segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Mensagem

Pessoal, meu computador está no conserto há dias, por isso não atualizei o blog no fim de semana. Como já vai ser Natal e Ano-Novo, acho que só volto no ano que vem.

Boas festas a todos!

domingo, 14 de dezembro de 2008

Documentação

Janer Cristaldo escreveu um ótimo livro-reportagem denominado: "Ianoblefe - o jornalismo como ficção". Ele está publicando trechos no seu blog, mas o livro pode ser inteiramente acessado na Net.

No decorrer dos dias, como nenhum cadáver havia sido achado, o número de chacinados foi diminuindo. Foi fixado finalmente em 16. A única prova da chacina foi... um dente, encontrado pela Polícia Federal e exibido em grandes fotos pela imprensa, na ponta do dedo de um policial. Em verdade, não foi encontrado um só cadáver.

Relato toda essa farsa em Ianoblefe - o jornalismo como ficção. O livro foi recusado por cerca de vinte editoras. "Não podemos nos indispor contra todos os jornais do país", resumiu um editor. Mas foi aceito pela Ebooksbrasil, tocada por Teotonio Simões, e pode ser baixado de http://www.ebooksbrasil.org. Recomendo.

Cadáveres, nenhum. Mas o juiz Catta Preta não tem dúvidas de que houve o massacre. Como prova do crime, aceitou laudos de antropólogos sobre os hábitos culturais dos ianomâmis ...

Os uaicás, xirianás, iecuanás, macus e maiongongues, segundo Menna Barreto — ou ianomâmis, como os rebatizou Andujar — têm hoje a posse de 9,4 milhões de hectares, uma extensão territorial que jamais conseguirão controlar.

Não bastasse esta imensidão de terras entregue por Collor de Mello a um punhado de seres primitivos, incapazes de constituir ou gerir um Estado, o presidente Fernando Henrique Cardoso acaba de demarcar uma área ainda maior, de 10,6 milhões de hectares (território equivalente a Cuba) na região conhecida como Cabeça do Cachorro, no noroeste do Amazonas. A demarcação, feita com patrocínio do G-7 (grupo formado por EUA, Japão, Canadá, Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália) revoga e engloba 14 "ilhas" descontínuas, criadas durante o governo Sarney (1985-90).

Antes da nova demarcação, as 14 "ilhas" tinham apenas 2,6 milhões de hectares. Esta Cuba será entregue a cerca de 30 mil índios, quase 10% da população indígena do Brasil, espalhados em 600 comunidades de 23 etnias, como baré, suriana, maku, baniwa e tucano, entre outras.

Detentores de 11% do território nacional, os 325 mil índios brasileiros se candidatam fortemente à condição de maiores latifundiários do planeta.

Ironicamente, habitam o mesmo país em que o Movimento dos Sem-terra (grupos armados de fuzis, foices e facões, organizados pela Igreja Católica) invade e desmonta propriedades produtivas, com técnicas de guerrilha e sob as bandeiras de Mao Tse Tung e Che Guevara.

Alegam os defensores dos “povos da floresta” que todo o território brasileiro lhes pertencia, antes da chegada dos portugueses. Ocorre que os nativos não pediram passaporte a Cabral, nem lhe exigiram visto de entrada. Ora, sem Estado constituído, povo algum pode pretender a posse de qualquer território.

Postos em quarentena pela antropologia militante, isolados deste século por uma política oficial de Brasília, uma merencória opção é deixada aos autóctones de Pindorama: morrer de fome ou depender da caridade pública. Integrar-se ao século XX, jamais: os antropólogos precisam preservar, congelados no tempo, seus objetos de estudo.

E assim prepara-se o Brasil para entrar no terceiro milênio. Deixando para trás, perdidos no passado, seus primeiros habitantes.

http://cristaldo.blogspot.com/2008_12_01_archive.html

Contra toda mistificação!


