terça-feira, 28 de agosto de 2007

Hércules 56, José Dirceu e falsos democratas


*Primeiro artigo que escrevi, ficou longo mas não o modifiquei

Chegou ao fim, no último dia 11 desse mês a mostra de cinema de Campo Grande. Entre longas, curtas e documentários houve a exibição do documentário “Hércules 56”, sobre a troca de presos políticos na década de 60 pelo embaixador dos EUA no Brasil.

O documentário mostra o fato com imagens da época e principalmente o relato de pessoas envolvidas, tanto dos que realizaram o seqüestro, entre eles o jornalista Franklin Martins hoje na rede Bandeirantes e de pessoas que foram trocadas pelo embaixador americano, entre eles o ex-ministro José Dirceu, cassado por denúncias de envolvimento com o esquema do mensalão.

O enfoque do documentário é de que os sequestradores-revolucionários lutavam contra a ditadura militar, colocando neles uma aura de democratas agindo em nome da liberdade política e lutando por melhores condições dos mais humildes, haja visto o discurso anti-imperialista e das várias pessoas filiadas ao PCB e de movimentos ditos “populares”. Os libertos foram encaminhados pelo governo brasileiro para o México, no avião chamado “Hércules 56” (de onde advém o título do documentário) e mais tarde se encaminharam para Cuba já com patrocínio de entidades comunistas. Lá, foram recebidos por Fidel Castro e participaram de um curso de guerrilha com o intuito de promover a luta armada no regresso ao Brasil. Dirceu não participou da guerrilha do Araguaia, mas ele ainda chama seu antigos parceiros de “companheiros de armas”.

O epílogo traz um certo ar de romantismo idealista à todos participantes e que, segundo a própria fala de um ex-prisioneiro, se o Brasil está melhor hoje é em grande parte devido as suas lutas. Na verdade é o contrário, o Brasil ainda está pior graças a eles, mas não abordarei este tema no momento.

O documentário não chegou a falsificar a História, mas levou a um tendencialismo de efeito distorcivo ao não responder certas perguntas óbvias mas praticamente nunca abordadas:
1ºPor que se implantou a ditadura militar no Brasil?
2ºQual modelo de sociedade era idealizada por estes revolucionários ?


Ora, a resposta à primeira até que é conhecida, mas dita de maneira parca. Geralmente é propalado de que o governo de João Goulart estava dando margem à movimentos populares e em tempos de guerra fria isto denotaria uma ameaça comunista que fez com que o exército agisse. Ao ser implantada a ditadura, a princípio mais branda, é que houve uma ação maior de grupos esquerdistas, que também causou uma intensificação da ação militar.

Com essa tese parece-se que houve um exagero reacionário e que o verdadeiro interessado na ditadura era o governo norte-americano a fim de que não houvesse novos aliados dos russos no continente.

Mas para deixar claro que a ameaça comunista não era tão tênue assim, podemos lembrar da visita de Jango à China comunista de Mao Tsé-Tung ou a homenagem que Jânio Quadros fez em São Paulo a Che Guevara (um assassino de seus próprios companheiros que não concordavam com o ritmo genocida que a revolução castrista havia tomado, e que é romantizado pela mídia, estampado em várias camisas de jovens idealistas mas de pouca informação). Também os assaltos a bancos, no intuito de financiar a guerrilha armada, inclusive causando morte de civis cujas famílias nunca foram indenizadas, ao contrário das indenizações até milionárias que os perseguidos políticos (geralmente ex-assaltantes e sequestradores) vem recebendo do Estado nos últimos anos.

O governo de João Goulart, que não foi eleito presidente mas assumiu o cargo num verdadeiro acidente de percurso, além de trazer um ar de insegurança quanto a que lado o Brasil ficaria na polarização mundial da época entre EUA e URSS, também tinha um viés de populismo que podia descambar para um autoritarismo ao estilo que Getúlio Vargas imprimiu anos antes e se manteve no poder solapando a verdadeira democracia.

Quanto ao modelo político-econômico idealizado pelos personagens reais do documentário é muito fácil de se identificar, pois a maioria integrava o partido comunista ou grupos afins, todos notoriamente de cunho marxista e como o próprio documentário mostrou, o refúgio dos exilados foi Cuba. A ilha que com o passar dos anos se transformou num verdadeiro presídio para seus habitantes e que pessoas (os balseiros) fogem em pequenas e precárias embarcações rumo a Miami, não obstante o fato de Fidel estar no comando do país há 47 anos, afastado somente agora por motivo de enfermidade.

Portanto este era o modelo de país que os revolucionários da época queriam, com uma sociedade baseada no marxismo-leninismo. Uma ditadura do proletariado que na realidade mostrou-se um grande engodo onde foi praticada, não passando de um sistema que ocorre um roubo legalizado por uma oligarquia estatal e que não quer sair do poder jamais, deixando o país e o povo na miséria, geralmente conduzidos por colapso econômico.

Em corroboração a isso, José Dirceu até louvou em seu blog a melhora de saúde de Fidel Castro mostrada recentemente na televisão.

