraçado, ah isto ficou.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Mais um mito a tombar


Está difícil manter a linha marxista hoje em dia. Depois do humanista genocida Che, a revista VEJA traz um retrato mais fiel e menos romantizado de Zumbi dos Palmares, baseados em recentes estudos históricos.

... Ao longo do século XX, principalmente nos anos 60 e 70, sob influência do pensamento marxista, Palmares foi retratada por muitos historiadores como uma sociedade igualitária, com uso livre da terra e poder de decisão compartilhado entre os habitantes dos povoados. Uma série de pesquisas elaboradas nos últimos anos mostra que a história de Zumbi e do quilombo dos Palmares ensinada nos livros didáticos tem muitas distorções. Muito do que se conta sobre sua atuação à frente do quilombo é incompatível com as circunstâncias históricas da época...

...Os novos estudos sobre Palmares concluem que o quilombo, situado onde hoje é o estado de Alagoas, não era um paraíso de liberdade, não lutava contra o sistema de escravidão nem era tão isolado da sociedade colonial quanto se pensava. O retrato que emerge de Zumbi é o de um rei guerreiro que, como muitos líderes africanos do século XVII, tinha um séquito de escravos para uso próprio. "É uma mistificação dizer que havia igualdade em Palmares", afirma o historiador Ronaldo Vainfas, professor da Universidade Federal Fluminense e autor do Dicionário do Brasil Colonial. "Zumbi e os grandes generais do quilombo lutavam contra a escravidão de si próprios, mas também possuíam escravos", ele completa...

..."Não se sabe a proporção de escravos que serviam os quilombolas, mas é muito natural que eles tenham existido, já que a escravidão era um costume fortíssimo na cultura da África", diz o historiador carioca Manolo Florentino...

http://arquivoetc.blogspot.com/2008/11/zumbi-pode-ter-sido-dono-de-escravos.html

Zumbi, Che, Guerra do Paraguai, surgimento do capitalismo e tantos outros fatos históricos tudo isso foi manipulado passando um viés de luta de classes.

Constitui-se num problema prático de relevância?

Olha talvez não tanto. Mas se constitui um pouco sim. Como disse Reinaldo Azevedo, é um parasita do amarelão ideológico. Não mata, mas atrasa e enfraquece formando opiniões - e consequentemente ações - simplistas.

E, para o bem da verdade, não é bom a criação de mitos baseados em mentiras.

Descontraindo



Ufa! Larga mão de ficar falando só em conflito, etc.

A gatinha acima se chama Marie Digby e tem bastante vídeos caseiros no youtube (nããoo, não é de sexo), mas sim de músicas covers e algumas próprias também. Além de linda, canta bem e ainda toca violão, ai, ai, será que ela não quer namorar comigo? Vou propor esta conexão EUA/MS para ela.

Aí ela toca "Makes me wonder" do Maroon 5, mas tem uma do Linkin Park, "What I`ve done" e que ela toca piano (!) que também é muito legal.

Ai, ai...

Heckwatch, continuação

Mais algumas coisas do texto de Heck que não comentei e são interessantes para mim.

Quando a autora de tais disparates afirma "Nós derramaremos até o último sangue nosso, mas nós vamos defender o que é nosso... Não podemos entregar nosso Brasil aos guerrilheiros do passado que hoje se postam de heróis" (Correio do Estado 13/11/08 página 11) nada mais está fazendo do que falando em causa própria, pois grande parte das terras da Terra Indígena Nhanderu Marangatu, já homologada pelo Presidente Lula, continuam ocupadas por parentes da mesma.

A autora é Roseli Maria Ruiz da ONG Recovê. Por certo Heck acha que ela deveria ficar inerte e não agir mediante o assalto às propriedades rurais de sua família.

Ao redor da cruz onde foi assassinado Dorvalino Rocha, liderança Kaiowá Guarani de Nhanderu Marangatu, centenas de indígenas participantes da Aty Guasu da luta pela terra e da memória dos que tombaram na defesa dos direitos de seu povo, fizeram seu ritual.

Caramba, porque ele não escreve Caiuá? Os índios eram ágrafos, não tinham alfabeto, não escreviam nada, porque então complicar no nome deles? Eu sei, é pra dar um ar de "diferentes", não brasileiros. VSF!