Colapso Mental


Por: Anselmo Heidrich

Pois é... Jared Diamond (foto) escreveu um livrão que aponta a decadência de uma das ilhas do Pacífico por sua suposta hiper-exploração de recursos naturais.Engraçado como o mesmo não aconteceu com outras centenas de ilhas daquele oceano. Estranho criar uma regra a partir da exceção...

Jared Diamond e Thor Heyerdahl criaram o mito do colapso ambiental na Ilha de Páscoa.A tese é de que a super-exploração ao desmatar a ilha os impediu de obter matéria-prima para suas canoas e pesca. Consequentemente, a fome levou a guerra civil e ao canibalismo.

Na verdade, a coisa é bem mais simples do que tudo isto...Quando os europeus descobriram a ilha em 1722, com seus navios baleeiros em busca de água e alimento, também procuravam mulheres. As DSTs se disseminaram.Mais tarde, em 1805, a escuna americana Nancy raptou escravos; em 1862, foi a vez do Peru.

Após protestos internacionais, 100 sobreviventes foram repatriados e com eles, vieram a varíola e a maioria dos nativos morreu.Em 1870, europeus forçaram os nativos a entrar nos navios queimando suas plantações.

O Chile colocou os poucos nativos remanescentes num campo de concentração em 1888, após a anexação da ilha.Quando os holandeses aportaram por ali, em 1722, as choças nativas estavam cobertas com folhas de palmeira. Como, se não havia mais árvores no século XV, segundo Diamond?Embora Diamond diga que havia trimoras (árvores locais) no século XV, para construção de pequenas canoas, as estátuas ainda eram transportadas no século XIX.

Neste mesmo século houve epidemia de sarampo, o que não impedia os ilhéus de cultivarem bananas, batatas e cana-de-açúcar. A ilha ainda tinha lagos com solos ricos nas margens que nunca foram cultivados.

Ah... Mas, não tinham canoas para a pesca! O oficial da marinha americana W. S. Thomson que viveu por lá em 1890 relatou que as lagoas eram repletas de lagostas e caranguejos. Nas praias havia tartarugas marinhas, ou seja, ovos e carne. Entre os artefatos dos locais havia anzóis de pedra e osso, redes de pesca de amoreiras...

Adotavam as temporadas de pesca para evitar a pesca predatória.Nunca foi provada a existência de 3.000 ilhéus, como diz Diamond. E as guerras eram rotina, com ou sem fome.A única “prova” de canibalismo foi dada pelos missionários que precisavam arranjar uma boa justificativa para “salva-los da degradação”.

O “eco-colapso” de Diamond é história pra boi dormir quando sabemos que, de concreto, houve escravidão, sífilis, varíola, campos de concentração todos documentados.O problema da ilha nunca foi ecológico, mas puramente econômico.

Comento:
Lembram-se que escrevi um artigo chamado Rapa Nui, sobre a ilha de Páscoa e convergi para nossa questão indígena? Até então conhecia apenas a versão de Diamond que foi revertida em película pelo filme homônimo ao meu artigo.
Como penso que uma "função"da blogosfera vem sendo a desmistificação de uns conceitos massificados, então me deparei fazendo algo contrário ao que queria.
Agradeço ao Anselmo Heidrich por ter me alertado ao fato de Rapa Nui ter sido alvo de uma mistificação.
Diamond com sua teoria quis fazer um alerta ao próprio homem moderno: "Cuidem do planeta. Preservem os recursos naturais para a sociedade não ruir." Para ele Rapa Nui era o planeta Terra e nós éramos os aborígenes locais.
Diamond poderia pregar um desenvolvimento sustentável, mas sem proceder inverdades e deturpações que no fim só gerariam um sentimento anticapitalista e anti-progressso.
O cientista deu lugar ao pregador messiânico e cuspiu na ciência e na verdade. Isto que ocorreu foi uma forçação de barra de Diamond.
Contudo, no meu artigo, não acho que minha idéia central foi minada. Acho que o sistema de produção moderno permitiu nosso crecimento populacional e que continuamente temos que buscar um desenvolvimento sustentável.
Defender apenas o extrativismo coletor das antigas sociedades tribais seria uma opção, mas antes de tudo seria uma opção de morte para boa parte da humanidade. É só escolher. De que lado ficam os humanistas?