Após a exibição do documentário houve um debate com a presença do diretor Silvio da Rin e do ex-ministro José Dirceu que iniciou sua fala já fazendo referências as “falsas acusações” que o levaram a se afastar de seu cargo político. Quando questionado sobre a comparação entre a ditadura militar brasileira e a ditadura cubana que persiste até hoje, Dirceu afirmou que toda ditadura é ruim mas não iria discutir se Cuba é ou não uma ditadura pois esse não era o assunto do filme.

Bom se um país em que há uma mesma pessoa no comando por 47 anos, no qual há um só partido político e apenas um meio de comunicação, o impresso estatal “Granma” (que pode ter uma dupla finalidade haja visto que na ilha de Fidel não há papel higiênico para o povo) , e que na última suposta eleição (fajuta com certeza) Fidel e seu partido tiveram 99% de aprovação, índice praticamente impossível de se obter mesmo nos melhores governos realmente democratas, e que foi motivo de piada até entre os adeptos do regime, então eu não sei o que é ditadura.

Talvez a poetisa cubana Maria Elena Cruz Varela que, após assinar um manifesto pedindo uma verdadeira abertura democrática, foi espancada pelos guardas da Seguridad de Estado, agarrada pelos cabelos, arrastada escada abaixo e obrigada a engolir os poemas recém escritos aos berros de “Que te sangre a boca, que te sangre a boca!”, possa nos dizer se Cuba é uma ditadura ou não.
Concordo com Dirceu ao falar que as ditaduras são ruins, mas há ditaduras piores do que outras. Para exemplificar podemos fazer uma comparação entre as demais ditaduras militares latino-americanas (que já terminaram) e a ditadura cubana (que persiste).


No Brasil tivemos cerca de 424 mortos e desaparecidos, isto contando com pessoas mortas em acidentes, suicídios, de exilados no exterior e até de justiçamentos por esquerdistas, ou seja revolucionários que matavam revolucionários por suposta traição. Só a ALN – Molipo deu cabo de quatro de seus militantes, tudo em nome do humanismo esquerdista. Che Guevara não faria melhor.

No Chile foram pouco mais de 3 mil mortos, na Argentina em apenas 7 anos de ditadura contabiliza-se mais de 9 mil mortos e estimam-se 30 mil desaparecidos, realmente uma bárbarie. Mas o campeão dos campeões é o país símbolo do modelo revolucionário esquerdista: Cuba. Lá foram assassinadas cerca de 9 mil pessoas, sendo 5 mil executados no paredão logo no início da revolução castrista e mais 77 mil que morreram tentando fugir da ilha.

A ditadura cubana em termos relativos (percentual de mortos em relação à população atual) matou 277 vezes mais do que a brasileira; 3,46 mais que a chilena e 2,6 vezes mais do que a argentina. Com o agravante, é bom repetir, de que Fidel continua no regime até hoje, enquanto os militares retornaram seus países a democracia.

Se a ditadura militar existiu para que não nos transformássemos numa Cuba, com certeza ela pode ser encarada, senão como positiva, mas no mínimo como um mal que foi necessário. Mesmo diante das evidências expostas, tal afirmação pode parecer difícil de ser aceita por alguns setores da sociedade, principalmente dos intelectuais (ou mais próprio seria chamá-los de pseudo-intelectuais), lembremos do falecido escritor Nelson Rodrigues e do jornalista Boris Casoy que com alguma ressalva apoiaram a intervenção militar e por isso foram acusados por seus pares de serem “reacionários”.

Não obstante o fato dos generais que comandaram o país não terem acumulado dinheiro e patrimônio indevidos, não foram corruptos portanto, e conseguiram um alto desenvolvimento do país e com distribuição de renda sim, pois o próprio Lula com o surgimento da classe média operária do ABC paulista é fruto disso. Com certeza houveram erros na política econômica, haja visto a inflação que parecia crônica e que após o “milagre econômico” dos anos 70 o país caiu numa ressaca recessiva.

Dirceu também nega seu envolvimento no mensalão. Pela sua afirmação, o saque realizado no valor de 50 mil reais por seu assessor e amigo Roberto Marques da conta de Marcos Valério, assim como sua ex-mulher que foi agraciada com emprego, empréstimo e negócios também por Valério, não caracterizam nenhum envolvimento dele com o ato.

Talvez tenhamos que lembrá-lo que o próprio Valério, assim como sua mulher Renilda e Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, declararam que José Dirceu conhecia toda vida financeira do PT, sabendo portanto da existência dos empréstimos nos bancos BMG e Rural que abasteciam o valerioduto, assim como os acordos inter-partidários (regados a milhões de reais, caso do PL, ou de comandos em estatais, no caso do PTB que culminou na CPI dos Correios) que o PT fechava. Também Kátia Rabelo (dona do banco Rural) e Ricardo Guimarães (presidente do BMG) tiveram depoimentos que comprometiam cabalmente José Dirceu.