E viram como eles precisam de mortes? Não sabem agir por vias legais, insuflam, insuflam, até surgir um índio mais exaltado que acaba sendo assassinado. Não, não compactuo com mortes. Mas este indigenistas têm que saber que as mãos deles também estão sujas de sangue. São eles que transformam os índios em bucha de canhão.

O retrato de Marca de Souza é colocado aos pés do xiru (uma espécie de altar em torno do qual se fazem os rituais)... A filha de Marçal, Edna de Souza, não conteve a emoção da homenagem ritual da memória de seu pai, estando os assassinos impunes.

É Marçal de Souza, seu burro. E o proprietário rural acusado de ser o mandante perdeu suas terras, vive hoje numa cadeira de rodas, pois tamanho o desgosto que teve um derrame cerebral. Vive em lamúrias e chorando. Foi absolvido nos dois julgamentos. Infelizmente não tenho nenhum link, mas li a matéria no Correio tempos atrás.

Durante o ritual foi lido o belo poema do cineasta Joel Picini "O banguela dos lábios de Mel. Nele o poeta diz "Apesar de estar exilado no meu próprio chão, eu ainda sou índio.. .apesar de ser vagabundo por opção, incapaz de acumular, eu ainda sou índio...Apesar de comer milho e ser humilhado, comer mandioca e ser ensopado, eu ainda sou índio...".

É Joel Pizzini, com dois Z`s. Burrrrrro (tô falando do Heck que troca todas as letras dos nomes).

O Joelzinho morava na mesma quadra que eu no Primeiro Plano em Dourados. Tenho um livro de poesias dele, que têm até dedicatória ao meu finado pai, que foi muito amigo do pai dele. O livro se chama "Um Programa de Índio".

...em Dourados, representantes do Ministério Público, políticos, representantes da Famasul, lideranças indígenas, representantes do Cimi e da Diocese de Dourados, por intermediação de D. Redovino sentavam numa mesa de conversação num diálogo que ajudasse a superar determinadas barreiras e mal entendidos. Foi considerado um momento histórico. "Pela primeira vez, toas as partes envolvidas na demarcação das terras indígenas foram consultadas sobre o assunto...O encontro foi um marco histórico, pois nunca a Igreja tinha promovido um encontro com todos os setores envolvidos no problema, observou o vereador Eduardo Marcondes". (O Progresso, 12/11/08).

Eduardo Marcondes é pai de um antigo colega meu. Votei nele para deputado, podem votar nele quem for do MS.

Oxalá o encontro surta bons frutos. Mas se o Cimi estava lá, porque Heck que é chefe local não compareceu? Hum...

Obamania

É melhor ler certas coisas do que ser cego. Todos sabem do derretimento midiático em torno do novo astro global, mas este texto que peguei foi demais. Eu entremeei alguns "comentários".

"...Barack é o primeiro presidente que o mundo enxerga na capacidade de salvador, estando para o todo, mais que imputável líder da atualidade deste planeta; coroado pelo rubro sangue das vidas findadas, das balas entorpecidas fincadas na inocência sem direito do choro lúdico, da dor sentida ao vivenciar estampidos lancinantes, do calar em noites de guerra..."

!?

"...A partir de agora viveremos uma clama intangível. Estamos abençoados por uma nova forma de fazer, ver e entender política. Obama, desde já, é um mito vivo regido no vácuo da esperança estilhaçada pelo Bush regado as suas idéias boçais..."

Uhum

"Obama protege o mundo contra si mesmo. Bush entrega o mundo para o mal que é o bem e o bem que é o mal criado por ele nas evidências do Osama e sua gangue de malucos."

Acho que o maluco não é só Osama.

"Vivenciamos na história, o apogeu político de um negro bonito, com uma esposa bela, de bumbum empinado, sorriso feliz, dentes belos, advogada bem sucedida."

Arre!

"Há finalmente na Casa Branca um presidente como Kennedy, donde se vê o misto da elegância, inteligência e sexo sem o puritanismo desvanecido como se o líder fosse o Espírito Santo em presença muito viva. "

Precisa comentar?