Como eram felizes

















Peguei a foto acima do blog dos jovens da aldeia Jaguapirú de Dourados. Talvez seja uma foto dos guarani do começo do século.

Qual era a expectativa de vida do homem há mais de 200 anos atrás? Uns 40, 50 anos.

Qual era a expectativa de vida do homem antes de domesticar animais para alimentação e de uma agricultura menos rudimentar? Acho que menos que 40 anos.

Pareciam fortes e bem nutridos? Havia sal na sua alimentação? Havia imprensa da época para noticiar a mortalidade infantil da época?

Abaixo uma foto dos joven indígenas universitários. Imagino que sejam os responsáveis pelo blog: http://ajindo.blogspot.com/

O que é melhor, tentar voltar para foto de cima ou optar pela foto abaixo?












Só faltou combinar com os índios

Recebido por e-mail:

"...os indios não querem ser inclusos em uma sociedade que não é a deles, eles querem continuar com sua cultura que desenvolveram nessa chão desde há muito tempo atrás..."

As fotos abaixo demonstram isso:








Ou melhor, esses caras aí estão fantasiados de índio. É a mesma coisa que eu na festa junina ir de caipira, os os alemães na Oktoberfest se vestirem com aqueles shorts e macacão e por aí vai.

Os antepassados destes caras foram de fato silvícolas, eles, agora, são brasileiros como nós e deveriam estar sob os mesmos direitos e deveres que todo mundo.

Repudio fortemente esta tal "dívida histórica".

Primeiro porque todos os povos do mundo em algum momento da história, tiveram enfrentamentos e atritos.

Segundo porque quem diz que eles estariam melhores hoje se não tivessem o contato com o não-índio?

Quanto vale 5 mil anos de conhecimento tecnológico? Qual é o preço dos royalties que deveríamos cobrar pela domesticação dos animais, pela agricultura de escala, pela água encanada, pelo fogão a gás, pela geladeira, pela luz elétrica, etc, etc.

Você acha pouco? Tente viver sem essa pequena lista que fiz acima.

Qual foi o primeiro desejo de Ingrid Betancourt após ser libertada das Farc?

"Um banheiro e uma ducha quente."



Preservem a cultura indígena. Mantenham o infanticídio. Resgatem o canibalismo.




Aqui está um vídeo que eu já havia assistido tempos atrás. Foi postado no Mídia Sem Máscara agora. Traz a história de Hakani, uma menina que foi enterrada viva pela sua tribo. Hakani é uma criança feliz hoje em dia, graças aos malvados não-preservacionistas culturais que não seguiram os preceitos tribais.

A primeira vez que vi foi no blog do ex-chefe da Funai, Mércio Gomes. Ele realmente pediu que se punissem os realizadores do vídeo. Absurdo.

Para saber mais acessem:

http://www.hakani.org/pt/

domingo, 7 de dezembro de 2008

Resposta ao sr. Iuri Munareto


Finalmente o assunto que eu queria ter tratado já na semana passada. Googleando as referências ao meu último artigo, publicado pelo Correio do Estado, descobri que o sr. Elo Ramiro Loef o enviou à um site de Chapadão do Sul. Agradeço a ele, meus artigos estão disponíveis desde que citadas a fonte (eu!).

Um rapaz de nome Iuri me contrapôs. Sei que é um rapaz porque ele é estudante de Ciências Sociais e mais recentemente de Arquitetura. Bom, já que Egon Heck e Mieceslau Kudlavicz não emitiram nenhuma resposta aos artigos que os citei – por favor, não falem que eles são cagões – pelo menos o estudante se propôs em argumentar o texto.

Houve também a opinião do agrônomo Francisco Cezar Dias, que teceu comentários sobre meu texto e à crítica de Iuri, este por sua vez também o respondeu. A seqüência está linkada abaixo pra quem quiser ver.