Mas, pelo andar da carruagem José Dirceu tem chances de voltar a vida pública, pelo menos está se preparando e já tem aliados para isso. Não será uma grande surpresa haja visto o contentamento das pessoas (inclusive de professores universitários) que saíram da exibição do filme “Hércules 56” realmente acreditando que os revolucionários de 60 queriam um governo democrático e não uma sociedade nos moldes cubanos ou soviéticos, ambas altamente totalitárias.

A tática nazista de Goebbels de mentir repetidamente até que a mentira se torne verdade parece estar dando certo e breve acreditaremos que José Dirceu não praticou nenhum ato ilícito. Ninguém acreditará que ao invés do poder pelas armas, desta vez ele tentou obter o poder para si e para o seu partido com dinheiro público.

Detalhe: “Hercules 56” foi patrocinado pela Petrobras, portanto você pagou por ela.


**Depois li mais algumas coisas a respeito, o Reinaldo Azevedo possui bons textos, tentarei postar aqui mas vou demorar um pouco pois tenho que pesquisar no blog dele que é vasto.

http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/2007/08/revanchismo-e-mitologia-esquerdopata.html
http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/2007/09/mortos-sem-sepultura-e-sem-pedigree.html

***Vai um ótimo do Constantino:
http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2006/12/viva-o-terrorismo.html

Índios: morte anunciada


Ainda há casos de suicídio na aldeia Jaguapirú em Dourados. E, em geral, são índios jovens que tiram a própria vida através de enforcamento após terem se alcoolizado. Um fato intrigante é que dizem não saber por que os índios fazem isso. Nunca conversei com antropólogos ou psicólogos que interagem com os indígenas de lá, mas acho que os jornalistas que veiculam as notícias também não encontram respostas quando questionam tais profissionais.

Eu que não sou especialista no assunto, mas que cresci em Dourados, e quando criança entreguei muito pão velho para os índios pedintes e ficava com medo de eles roubarem meus gatos de estimação (sim, falava-se que eles faziam isso), vou tentar responder a questão.

Algumas vezes o óbvio passa despercebido, acho que esse é um caso. Em minha opinião, os suicídios são causados por uma depressão ante a falta de perspectiva de um futuro melhor, assim como pela vergonha do índio não ter uma colocação de respeito e dignidade nem na sociedade do branco, que subjugou sua cultura (o que para ele é claro), e nem na do próprio índio.

O modo de vida indígena com seu sistema de produção clássico se tornou obsoleto, já não atendendo mais a exigência de sobrevivência da tribo (se é que ainda pode ser assim chamada), inclusive nem mesmo os atuais indígenas elegeriam ou saberiam se utilizar da caça e pesca para sobrevivência. Em geral os índios arrendam suas terras, alguns procuram empregos de baixa qualificação e remuneração, grande parte fica na ociosidade e quase todos ficam dependentes da caridade alimentar do governo. Tampouco a sociedade branca acolhe de maneira eficiente o indígena.

O jovem indígena então vê seu futuro diante de dois cenários. Ou na tribo em condições precárias ou na sociedade branca que não traz oportunidades de ingresso e crescimento humano ou social. Não é difícil notar como se cria um ambiente de angústia e tristeza para esse indivíduo. A ingestão de álcool torna-se o catalisador de um ato severo de desumanidade própria.

É interessante notar também como alguns aspectos unem culturas distintas, mas que possuem uma ligação genética forte. É sabido que os índios das Américas são provenientes da região Oriental do planeta, que povoaram o continente pelo estreito de Bering. Pois bem, lembremos, portanto dos japoneses com seus famosos Haraquiris, ou seja, suicídio ante algo que para eles fosse desonroso ou vergonhoso. Guardadas as devidas proporções é o que acontece com os índios de Dourados. Penso que sentirem-se úteis e importantes seria o melhor remédio contra a baixo-estima dos suicidas indígenas

O que me preocupa é que parece que a situação não é favorável para se ver revertida por ações dos especialistas e técnicos do assunto, mas talvez apenas por força da realidade ou das circunstâncias. A legislação é ao mesmo tempo excludente, na medida em que não torna o índio um cidadão brasileiro, e altamente paternalista, de uma maneira péssima, permitindo que maus elementos da etnia se achem inimputáveis pela lei, cometendo os mais variáveis delitos.

Vi recentemente uma matéria sobre indígenas dos EUA que vieram ao Brasil num encontro de povos ameríndios. Constatação da imprensa: os índios de lá estavam mais integrados à sociedade americana (uma índia mostrada era chef de cozinha, outro era professor), mas preservando sua cultura própria. Pois bem, era isso que eu pensava há muito tempo como uma opção viável para nossos índios, em especial os do sul do estado.

Os índios deixariam de ser brasileiros à margem das leis, mas passariam a ter os mesmos direitos e deveres que todos os cidadãos. Que se integrem na sociedade e que mantenham sua cultura, língua e costumes, se assim desejarem; como a exemplo de árabes, japoneses, alemães, italianos e toda gama de pessoas das diversas culturas do mundo que aqui vieram viver e mantêm seus hábitos, culinária, festas típicas, etc.