"Obama é real. Bush é macabro. Obama é o maestro da esperança mundial numa luta que terá início em 20 de janeiro de 2009...Obama agora é nosso! "

Este cara deveria escrever mais vezes, poucas vezes li coisa tão divertida na net.

http://www.campogrande.news.com.br/canais/debates/view.php?id=4215


Heckwatch

Peguei o termo do Resistência, onde eles acompanhavam os artigos do Elio Gaspari em tópicos chamados Gaspariwatch.

I'm watching you Heck.

Heck está em êxtase com a manchete do Correio do Estado do dia 12/11/08: "Produtores rurais declaram guerra aos índios."

Manchete sensacionalista e enganosa. Deveria ser publicamente desmentida pela classe. O que houve foi uma declaração contra a política demarcatória da FUNAI, desapropriações sem indenizações, laudos picaretas, etc.

Mas para Heck é tudo que ele queria para propalar sua luta de classes no cerrado. Que povo nojento.

Talvez alguns não compreendam porque escrevo aqui, porque dedico parte do meu tempo a isso. Basicamente é só pra registrar meu desacordo com o estado de coisas. E isto conflui com a notícia do assentamento da Eldorado.

Explico. Este povo "da esquerda", vamos dizer assim, são bons em uma coisa: identificar um mal, tipo a pobreza, a miséria, mas na hora de prescrever o remédio, aí meu amigo, é só cag...

Não há um só país do mundo em que as idéias da esquerda foram postas em prática que não geraram mais miséria, injustiça e coisa ruim.

A reforma agrária é uma gastação de dinheiro e que não melhora a vida das pessoas, simplesmente ela é ineficiente, os porquês disso são vários, mas a sociedade comprou a idéia dos latifundiários do mal, etc, etc, então que ela arque com o custo destes assentamentos que se transformam em favelas rurais.

A questão indígena é semelhante. Se depender da turma de Heck voltaríamos à idade da Pedra.

Mas volto a manchete do Correio. Sensacionalista e enganosa, mas Heck exulta com ela. É isto que eles querem, conflitos, sangue, mártires, exploradores de um lado, explorados de outro, tudo numa ótica maniqueísta e simplista.

Aliás Heck lê o Correio do Estado, e ainda não respondeu meu artigo "A valentia dos vermelhos". Estou esperando Heck.

Brasil - Produtores rurais declaram guerra aos indios

Egon Dionísio Heck


Um tanto atônito e perplexo olho atentamente a manchete. Por instantes pensei estar sendo traído pela visão. Os olhos escorregam rapidamente para a imagem logo abaixo. Uma senhora com expressão de ódio, envolta na bandeira nacional, diante de microfones. Inicialmente pensei que se tratava de uma chamada do início do século 19, ditada pelo rei de Portugal refugiado no Brasil, declarando guerra justa aos índios que estavam atravancando o progresso da colônia. Logo percebi o engano. Olhei então a data do jornal - 12 de novembro. Cenário: Assembléia Legislativa do Mato Grosso do Sul...

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=36019

Correio de Domingo

Sugiro a leitura do Correio do Estado de ontem, 16/11/08. Como eles fornecem uma espécie de pdf, não consigo copiar e colar aqui.

Matérias de interesse:

- Assentamento vira favela rural de 150 milhões: sobre a antiga fazenda Eldorado, que foi comprada por 150 milhões de reais e hoje abriga somente barracos. De grande fazenda produtiva se tornou favela rural improdutiva.

- Entrevista com Roseli Ruiz, sobre as demarcações indígenas: Roseli é presidente da ONG Recovê (não sei o porquê deste nome) que representa produtores rurais nesta questão.

http://www.correiodoestado.com.br/ldi/?idEdicao=545


No link acima você vê a edição de ontem. Para virar a página é só clicar no canto da "folha"do jornal. Para ler clique em "ampliar".

Para ler o Correio do Estado a partir do site (lin abaixo), procure na tela uma barrinha que está escrita "edições anteriores", vai para uma tela com as 5 edições anteriores do Correio. Clique na do dia 16/11/08, vai aparecer uma cópia do jornal em miniatura, para virar a página é só clicar em baixo da "folha" do jornal, para ler deve-se clicar em "ampliar", é só esperar carregar que aparece em tamanho grande.