Bom ,então lá vou eu responder ao Iuri, um auto-proclamado anarco-comunista (!?) - também vi na Net. Fiz um desafio de um debate, pode ser na UFMS. Se aceitar fica para o ano que vem.

Este post é longo, mas necessário.

É lastimável o simplório texto "A valentia dos Vermelhos",

Ele tem todo direito de considerar lastimável por não concordar com a mensagem do mesmo, mas daí a classificar o texto de “simplório” requereria alguma justificativa para isso. Como aluno de Ciências Sociais ele deveria se alegrar de ler os nomes de Hegel e Marcuse, entre outras coisas, citados num artigo não acadêmico.

Na verdade não passa de uma tentativa de desqualificação barata e ordinária, mas muito utilizada por esta turma.

lastimável, porém não surpreendente, em um estado essencialmente agrário,

A economia do estado já está mais diversificada, mas realmente é calcada na agropecuária e qual o problema? Prefereria morar num deserto ou num local altamente industrializado? Alguém está te segurando aqui?

Talvez a demarcação indígena seria aceita com mais entusiasmo se fosse proposta no Rio de Janeiro ou São Paulo, que também foram habitadas por índios no passado.

aonde um boi possui aproximadamente sete hectares de terra, e um ser humano de etnia indígena apenas três.

Afirmação completamente errada, ou seja, é uma mentira. Numa pecuária tradicional utiliza-se 1 cabeça por hectare, a depender se é boi, vaca, novilho, bezerros, etc. Numa média geral temos 0,7 Unidades Animais por hectare de pasto, o que daria 1,4 hectares para cada boi (considerando um animal de 450 quilos de peso vivo)

Quanto ao ser humano de etnia indígena possuir apenas três hectares. Muita calma nessa hora. Analisemos alguns dados:

- mais de 12% do território nacional é área indígena, isto para uma população muito menor do que a branca.

- No estado temos reservas como a Kadiwéu com mais de 500 mil hectares, onde moram cerca de 1500 indígenas e também temos a reserva Jaguapirú com pouco mais de 3000 hectares e com 11 mil moradores.

A reserva Jaguapirú, já é quase um distrito ou um grande bairro de Dourados, dada a sua proximidade com a cidade.

Dizem que há cerca de 40 mil indígenas no estado. Não sei a área exata de todas reservas indígenas do MS, mas utilizando-se apenas os dados das duas reservas acima chegamos a mais de 12 hectares por indígena no estado. Como vimos o sr. Iuri novamente fez uma afirmação falsa.

Há um problema de adensamento em reservas do sul do estado, sem dúvida, e isto se resolve de duas maneiras:

- Ou os índios optam por um padrão de vida que era usado há uns 5 mil anos atrás, quando não havia domesticação e criação de animais e nem uma agricultura que não fosse essencialmente de subsistência e passam a ser coletores da natureza; mas para isso deveriam ser realocados para regiões longínquas como a Amazônica.

- Ou se adaptam ao modo de vida que permitiu o crescimento populacional da Humanidade em alguns bilhões de pessoas, coisa que seria inviável num sistema de simples extrativismo natural.

Por último: não considero ser procedente a comparação entre bovinos e indígenas. Quantos hectares são disponíveis para um “ser humano” japonês dentro do seu país? Fosse apenas terra o necessário para felicidade, o homem deveria ser muito mais feliz há centenas de anos atrás, quando a população mundial era pequena e sobrava terra, mas tal coisa é irreal.



Como o próprio Iuri deixou claro, o boi é um animal, o índio é um ser humano. Afirmar que o índio só pode sobreviver se tiver terra é que é um preconceito do Iuri, pois estaria outorgando que o índio não tem capacidade de aprender novas funções, que não tem capacidade de ler, escrever, utilizar computadores, ser um professor, se qualificar profissionalmente. Pensando como o Iuri, estaríamos alijando o índio de seus direitos de cidadão.