Para alguns que possam torcer a cara ante tal perspectiva lembro que a própria aldeia já não se parece mais uma aldeia. As casas são isoladas, longe mesmo, uma das outras. Penso que um modelo de agro-vila, se ainda é possível, seria o ideal para quem quisesse se manter na tribo Jaguapirú.

Acho que o relativismo cultural dos antropólogos, assim como ainda um pouco de senso comum do mito do Bom Selvagem de Rousseau e por fim nosso velho preconceito, infelizmente às vezes fundamentado atrapalhe ainda mais a integração (e não a aculturação) do índio na sociedade branca.

Mais terra para os índios também não solucionaria seus problemas. Isso seria um saco sem fundo e com algum tempo os mesmos problemas de pobreza se repetiriam, sem falar no custo proibitivo que isso acarretaria. A legitimidade das propriedades privadas dos produtores que margeiam a aldeia Jaguapirú deve ser respeitada. Também a idéia que há pouco se veiculou de realocá-los em áreas devolutas da Amazônia é estapafúrdia.

A prefeitura de Dourados e algumas universidades estão dando apoio aos índios. Além do aspecto assistencial, que nesse momento é primordial, há que se tomar medidas, que os próprios índios devem pautar, para que eles possam se emancipar e terem condições de viverem dignamente.

Quanto aos suicídios, para ser mais óbvio ainda, acho que deveriam fazer algo que talvez não tenham pensado: perguntar aos jovens indígenas o que os aflige e entristece a ponto de tirarem suas próprias vidas e o que eles gostariam de vislumbrar como um futuro melhor.

Viva Cuba Libre!


O Pan americano do Rio de Janeiro chega ao final e o Brasil teve seu melhor desempenho na história da competição, mas mesmo assim ainda ficou atrás de Cuba na disputa pelo segundo lugar no quadro de medalhas. Porém para três atletas e um treinador cubanos, este Pan americano, mesmo sem terem competido nem recebido medalhas, representa talvez a maior conquista de suas vidas até hoje.

Foram quatro cubanos que literalmente fugiram da delegação e não devem voltar para ilha-presídio do Caribe. Para muitos leigos tal fato pode passar despercebido e apenas significar que a vida em Cuba está difícil, mas para quem tem mais informações acerca de lá, isto remete aos tristes anos da guerra fria e nos traz mais inconformidade em ainda haver no Brasil quem defenda e admire o governo e a ditadura de Fidel Castro.

Tal fato não é novo, no concernente a Cuba teve início no pan americano de 1971 em Cáli, na Colômbia. Torna-se menos surpreendente ainda quando nos lembramos dos casos dos atletas dos antigos países comunistas que também fugiam de suas “Repúblicas Populares”. Houveram fugas da Alemanha Oriental, China e a mais notória foi a da ginasta romena Nadia Comaneci.
A novidade desse episódio no Rio de Janeiro foi a saída as pressas da maior parte da delegação cubana, em virtude de boatos de que haveria deserção em massa. A equipe de vôlei nem foi receber a medalha de bronze. Vaias para Fidel.


Os atletas cubanos são parte especial do povo sofrido e miserável. Todo país comunista sempre investiu muito no esporte, como vitrine internacional do regime, como propaganda enganosa da situação interna. A Alemanha Oriental sempre esteve na frente da Alemanha Ocidental em conquistas esportivas, mas o Muro de Berlim foi construído para impedir que os habitantes do lado comunista migrassem em peso para o lado capitalista.

Fidel já lançou mão dos seus bodes expiatórios para justificar as deserções. Segundo ele há uma máfia alemã que alicia a deserção de atletas cubanos. Da próxima vez que eu ouvir Kaká e Ronaldinho negociarem seus contratos irei protestar dizendo que eles estão sendo aliciados, forçados a ficarem fora do país. O velho comandante acha que é proprietário dos cidadãos cubanos. O pior é que ele praticamente consegue ser mesmo.

O maior bode expiatório de Fidel é o chamado embargo norte-americano, no qual o único país do mundo que não pratica comércio com Cuba são os EUA; é mentira que outros países não possam comercializar com a ilha. Mas não era ele que denunciava o imperialismo dos EUA? Então comercializar com aquele país é sinônimo de ser explorado, e quando os EUA decidem não ter relações comerciais com a ilha do ditador que promoveu expropriações em massa, também são culpados pelo colapso econômico comunista? Bom senso não faz parte do vocabulário de Fidel Castro e seus asseclas.

Alguns defensores do regime fidelista citam avanços em Educação e Saúde. Não me delongarei sobre o tema, mas digo que tanto numa quanto noutra área a situação é altamente questionável.

O índice de analfabetismo é reduzidíssimo, mas cada cubano tem que sobreviver com aproximadamente 10 dólares por mês. São os miseráveis letrados. Como conseqüência a prostituição campeia em massa, as gineteiras procuram os dólares dos turistas. O sistema público de saúde é uma falácia. Na verdade há um satisfatório para os membros do partido, onde Michael Moore levou cidadãos norte-americanos no seu último documentário, e outro sofrível para a população cubana em geral.