Link pro Correio:

http://www.correiodoestado.com.br/

Sobre o post abaixo

Foi uma chacota anti-politicamente correta. Um senhor de escravos de novela mandando o presidente eleito da nação mais rica do mundo ir trabalhar.

Ainda mais que este presidente está sendo incensado por ser o primeiro negro (a mídia extinguiu a classificação "mulato"ou "mestiço") a ocupar tal cargo, numa demonstração de que a população americana defenestrou o racismo.

Achei que alguns entenderiam e dariam risadas. Achei que uns não entenderiam e falariam: "É preconsseitú!É racismu!".

Ninguém falou nada, então sigo adiante.

domingo, 9 de novembro de 2008

Do coronel Leôncio para Barack Obama


Músicas







Falei do Bon Odori, os dois vídeos acima são versões de uma mesma música que toca lá. O segundo vídeo é o original com uma japonesinha cantando uma canção que foi boa parte baseada no som ocidental. E o primeiro é uma ocidental que gostou da música e fez uma versão em inglês (e ela é inglesa mesmo).

Mais vagaba impossível. Gostei dos dois vídeos e postei aí. A dancinha no Bon Odori é bem mais legal, não tem essa putaria da inglesa. Mas eu gostei da inglesa também viu?

O que eu digo da eleição gringa




Perdi um whisky. Sim, saco. Perdi um whisky. Este foi o acontecimento mais relevante para mim.

Apostei há quase um ano atrás. Foi uma aposta nos azarões republicanos, haja visto a impopularidade de Bush, contra os democratas. Achava que seria o Rudolph Giulliani contra a Clinton. Nem um nem outro, mas perdi.

Esse clipping de artigos abaixo ficou bem interessante. Faltaram alguns medalhões, o RA está com problemas no arquivo do blog e não consegui pegar o post mais específico dele sobre o tema. O Janer basicamente focou na obra de Monteiro Lobato que previa a eleição de um negro para presidente dos EUA.

Protesto! Obama não é negro, mas sim mestiço. Como querem adulá-lo pela cor da pele! "O primeiro negro, o primeiro negro...". Não ouvi tanta balbúrdia com a Condollezza Rice ou com o Colin Powell. Será por serem republicanos? Ah, dane-se, se quiserem eu também o chamo de primeiro negro ou afro-descendente ou afro-negão (by Hélio de La Penha) presidente dos EUA.

Vou tentar colocar alguns pontos a mais:


  • Sobre o frisson no eleitorado, na mídia e em algumas hostes "progressistas":

A catapora da idiotia chegou aos Estados Unidos

Sim, a doença foi se espalhando. Primeiro no MS com a eleição em 98. Depois no Brasil com a eleição presidencial em 2002. E agora nos Estados Unidos.

Qual a vantagem disso? É que ela dura um ou dois mandatos. Depois os eleitores caem na real que não adianta depositar sua fé em falsos líderes, verdadeiros mercadores da ilusão.

Aliás, não estou me referindo ao Obama, mas sim ao eleitorado de Obama.

São poucos os que compreendem os alicerces de uma sociedade próspera. A verdadeira mudança está dentro de cada um, e não em algum suposto burocrata messiânico.

Uma outra vantagem é a alternância de poder com o outro grupo se esforçando para ser melhor que o antecessor. A competição da democracia favorece o aperfeiçoamento do sistema. Mas isso também depende da mentalidade do eleitorado.

Mas o que aconteceu, ou melhor, que está acontecendo, não duvidem, não passa de uma catapora.


  • O Rúcula Gate

Obama conclamou os agricultores a diversificarem a produção, sugeriu a rúcula.

Isso é de uma idiotice sem fim, mas é bem coisa da left mesmo (estou me americanizando more and more). Eles não gostam de agricultura de escala, chamam de monocultura. Ora, as lavouras comerciais de milho e soja produzem a base da alimentação de aves e suínos, e também, nos States, dos animais confinados.