Essa crítica de fazendeiros à tentativa de demarcação por estudiosos da antropologia é uma afronta ao nosso humilde intelecto;

Ah é? Parece que sua vontade é que os fazendeiros não teçam críticas, deveriam se calar e aceitar passivamente a situação. Esta é a democracia de um lado só. Compreendo, muito típico da claque do Iuri.

querem falar na questão alimentícia, mas incentivam ao máximo o plantio de cana,

Aí depende, têm muita gente do meio rural, os mais tradicionalistas até, que não gostam da cultura da cana. Dizem que exaure o solo, em determinadas épocas utiliza muita mão-de-obra externa que pode trazer à região pessoas de má índole e, talvez o pior, a queima da cana para a colheita não é vista como algo salutar.

Agora há os que por razões econômicas apóiam a cultura da cana. Ela é uma grande geradora de divisas e investimentos, sendo que seus incentivadores não são apenas os proprietários rurais, mas sim políticos interessados em aumento de verbas e também os próprios trabalhadores que terão maior oferta de emprego.

eu não sei quanto à vocês, mas não lembro de cana ser um alimento recomendável em grandes quantias;

Seguindo esta lógica então não deveria haver plantações de eucalipto, pois ninguém come eucalipto. Mas com certeza a produção de celulose para papel, vigamentos para construção civil e tantas outras utilidades da madeira ficariam inviabilizadas.

Com certeza que a produção de alimentos é algo nobre e deve ser respaldada, mas ela não é a única utilidade da terra. A cana de açúcar gera vários produtos. Açúcar, cachaça, álcool para desinfecção hospitalar e o badalado etanol que serve como bio-combustível.

enquanto essa comparação aos índios americanos \"donos de cassinos\" é simplesmente digna de risos, sugiro ao autor do texto um pouco mais de estudo e menos preconceito.

Sugiro um pouco mais de estudo a você. Procure se informar quem é o dono da rede Hard Rock Café dos EUA.



E onde está o preconceito que você falou? Fui preconceituso em relatar que os índios americanos são donos de cassinos? Mais uma acusação infundada.

Se seus antepassados fossem brutalmente assassinados, escravizados, aniquilados e sua cultura da mesma forma tivesse ido junto como se sentiria??

Aqui pinta-se o tradicional quadro do vitimismo indígena. Seguindo essa pressuposição Americanos e Japoneses deveriam viver às turras. Um atacou o outro de surpresa e sem uma justificativa relevante e o outro meteu duas bombas atômicas no território do então inimigo.

Volto. Acontece que os índios no Brasil não viviam em nenhum paraíso idílico. A luta pela sobrevivência era árdua e haviam muitas guerras entre as diversas etnias. Os próprios guaranis eram conhecidos como índios guerreiros que subjugavam outras tribos. Aliás, “guarani” significa “guerreiro”.

Como lembra Waren Dean, em seu livro "A Ferro e Fogo - A história da Floresta Atlântica do Brasil" (Editora Companhia da Letras, 1994), tanto os tupis como os guaranis foram tribos que faziam poucos séculos, na época em que os portugueses descobriram o Brasil, que invadiram a região e desalojaram outras tribos indígenas, cuja história perdeu-se na poeira dos tempos.

Os índios daqui não foram brutalmente assassinados. Houveram conflitos, sem dúvida, mas de uma maneira geral no atual Mato Grosso do Sul, o contato entre não-índios e índios é um dos mais pacíficos ocorridos na História da humanidade.

Quanto ao escravagismo também é falso. A colonização do nosso estado já se deu em um momento de término da escravidão e os índios nunca tiveram índole para serem escravos.

Aliás, sr. Iuri, a palavra “escravo” em inglês é “slave” que proveio de “eslavos”. Tal fato se deu porque os vikings escravizaram os vizinhos eslavos do leste europeu.

Os índios daqui do Estado não foram aniquilados, tanto é que aí estão nas reservas, cidades, título de eleitor na mão, etc.

Quanto à cultura cito Kwame Anthony Appiah: “Uma cultura só tem importância se for boa para os indivíduos”.)

