domingo, 9 de novembro de 2008

O que eu digo da eleição gringa




Perdi um whisky. Sim, saco. Perdi um whisky. Este foi o acontecimento mais relevante para mim.

Apostei há quase um ano atrás. Foi uma aposta nos azarões republicanos, haja visto a impopularidade de Bush, contra os democratas. Achava que seria o Rudolph Giulliani contra a Clinton. Nem um nem outro, mas perdi.

Esse clipping de artigos abaixo ficou bem interessante. Faltaram alguns medalhões, o RA está com problemas no arquivo do blog e não consegui pegar o post mais específico dele sobre o tema. O Janer basicamente focou na obra de Monteiro Lobato que previa a eleição de um negro para presidente dos EUA.

Protesto! Obama não é negro, mas sim mestiço. Como querem adulá-lo pela cor da pele! "O primeiro negro, o primeiro negro...". Não ouvi tanta balbúrdia com a Condollezza Rice ou com o Colin Powell. Será por serem republicanos? Ah, dane-se, se quiserem eu também o chamo de primeiro negro ou afro-descendente ou afro-negão (by Hélio de La Penha) presidente dos EUA.

Vou tentar colocar alguns pontos a mais:


  • Sobre o frisson no eleitorado, na mídia e em algumas hostes "progressistas":

A catapora da idiotia chegou aos Estados Unidos

Sim, a doença foi se espalhando. Primeiro no MS com a eleição em 98. Depois no Brasil com a eleição presidencial em 2002. E agora nos Estados Unidos.

Qual a vantagem disso? É que ela dura um ou dois mandatos. Depois os eleitores caem na real que não adianta depositar sua fé em falsos líderes, verdadeiros mercadores da ilusão.

Aliás, não estou me referindo ao Obama, mas sim ao eleitorado de Obama.

São poucos os que compreendem os alicerces de uma sociedade próspera. A verdadeira mudança está dentro de cada um, e não em algum suposto burocrata messiânico.

Uma outra vantagem é a alternância de poder com o outro grupo se esforçando para ser melhor que o antecessor. A competição da democracia favorece o aperfeiçoamento do sistema. Mas isso também depende da mentalidade do eleitorado.

Mas o que aconteceu, ou melhor, que está acontecendo, não duvidem, não passa de uma catapora.


  • O Rúcula Gate

Obama conclamou os agricultores a diversificarem a produção, sugeriu a rúcula.

Isso é de uma idiotice sem fim, mas é bem coisa da left mesmo (estou me americanizando more and more). Eles não gostam de agricultura de escala, chamam de monocultura. Ora, as lavouras comerciais de milho e soja produzem a base da alimentação de aves e suínos, e também, nos States, dos animais confinados.

Rúcula, meu filho, é coisa de cinturão verde, baixa escala. É só comparar o consumo de rúcula com o de carnes e também os derivados do milho e soja.

Obama mostrou aí, no mínimo, desinformação.


  • Milho, soja, carne e etanol
O que escreverei abaixo faz parte de uma lógica baseada na retórica dos candidatos, mas como sabemos que discurso é uma coisa e prática é outra, as coisas podem mudar. Mas vamos lá.

McCain, como Republicano, tinha um discurso mais chegado ao livre-comércio e estava disposto em comprar etanol do Brasil. Obama, Democrata mais proteccionista, disse que não gostaria de deixar de ser dependente do petróleo arábe, para ser dependente do etanol brasileiro.

Obama ganhou, então qual a lógica? Os EUA não comprarão etanol brasileiro e continuarão a subsidiar o milho dos seus agricultores. Este milho deixa de entrar no mercado mundial e ainda de quebra ocupa algumas áreas de soja dos States, diminuindo também a oferta de soja.

O que teremos por aqui?Menor preço da tonelada de cana, menor avanço dos canaviais e melhor situação para os agricultores de milho e soja.

Concomitantemente este avanço da soja não deixa de ser benéfico para pecuária, sobreteudo pela ótica de arrendamentos para soja com posterior renovação das pastagens. Tudo bem que milho e soja caros dificultam a suplementação animal, é um tanto uma faca de dois gumes, mas entre o pasto renovado e o concentrado caro, eu sou mais o pasto.

Lendo isso se torna curioso que Obama defenda a rúcula em detrimento do milho e da soja, não? Como eu disse discurso e prática são diferentes.

Eu apostei no McCain, mas nessa lógica acima não achei ruim do Obama ganhar não, vamos ver no que dá, afinal se o subsídio ao etanol de milho pesar no bolso do governo americano (abastecido pelos impostos dos contribuintes) não vai ter ideologia que segure de eles comprarem o etanol brasileiro.