Rúcula, meu filho, é coisa de cinturão verde, baixa escala. É só comparar o consumo de rúcula com o de carnes e também os derivados do milho e soja.

Obama mostrou aí, no mínimo, desinformação.


  • Milho, soja, carne e etanol
O que escreverei abaixo faz parte de uma lógica baseada na retórica dos candidatos, mas como sabemos que discurso é uma coisa e prática é outra, as coisas podem mudar. Mas vamos lá.

McCain, como Republicano, tinha um discurso mais chegado ao livre-comércio e estava disposto em comprar etanol do Brasil. Obama, Democrata mais proteccionista, disse que não gostaria de deixar de ser dependente do petróleo arábe, para ser dependente do etanol brasileiro.

Obama ganhou, então qual a lógica? Os EUA não comprarão etanol brasileiro e continuarão a subsidiar o milho dos seus agricultores. Este milho deixa de entrar no mercado mundial e ainda de quebra ocupa algumas áreas de soja dos States, diminuindo também a oferta de soja.

O que teremos por aqui?Menor preço da tonelada de cana, menor avanço dos canaviais e melhor situação para os agricultores de milho e soja.

Concomitantemente este avanço da soja não deixa de ser benéfico para pecuária, sobreteudo pela ótica de arrendamentos para soja com posterior renovação das pastagens. Tudo bem que milho e soja caros dificultam a suplementação animal, é um tanto uma faca de dois gumes, mas entre o pasto renovado e o concentrado caro, eu sou mais o pasto.

Lendo isso se torna curioso que Obama defenda a rúcula em detrimento do milho e da soja, não? Como eu disse discurso e prática são diferentes.

Eu apostei no McCain, mas nessa lógica acima não achei ruim do Obama ganhar não, vamos ver no que dá, afinal se o subsídio ao etanol de milho pesar no bolso do governo americano (abastecido pelos impostos dos contribuintes) não vai ter ideologia que segure de eles comprarem o etanol brasileiro.

O que eles disseram da eleição americana

Afonso Vieira
http://afonsocachorrao.blogspot.com/2008/11/os-percalos-da-democracia.html

Bruno Garschagen
http://brunogarschagen.com/2008/11/06/obama-representa-uma-parte-do-povo-americano-que-o-elegeu-e-uma-parte-do-mundo-que-o-apoiou/

Fabiano Morais
http://nemersonlavoura.blogspot.com/2008/10/presidente-mccain-os-democratas-esses.html

Fernando Sampaio
http://deslumieres.blogspot.com/2008/11/porque-ele-foi-eleito.html

Guilherme Fiúza
http://guilhermefiuza.com.br/colunaepoca/

Gustavo Bezerra
http://gustavo-livrexpressao.blogspot.com/2008/11/memento-mori.html

http://gustavo-livrexpressao.blogspot.com/2008/11/vitria-do-racismo.html

Maria Lucia Vitor Barbosa
http://www.institutomillenium.org/index3.php?on=artigo&in=assunto&artigo_id=1217

Pedro Carleial
http://www.ocapitalista.com/2008/11/obama-2008.html

Ricardo Noblat
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?cod_Post=138780&a=112

Rodrigo Constantino
http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2008/11/vitria-de-obama.html

Do blog do Conde
http://cavaleiroconde.blogspot.com/2008/11/o-lula-deles.html

O Bon Odori e o Brasil

Fim de semana passada teve a festa típica japonesa, o Bon Odori, no campo de baseball de Campo Grande. Este Bon Odori de Novembro é do pessoal mais jovem, o tradicional acontece em Agosto. Basicamente rola a "pop Japan" ao invés das canções antigas dos avós. No Bon Odori tradicional rola um pouco de pop, mas é pouco.

Estou falando isso aqui pois notei duas coisas muito interessantes lá.

Primeiro foi a limpeza. Tudo bem que com a chuva não foi muita gente, mas não vi uma só pessoa, e a maioria eram bem jovens, jogando latas ou copos plásticos no chão.

Lembrei da porquice que vira na saída do parque de exposição, também próximo à minha casa, por ocasião de shows e eventos.