Os índios andavam nús e descalços pelas matas. Faziam suas necessidades em ambiente aberto. Entre algumas etnias (estas sim foram aniquiladas, os tupinambás) havia o costume da antropofagia, ou seja, canibalismo. Comiam os animais que conseguiam caçar, macacos, pacas, capivaras, em geral sem nem retirar os pêlos assando o animal por inteiro num braseiro. A agricultura era rudimentar e de subsistência. Eram essencialmente coletores.

Resta saber qual cultura os atuais indígenas gostariam de manter. Alguns hábitos que considerarem úteis, conhecimentos empíricos adquiridos com séculos de vivência no local, podem ser mantidos, mas o que não julgarem de relevância pode ser deixado de lado. Quem deve decidir isto são eles.

Temos que nos lembrar que os índios daqui eram ágrafos, não escreviam, não registravam os acontecimentos, havia apenas a tradição oral.

A verdade é que os índios do atual MS estavam num estágio de evolução tecnológica de alguns milhares de anos de atraso em relação aos que aqui chegaram depois. Isto não é problema, a humanidade só evoluiu graças às trocas voluntárias ocorridas entre as diversas culturas, propiciadas pelas sociedades abertas. O errado é se proceder um tal preservacionismo cultural obtuso em detrimento da livre escolha das pessoas, no caso os índios.

Iuri transpõe a luta de classes de Marx, para a luta de etnias (índios e não-indios), mas simplesmente fazendo generalizações simplistas e omitindo informações. Bem ao estilo do que fazia o citado autor alemão.

E para finalizar cito a questão do latifúndio... latifúndio é atraso sim senhor, todo país considerado desenvolvido não usa mais essa prática retrógrada. Suíça, Alemanha, Holanda, ué, mas são todos paises minúsculos, alguém poderá dizer. Então eu lembro também dos Estados Unidos e do Canadá, países maiores territorialmente que o nosso e que também não utilizam a prática do latifúndio.

Outra falácia repetida ad nauseum. Primeiro porque Iuri não sabe o que é latifúndio e segundo porque os eventuais latifúndios dos pioneiros e as grandes áreas de terra contribuíram para a convivência apaziguada entre índios e não-índios.

Ao primeiro:

Latifúndio é uma área de terras 600 vezes superior à um módulo rural. No sul do estado corresponderia a uma fazenda com 12 mil hectares de área. Praticamente não há mais latifúndio naquela região. E mesmo os que houverem não são problema, desde que legitimados e auferidos de maneira legal.

Se considerarmos o tempo de colonização do nosso estado com os de países europeus e mesmo americanos que Iuri citou, também poderemos saber a razão da diferença entre o tamanho das propriedades rurais. No estado de São Paulo a média das propriedades rurais é quase de padrão europeu, e não por alguma suposta reforma agrária, mas simplesmente pelo tempo de colonização.



A média das propriedades rurais nos EUA, Canadá e Brasil não diferem muito. Não estou de posse de dados oficiais mas segundo pronunciamento em assembéia legislativa do Rio Grande do Sul, o deputado Rubens Pillar do PPB, citou que o tamanho médio das propriedades no Brasil é 64 hectares; nos Estados Unidos, 190 hectares e no Canadá, 242 hectares.


Quanto ao índice GINE que mede a concentração de terras, o Brasil apresenta o valor de 0, 802, sendo o 9º lugar nas Américas.

Quanto ao que falei sobre a inicial grande propriedade no Mato Grosso do Sul ter propiciado menos conflitos, basta compararmos com o que ocorreu nos Estados Unidos.

Após o governo dos EUA promover o Homestead Act que doava 160 acres, o equivalente a 64 hectares de terra, a cada família de colono houve uma intensa migração de pessoas para regiões até então habitadas unicamente por indígenas. A corrida para o Oeste promoveu um conflito entre os recém-chegados e os indígenas do local. Houve muito derramamento de sangue nos EUA.

Já no Brasil a colonização foi muito mais paulatina, a princípio com as grandes propriedades, principalmente porque poucas pessoas se dispunham em enfrentar as dificuldades de uma região tão desprovida de recursos como era o velho Mato Grosso do século 19. O que acontecia é que havia muita terra, tanto para índios quanto para não-índios e a convivência foi em sua maioria pacífica.