Há muito o que se falar de Cuba, mas para os que preferirem algumas informações mais rápidas e acessíveis, além da Internet, o filme Cidade Perdida, protagonizado e dirigido por Andy Garcia (ele mesmo um exilado cubano), podem colaborar para isso.

Para os pugilistas Guillermo Rigondeaux, Erislandy Lara, o jogador de handebol Rafael D'Acosta e o técnico de ginástica artística Lázaro Lamelas, desejamos uma excelente vida nova. Com oportunidades e a liberdade de optar pelo que consideram o melhor caminho.
Em vocês mantém-se a esperança de dias melhores e juntos gritamos:

VIVA CUBA LIBRE!



*artigos sampleados:
http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2007/07/os-proletrios-cubanos.html

http://cavaleiroconde.blogspot.com/2007/07/fidel-castro-e-as-cabeas-de-gado.html


**como vcs devem se lembrar o governo petista entregou os dois boxeadores de volta a Fidel, este é um dos inúmeros textos que registraram o fato
http://cavaleiroconde.blogspot.com/2007/08/policia-federal-como-capito-do-mato.html

Antiamericanismo tupiniquim


Em recente artigo ao Correio do Estado, o meu querido ex-professor Hermano de Melo trata sobre a intervenção da CIA durante as décadas de 50 a 70 na América latina e cita em especial o caso do Brasil na intervenção militar de 64. Ora, o texto é deveras verdadeiro, só pecou no quesito de não levar em conta a situação geopolítica daquela época de guerra fria.

Se a CIA agiu no continente americano o que diremos da KGB no leste europeu? E esta sim foi muito mais tenaz e sangrenta do que a CIA. Já em meio a denúncias de assassinatos e de violação sistemática dos direitos humanos contra presos políticos, a KGB coordenou, em 1956, a invasão da Hungria pelos tanques do Pacto de Varsóvia. No mesmo ano, orientou a repressão de um movimento reformista na Polônia. A forte influência da KGB junto à cúpula do Pacto de Varsóvia foi decisiva para a iniciativa do governo da Alemanha Oriental de erguer o Muro de Berlim, em 1961. Os tanques que invadiram Praga na primavera de 68 também estavam sob comando da KGB.

E, embora pelos documentos revelados pela CIA, haveria um apoio logístico ao golpe ou contra-golpe de 64, não foi ela que o orquestrou. A responsabilidade imputada aos EUA pela intervenção militar de 64 é uma das maiores mentiras que são repetidas até hoje e que já foram desmascaradas pelo ex-espião tcheco Ladislav Bittman que contou como os comunistas produziam serviços de desinformação ou blefes em países da América Latina para aumentar a tensão e gerar um sentimento antiamericano. A confissão está no livro The KGB And Soviet Disinformation, publicado em 1985.

Nosso antiamericanismo tupiniquim é digno de sorrisos. Os EUA, o capitalismo, o FMI, as elites, tudo faz parte da massa de bodes expiatórios para justificar as mazelas do mundo.

Eu não morro de amores pelos norte-americanos, mas reconheço seus méritos dentro do mundo que hoje vivemos. Graças aos EUA, Hitler e seus nacionais-socialistas (vulgos nazistas) não obtiveram êxito. Tampouco Stálin pôde estender seus campos de concentração, os Gulags, e seu totalitarismo mundo afora.


Até mesmo quanto ao Vietnã, os críticos dos EUA ignoram que o regime de Ho Chi Min, depois da partida americana, matou em poucos anos cerca de três vezes mais que as duas décadas de guerra com os Estados Unidos. Não citam o Camboja, que não teve intervenção americana, e por isso mesmo viu o Khmer Vermelho, do comunista Pol-Pot, trucidar algo como 25% de sua população. Não pensam que a ajuda americana na Coréia foi o que possibilitou a sulista ser próspera e livre hoje, e não como sua irmã do norte.

Em 1962 já haviam no Brasil locais de treinamento de guerrilha, tudo financiado por organizações esquerdistas. João Goulart não tinha ido à China de Mao Tsé-Tung a esmo, sua simpatia pelo socialismo era declarada. Ele só esqueceu de dizer se reeditaria no Brasil as medidas de Mao que ocasionaram, (pasmem, não é brincadeira!), 60 milhões de mortes naquele país.

Havia sim o risco de nos tornarmos a nova Cuba da América Latina. E meu caro professor como militante dos direitos humanos, com certeza não aprova o regime de Fidel Castro com suas milhares de execuções sumárias no paredón ou as prisões cubanas apelidadas de “merdácias” pelos detentos serem submetidos a banhos de dejetos.

O contra-golpe de 64 merece ser melhor debatido. Há um maniqueísmo que denigre a verdade e o contexto dos fatos. Fica então a pergunta: Deveríamos esperar que o embaixador norte-americano da década de 60 no Brasil se desculpasse pela intercessão dos EUA ou deveríamos agradecê-lo?