Nosso presidente joga papel de bala no chão, vi essa notícia (velha) dias atrás. Eu sei que ele é um porco, mas é bem a cara da população brasileira em geral, independente de classe social. Volta e meia vejo algum carro do ano que de repente cospe uma lata ou um papel qualquer de dentro.

O brasileiro é antes de tudo um porco.

A segunda coisa que notei foi a mescla de pessoas que cantavam e tocavam na banda. Tinha um negão no tambor (óbvio), mulheres, brasileiros caucasianos, etc. Uma verdadeira sociedade aberta e sem a necessidade de oficializar algum tipo de "orgulho multicultural".

Se arrumar umas fotos (esqueci minha máquina), posto aqui.



sábado, 8 de novembro de 2008

Nota de falecimento

Faleceu no último dia 5 o agropecuarista Hélio Coelho. Fazendeiro de criação, médico de formação, produtor rural de esmero. Dr. Hélio deixa esposa, filhos e netos.

Tive a honra de ter um artigo publicado no mesmo jornal do sindicato rural que tratou exclusivamente sobre a questão indígena e que ele também escreveu.
Foi o último texto escrito e publicado pelo Dr. Hélio, onde ele pregou a integração e igualdade entre os brasileiros, brancos, pretos, amarelos e de qualquer outra cor, como ele mesmo disse. Compilei o texto novamente aqui.

Vai com Deus, Dr. Hélio.


Integração do Índio a Cidadania Nacional


Por: Hélio Coelho, produtor rural de MS


Considerando os resultados modestos que os órgãos governamentais vêm obtendo na melhoria de vida nas reservas indígenas e a atual voracidade demarcatória da FUNAI , sugiro trabalharmos a favor a mudança da política indigenista atual voltando ao ideário do Marechal Rondon para a Integração do Indígena a Comunidade Nacional.

O assunto é complexo, menciono algumas medidas, como contribuição para achar o caminho adequado:

1– Educação básica e educação técnica em escolas localizadas nas vilas e povoados e cidades próximas às aldeias e reservas.

2 – Treinamento para o trabalho, iniciando pela colocação dos indígenas nas 200 escolas técnicas que o Presidente Lula mandou instalar. Recolher os indígenas nos variados programas existentes.

3 – Montar serviço de colocação de indígenas em empregos nas indústrias, fazendas, comércio, etc.

4 – Um ponto é capital: O indígena deve freqüentar essas fontes de aprendizado junto com os outros brasileiros: brancos, negros, amarelos ou outros. Do convívio surgirão às oportunidades de convivência racial que é um facilitador da Integração do Indígena.

Nós cidadãos de outras cores não temos nada contra os Índios. O que pleiteamos é a introdução deles agora confinados em reservas no resto da comunidade como brasileiros que são.

5 – Rever a legislação para levar esses brasileiros a alcançar os mesmos direitos e obrigações como o restante dos cidadãos.

Um exame dos resultados da atividade do governo mostra claramente que eles são nulos em relação à melhoria de vida dos Indígenas. Pelo contrario estão criando um circulo vicioso perverso: reserva, mais terra, isolamento das populações que passam a ser atendidas com bolsas alimentação, cuidados médicos, algumas escolas, etc.

As cestas alimentícias freqüentemente viram aguardente.Não se observam atividades produtivas significantes nas reservas indígenas: Consomem muito álcool, cometem suicídios, fabricam crianças nas mulheres adolescentes, arrendam as terras para terceiros, etc.

Evidentemente, grandes dificuldades são encontradas para melhorar a vida dos silvícolas. Sucessivos governos, grandes dispêndios e muita terra para reservas.A Política de preservar a cultura indígena, com medidas que levam ao isolamento das respectivas populações já vem sendo aplicada por de 30 anos.É um longo tempo. É hora de reestudar o problema e mudar se possível.


domingo, 2 de novembro de 2008

A valentia dos vermelhos





Depois da publicação do meu primeiro artigo sobre a questão indígena fiz uma pesquisa no Google para ver as referências a ele. Deparei-me com uma crítica de Egon Heck, chefe do CIMI, o Conselho Indigenista Missionário. Heck me contrapunha dizendo que quem deveria se realocar no estado eram os brancos que chegaram depois e destruíram o meio ambiente.