*artigo publicado no jornal Correio do Estado, de Campo Grande - MS
http://www.correiodoestado.com.br/exibir.asp?chave=157538,1,1,03-08-2007

em resposta a este texto:
http://www.correiodoestado.com.br/exibir.asp?chave=157079,1,1,26-07-2007

**artigo que retirei um sample (ou seja, copiei um trecho; internet é free galera e eu não sou nenhum profissional do ramo)
http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2007/01/antiamericanismo-patolgico.html

Um Nobel para o Além


No dia 5 de Junho de 2004 faleceu o ex-presidente dos EUA, Ronald Reagan. Reagan foi presidente de 1980 a 1989. Para mim que era uma criança na época, tenho a lembrança de achar estranha a notícia daquele presidente que anunciava um sistema de defesa que a imprensa batizou de Guerra na Estrelas. Parecia uma grande firula. Apenas anos depois, e não na escola, aprendi o que aquilo significava e a importância de Ronald Reagan para o mundo.

Ao discursar pela primeira vez como presidente, Reagan disse que o governo não era a solução, mas sim o problema. Isso fazia sentido pelo fato de décadas de dirigismo estatal na economia americana terem levado o país a uma situação que chamavam de estagflação, ou seja, estagnação econômica com inflação.

Reagan implementou algumas reformas que permitiram o crescimento econômico e a revitalização da economia americana. Isto permitiu que ele realocasse recursos para um grande fator de preocupação mundial da época: o perigo nuclear sob o signo da guerra fria.

Reagan chamava a ex-URSS de “Império do Mal” e juntamente com Margaret Thatcher e Karol Wojtila, o papa João Paulo II, foram os grandes personagens na derrocada do maior flagelo do século 20: o comunismo.

O ditado romano “Se queres a paz prepara-te para guerra.”, parece ter permeado o pensamento de Ronald Reagan. Se Reagan tivesse ouvido os politicamente corretos e sua inteligentzia (intelectuais), o comunismo ainda perduraria por algum tempo. Parece que a postura da referida classe não muda muito tanto lá quanto cá.

Reagan sabia que a economia soviética não teria condições de acompanhar uma escalada dos gastos em defesa por parte dos Estados Unidos. Apesar dos intelectuais que apregoavam a derrocada iminente do capitalismo e o inevitável triunfo do socialismo, a verdade é que a URSS não passava de um tigre de papel. A ferrenha oposição dos líderes soviéticos - inclusive Mikhail Gorbachev - à Iniciativa de Defesa Estratégica - que os inimigos de Reagan apelidaram desdenhosamente de "Guerra nas Estrelas" - representava o reconhecimento de que não poderiam desenvolver um sistema semelhante, a menos que virtualmente parassem a economia soviética.

As políticas Glasnost (Abertura) e Perestroika (Reestruturação) por Mikhail Gorbatchev nada mais foram do que os atestados de que a URSS não podia mais competir na guerra fria. Talvez a maior conseqüência e símbolo disso tenham sido na Alemanha Oriental com a queda do Muro de Berlim e a festa do povo que estava subjugado há anos pela opressão comunista.

O ator de “limitados recursos intelectuais”, foi o grande responsável pelo fim do modelo clássico esquerdista mundial. Seus críticos só esquecem de dizer que além de ator e radialista, Ronald Reagan cursou economia e sociologia trabalhando para custear seus estudos na Eureka College. Ao menos lá parece que o aluno desses cursos não sai contaminado com doutrinações marxistas.

Reagan tem o status de super-herói nos EUA. E no leste Europeu tem o reconhecimento de ter sido um grande semeador da liberdade em povos que foram dominados por décadas de totalitarismo, tendo isto custado não somente o cerceamento das liberdades individuais quanto o de milhões de vidas humanas.

Não foi à toa, portanto, que tenha sido em Praga, capital da antiga Tchecoslováquia, invadida por tanques soviéticos na década de 60 a fim de que o país permanecesse sob a influência da URSS, que Margaret Tatcher homenageou Ronald Reagan citando um poema de Byron em que dizia:

“Espírito eterno do pensamento desacorrentado
Liberdade!Mais brilhante és nas masmorras,
Pois lá a tua única morada é o coração
O coração que só o amor por ti pode unir
E quando seus filhos são subjugados aos grilhões
Aos grilhões e a obscuridade da cela úmida
Seu país vence com seu martírio
E a fama da Liberdade acha asas em todos os ventos”

Parabéns Ronald, um Nobel, que nunca lhe deram, é pouco para você. Seu legado será lembrado e eternamente agradecido pelos que prezam a liberdade e a verdadeira construção de um mundo melhor.

Direita x Esquerda – 3º round


Escrevo o último texto com esse título que remete a uma luta de boxe. Faço isso apenas para não ficar repetitivo pois muitos mais textos deveriam ser feitos até se haver um maior nível de informação que jogue um pouco mais de luz num assunto que na maioria das vezes foi um monólogo e não um debate ou confronto de idéias.

Concordo que alguns possam dizer que a discussão possa ser anacrônica e até demodê, mas infelizmente acho que não o é. Tanto que na última eleição presidencial tivemos quatro presidenciáveis no quais dois (Cristovam Buarque e Heloísa Helena) citavam claramente a esquerda, outro (Geraldo Alckmin, o mais próximo da direita) falava que estava “mais a esquerda” de Lula e este por sua vez, embora falasse que nunca tinha sido de esquerda (o que acredito piamente, pois ele é uma pessoa esperta e que se agarrou na oportunidade do ambiente em que estava à época de sindicalista) , tinha ao seu lado todo o aparato de movimentos ditos sociais e estava coligado com partidos como PC do B.

Alguém disse que representava a direita? Falava-se em crescimento econômico, geração de empregos, obras, qualidade de serviços, mas porque quando o assunto era lado político todos se esquivaram da palavra direita e três elegeram a palavra esquerda na sua declaração?

Então não é vergonha se dizer de uma vertente política que matou mais de 100 milhões de pessoas no Oriente e no Leste Europeu, que trava o crescimento e produz desemprego em alguns países europeus e que na América Latina teve a figura de caudilhos populistas que somente deram esmolas mas nunca geraram desenvolvimento e realmente tiraram da pobreza sua população? Ah sim, me esqueci de citar o carniceiro do Caribe o comandante Fidel Castro com suas milhares de execuções sumárias em Cuba.

E é vergonha estar do lado da vertente política e econômica que gerou os países mais prósperos do mundo?

O problema é que a alcunha de direita, no Brasil, está associada aos abastados da sociedade, ou aos fisiológicos que se apinham no poder independente do governo que lá está. Parece estranho quando falam que não há direita política no Brasil, mas de fato é escassa uma direita que seja representativa de valores como há em outros países. Tanto é que Roberto Campos reclamava por ser uma voz solitária no congresso nacional e nenhum de seus projetos foi aceito para ser incluso na constituição de 1988, aquela que ele falou que travaria o desenvolvimento do país, ao contrário do PT que a considerou muito pouco socialista.

Também a conotação negativa se dá em parte pela associação com o governo militar, claramente anti-comunista, ou anti-subversivo, até aí bom, mas que demorou em devolver a democracia ao país, gerando desgaste em sua imagem. Foi pena este “governo de direita” ter optado por um modelo de desenvolvimento baseado em crescimento e gigantismo estatal. Com certeza não é o modelo de países que alguém que possa ser chamado de direita se espelharia para gerar um desenvolvimento sustentável.

As poucas vezes que tivemos algumas medidas capitalistas eficientes, como no governo de JK, foram tiradas da pobreza milhares de pessoas com o ingresso de capitais e investimentos no país gerando empregos e renda ou como no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso onde com a estabilidade econômica, os trabalhadores não tiveram seus salários corroídos pela inflação e puderam adquirir bens de consumo antes quase inalcançáveis, enquanto os setores produtivos se tornaram mais profissionais e empresariais e saíram da ciranda financeira irreal.

Penso que competência e trabalho devam ser o norte vindouro que definirão quem será eleito pela população, independente de rótulos que podem ser ambíguos. O muro de Berlim já caiu, acredito que a realidade se impõe as ideologias e que este debate é sobretudo acadêmico. Mas também acredito que as idéias ajudam a formar a consciência de um povo e que no Brasil boa parte dessas idéias estão no mais completo atraso e obscurantismo.

Direita x Esquerda – 2º round


O discernimento de direita pode ser ambíguo e complicado. No Brasil, em âmbito acadêmico, geralmente é associado a interesses pessoais e oligárquicos em desfavor do interesse comum. Na mente esquerdista, a direita assumiria o lado dos ricos e poderosos que impiedosamente exploram os fracos e oprimidos não deixando estes terem uma vida melhor e mais digna.

Nada mais falso e ilusório. Mercantilismo, exploração e patrimonialismo não são coisas criadas e cultivadas pelo que poderíamos chamar de direita. Direita e esquerda nasceram juntas na Revolução francesa, ambas com o mesmo ideário iluminista de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, que diga-se de passagem apenas foi usado pelos dois grupos como pano de fundo para tomada do poder. Só que a primeira teve o intuito de fazer uma evolução moderada e a outra de fazer uma revolução radical (desculpem o pleonasmo).

Com o passar do tempo pode-se atribuir a direita um pensamento de liberdade individual, com o capitalismo, de forma implícita, defendido na Revolução Americana. O indivíduo seria responsável por seus atos e decisões, mesmo que isso implicasse em desigualdades naturais na sociedade.

Já a esquerda se apegou a um sistema de igualdade coletivista, com o comunismo/socialismo, proposto pela Revolução Russa, que oprimiu a liberdade individual e resultou num nivelamento por baixo da sociedade, ou seja, todos eram iguais, mas todos eram pobres, à exceção dos que haviam tomado o poder.

É interessante notar que a realidade se impôs às ideologias. O sistema individualista, mesmo permitindo desigualdades, foi mais justo e produziu sociedades mais prósperas, e até mesmo menos desiguais, do que os sistemas coletivistas, que invariavelmente se tornaram ditaduras.