Ok! Pensei eu. Desde que ele dê o exemplo, posso ponderar o caso. Como ele não publicou sua crítica no jornal onde ele lera meu artigo (Correio do Estado, 30/07/08), achei por bem não respondê-lo.

Em artigo posterior falei que o CIMI nutria devaneios socialistas camuflados por verniz humanista. São obsoletistas ideológicos que na verdade prestam um desserviço aos índios. Tive quase certeza que Heck me responderia. Nada.

Um outro, Mieceslau Kudlavicz, publicou um artigo que muito parecia com umas aulas de Geografia e (um pouco menos) História que tive no início da década de 90. Basicamente passava a idéia dos latifundiários do Mal contra os índios do Bem.

Refutei-o parágrafo por parágrafo e aí sim convidei meu contendor em dar o exemplo e deixar esta terra apenas para os índios.

Como Heck é do Conselho Indigenista Missionário e Kudlavicz é da Comissão Pastoral da Terra, decidi pedir de volta um livro que havia emprestado a um amigo. Está lá no capítulo “O Fuzil e a Batina” que fala sobre a Teologia da Libertação: “... uma dose de Hegel, uma pitada de Marcuse,...”.

Espada em punho, espero meu inimigo. Mas ele não veio. Ah, que pena, o bárbaro não veio.

Qual minha surpresa quando dias depois o artigo do Kudlavicz aparece num site desses onde os dinossauros se encontram. Ao invés de tentar debater ou se calar, Kudlavicz espalhou suas falácias num ambiente onde só irão bater palmas para ele.

Acho que eles são assim mesmo. Mostram-se corajosos somente em aulas para recém-adolescentes, ou insuflando o seu lúmpem-proletariado personificado pelos índios, e, claro, na mídia amiga.

Mas o melhor vem agora. Egon Heck narrou em artigo a sua ida à Europa onde coletou assinaturas em prol dos Guarani-Caiuás. Vai mostrá-las ao presidente Lula. Como os europeus pensam que o Brasil se resume em Rio de Janeiro e selva amazônica, não sei se eles seriam as pessoas mais apropriadas para apontar soluções para o nosso caso.

Engraçado, antigamente esta turma chegada numa luta de classes não admitia intromissão estrangeira em assuntos internos. Qualquer coisa parecida adquiria a alcunha de “imperialismo”.

Bom, mas se Heck viajou para a Europa, provavelmente custeado pelo CIMI (ainda bem que não ando mais pagando o dízimo, olha no que dá), eu gostaria que alguma entidade de produtores me pagasse uma viagem aos Estados Unidos.

Sim, lá nos EUA eles fizeram tudo de errado a princípio. O cinema americano se vangloriava na conquista do oeste com o sangue dos Apaches. E hoje como está a dívida histórica deles para com os indígenas? Não está, não há dívida histórica. Os índios são donos de cassinos, enriqueceram e se integraram na sociedade americana.

Eu vou ao Morongo Casino Resort Spa em Los Angeles. Posso levar alguns índios brasileiros comigo e coletar umas assinaturas para que eles possam abrir uns cassinos por aqui também. Eu seria um cliente fiel e talvez aí sim contrairia alguma dívida com eles.


*
Links dos valentes:

http://www.adital.org.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=35699

http://www.adital.com.br/banners/2%20link%20PT%20OK%20Egon%20Heck%20JEROKI%20GUASU%20-%20Miss%E3o%20Identifica%E7%E3o.doc

http://www.adital.org.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=35454


*

Foto do texto: Eu debatendo com o Kudlavicz

Mais uma ótima entrevista

Putz, acho que os pauteiros da VEJA estão lendo o meu blog, he he. Olha como essa entrevista do Magnoli bate com o que falei sobre social-democracia, esquerda-direita, etc. Comento em seguida.

...VEJA: O senhor acredita que o preconceito contra a direita tende a diminuir?

MAGNOLI: Sim, e isso acontece quando um país experimenta a esquerda no poder, como é o caso do Brasil, hoje. Nos países de democracia madura, o argumento "isso é de direita" não serve para encerrar uma discussão. Não gosto do governo Lula, mas ele está sendo bom para o nosso amadurecimento político.

O PT no poder revelou a esquerda que faz o mensalão, persegue o caseiro, tenta controlar os meios estatais para os seus próprios fins e confunde estado com governo e partido. Com o tempo, os brasileiros vão se convencer de que os partidos de direita e de esquerda devem existir dentro de um mesmo espectro político, desde que aceitem a democracia.

Essa mudança de percepção pode ser verificada nas últimas eleições municipais. A classe média de São Paulo, que no passado votou em massa em candidatos do PT, agora elegeu Gilberto Kassab e não o vê como um candidato da velha direita – apesar de pertencer ao DEM, o antigo PFL.

Os eleitores não compraram a idéia de que as eleições eram a luta do bem contra o mal, como a campanha do PT tentou vender.

...

VEJA: Por que a universidade brasileira ainda é um centro irradiador do marxismo?

MAGNOLI: Isso é verdade apenas em parte. Há bastante crítica à esquerda tradicional e stalinista nas universidades. Mas, sem dúvida, é fato que existe um apoio grande a essa ideologia no meio acadêmico.

O filósofo francês Raymond Aron (1905-1983) disse que o marxismo é o ópio dos intelectuais. Isso porque o marxismo lhes oferece a ilusão de que são donos de um saber maior: o do fim da história.

Como conseqüência, os intelectuais teriam a função de dirigir a sociedade. É natural que uma ideologia assim os seduza. Afinal de contas, dá a eles uma perspectiva de poder, influência e prestígio que o simples compromisso com a democracia não permite...

http://arquivoetc.blogspot.com/2008/11/veja-entrevista-demtrio-magnoli.html

A entrevista é ótima não deixem de ler.

O que eu ia comentar é só que Magnoli é mais um ex-esquerdista, pffui. Mais um pra lista. Acho que uma hora vou fazer a lista completa.

A crise




Está aí o vídeo que eu queria mostrar. Ron Paul critica a política econômica do FED já em 2005 e na campanha presidencial. É mais didático pois está salteado com frases escritas. O trecho entre 2:10 e 3:30 é ótimo. Quem quiser seguir procurando tem um monte nessa linha no youtube.

Interessante notar que John McCain está lá perto de Ron Paul num debate. Se o falcão tivesse se atido mais às palavras de Paul provavelmente saberia conduzir melhor a questão da crise que está contribuindo na vitória de Obama.

Postei só pra mostrar que a crise não teve sua gênese por uma falta de regulação do mercado, mas sim por uma má regulação. A bola já vinha sendo cantada há tempos. Vejam estes artigos do Constantino.

Artigo de agosto de 2006 (relativo ao subprime):

http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2006/08/casas-de-espuma.html

E um trecho de outro (política do FED):

"...Não faltaram críticos no passado que apontavam para esse erro bem mais sério do que apenas evitar os excessos do mercado. O grande erro de Greenspan não foi acreditar no poder de ajuste natural do mercado, mas sim ter colaborado muito para os seus excessos...

...Eu mesmo fui um desses críticos no passado. Em um artigo escrito em abril de 2004, chamado “Amnésia Política”, utilizei vários trechos do próprio Greenspan escritos em 1966, num livro de Ayn Rand (Capitalism: The Unknown Ideal)...

...No Brasil, o economista Paulo Guedes sempre focou nesse aspecto, chegando a me dizer pessoalmente que o “mago” ainda seria vítima do ódio de muita gente, quando a bolha estourasse. No resto do mundo foram muitos os críticos, como os economistas “austríacos” do Mises Institute, ou Christopher Woods, estrategista do CLSA e autor de Greed & Fear, carta semanal aos seus clientes. O senador Ron Paul foi outro que acusou a irresponsabilidade de Greenspan muito antes de a bolha explodir..."

http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2008/10/o-erro-de-greenspan.html

Bakunim e o mensalão


Este texto do Bakunim circulou na Internet por ocasião do mensalão. Estou retornando ele aqui por causa daquele gordinho que é fã do Bakunim e estava na reunião com petistas e a UNE que o CQC mostrou semana retrasada.
Como se vê, se ele fosse um estudioso mesmo do anarquista russo, ele não estaria onde estava.