Embora o conceito de Liberdade possa ser vago para uma pessoa com restrições financeiras, isto pode ser sanado com as oportunidades geradas por sistemas individualistas “saudáveis”, não obstante o fato que a rede de proteção social existe em maior ou menor grau nos países que não optaram pelo sistema coletivista e o papel do Estado no combate a pobreza foi bem preconizado por Milton Friedman no seu livro “Capitalismo e Liberdade” .

Alguns defensores da síntese dos dois sistemas propõem o que chamam de socialismo, citando os modelos de países europeus, sobretudo escandinavos. Mal sabem que tais sistemas nada mais são do que sociais-democracias baseadas no Welfare State, ou seja, o Estado do bem-estar social. Para resumir é importante saber que o Welfare State foi criado por Keynes após a crise de 29 nos EUA (historicamente atribuída ao livre-mercado, causa atualmente refutada pelos liberais) e perdurou até as reformas de Reagan na década de 80.

Sim meus amigos, os EUA passaram por 50 anos do que foi a base da social-democracia, e não a abandonaram totalmente. Contudo, reformas liberais tiveram que ser tomadas para que o país saísse do desemprego e crise financeira. Se os marxistas estão mais de 50 anos atrasados, pois já na década de 60 sabia-se que os paraísos do proletariado nada mais eram do que simulacros de presídio, os sociais-democratas keynesianos (embora capitalistas) estão mais de 20 anos atrasados.

No Brasil a escassez de um pensamento ou base acadêmica para um pensamento de direita, faz com que ocorra uma hegemonia do que poderíamos chamar de produção intelectual de esquerda, e o que é pior, de cunho anti-capitalista e marxista. Pessoas imbuídas do melhor sentimento humanitário recitam asneiras aos borbotões, não sabendo que vendem falsos remédios para nossos males.

Direita x Esquerda – 1º round


Em face a embates ideológicos sobretudo via Internet por ocasião da última eleição presidencial no Brasil percebi que dezoito anos após a queda do muro de Berlim o pensamento comum de alguns setores da sociedade do país ainda parece estar em tempos de guerra fria. No Brasil onde tudo acontece depois, o debate que não houve, está décadas atrasado. Dessa forma apresentam-se inverdades e deturpações de um lado e ignorância e silêncio de outro, ao que me dispus a discorrer sobre o assunto.

Os termos “esquerda” e “direita” surgiram nos tribunais da revolução francesa onde os jacobinos se sentavam à esquerda do tribunal e os girondinos se sentavam à direita. Com a supremacia jacobina na revolução francesa, esta tomou o nobre rumo de tornar comum a decapitação de pessoas em praça pública.

Os bolcheviques de Lênin , mais tarde capitaneados por Stálin, após a revolução de 1917 conduziram a Rússia à formação da URSS. Este seria o grande modelo da ideologia esquerdista, com a implantação do comunismo baseado nos ensinamentos de Marx. Décadas depois revelou-se o saldo da aventura de humanismo e justiça social: 17 milhões de mortos e um país em colapso econômico e pobreza generalizada.

Houveram também os nacionais-socialistas, vulgos nazistas, erroneamente taxados de extrema-direita. Estes mataram menos que os comunistas, mas chegaram ao poder com discurso igualmente de apelo populista e demagógico.

Já as revoluções da direita foram um pouco mais silenciosas e menos sangrentas. O termo correto seria “evoluções”. Falar da derrocada do sistema feudalista, onde não havia mobilidade social, com o aparecimento da burguesia e da queda do sistema escravagista que foi minado pelo desenvolvimento do capitalismo mereceriam mais páginas de texto. Porém convém notar que o homem mais rico do planeta, Bill Gates , fez fortuna com idéias e bons produtos . Assim como a mulher mais poderosa, Condolezza Rice, é uma negra.

Quem se der ao trabalho de procurar o ranking Heritage de liberdade econômica (facilidade de abrir e fechar empresas, legislação trabalhista, carga de impostos, etc.) vai perceber a correlação positiva com os níveis de IDH (índice de desenvolvimento humano) e de emprego, ou seja, baixa taxa de desemprego.

Figuram no topo desse ranking países como Hong Kong, Austrália, EUA, Reino Unido, Japão, Irlanda, Espanha, Nova Zelândia, etc. O Brasil está em 77º lugar entre 156 países ranqueados, estamos praticamente no meio, em cima do muro. Nas últimas colocações estão, em geral, países africanos e as poucas ditaduras comunistas que ainda existem no planeta.


Com os dados do ranking Heritage percebemos um forte indício: a pobreza não está no capitalismo, mas na ausência ou no nível de desenvolvimento desse.

Os liberais austríacos, Mises e Hayek já haviam vaticinado o fim dos sistemas totalitários comunistas praticamente logo após a implantação dos mesmos. Isto foi recebido com espanto pelos intelectuais esquerdistas europeus, a inteligentsia européia. Não causa estranheza, portanto, o atraso de nosso “debate intelectual”, sobretudo na área de Humanas, onde esses dois autores citados são praticamente desconhecidos, enquanto o grande falseador Karl Marx ainda é estudado com propriedade e levado a sério pela nossa inteligentsia.