Hoje professores universitários de suas cátedras se sentem confortáveis em criticar a colonização inicial do nosso estado, mas se esquecem que se não fosse a coragem e determinação dos pioneiros que aqui chegaram de carro de boi, atualmente não haveriam bibliotecas nem salas de aula com ar condicionado para eles proferirem suas palavras.

Da resposta ao agrônomo Francisco:

Só para tentar esclarecer, as terras que estão sendo estudadas por antropólogos, tem o objetivo de devolvê-las aos seus verdadeiros donos, que por grileiros, foram tomadas há alguns anos atrás, ou seja, cadê a justiça cobrada por vocês?? não a vejo nesse caso.



Aquelas terras não foram tomadas por grileiros, foram tituladas pelo estado brasileiro após a guerra do Paraguai. As reservas demarcadas pelo antigo SPI (Serviço de Proteção ao Índio) foram respeitadas e em alguns casos houve realocamento dos índios.

Por exemplo a aldeia de Dourados tem mais densidade populacional que a cidade de Dourados, e necessita de terra, Mato grosso do sul (sic) é o segundo estado que mais se reside povo de etnia indígena (sic)

Aldeias que no início contavam com 400 pessoas e hoje tem mais de 11 mil. O aumento populacional foi pelo crescimento vegetativo dos indígenas locais (cadê o tal genocídio?) e de indígenas de outras localidades que foram para lá, atraídos pelos recursos da cidade em detrimento da felicidade idílica da floresta virgem, que só existe na cabeça de alguns românticos que nunca andaram nús dependendo da caça e pesca para se alimentar.

E a medida que vai aumentando a população indígena, então a solução é ir aumentando as reservas? Depois de todas as terras brasileiras virarem reserva indígena (mais de 12% do país já é) teremos que guerrear com os vizinhos em busca de mais áreas para resolver os problemas da nossa questão indígena, lógico que tudo movido por necessidades humanistas.



Finalizando:

Yuri, ponho-me à disposição para um debate sobre o assunto, ou mesmo alguma variante dele. Entenda como um desafio, se aceitar fica para o ano que vem, de preferência na UFMS.



Meu artigo:
http://www.jovemsulnews.com.br/user/index.php?id=36528

Comentário do Iuri:
http://www.jovemsulnews.com.br/user/index.php?id=36561

Comentário do Francisco Cezar:
http://www.jovemsulnews.com.br/user/index.php?id=36620

Segundo comentário do Iuri:
http://www.jovemsulnews.com.br/user/index.php?id=36627

História da língua Tupi, e mais

Este texto é muito interessante, utilizei-o como subsídio para o post acima:

Como lembra Waren Dean, em seu livro "A Ferro e Fogo- A história da Floresta Atlântica do Brasil" (Editora Companhia da Letras, 1994), tanto os tupis como os guaranis foram tribos que faziam poucos séculos, na época em que os portugueses descobriram o Brasil, que invadiram a região e desalojaram outras tribos indígenas, cuja história perdeu-se na poeira dos tempos.

A palavra "Tupi" significa "o grande pai" ou "líder". Ora, os "tupis" achavam-se os máximos tanto que chamavam a si mesmos de "tupis". Já "Guarani" significa "guerreiro". Os tupis, os primeiros contactados pelos portugueses quando iniciaram sua colonização no Brasil, dividiam-se em várias tribos cujos nomes registrados pela história são como elas mesmos chamavam-se ou como seus inimigos apelidaram-nas

...

Oito anos antes da invasão francesa, apareceu no Brasil um alemão chamado Hans Staden, cujas aventuras poderiam inspirar um belo filme de ação nas mãos de um Steven Spielberg ou de algum talentoso cineasta (se botar na mão de brasileiro, vira "suruba"- Aliás, "suruba" é uma palavra do tupi-guarani que significa "bom", bem diferente do significado que possui hoje no português brasileiro). (Aliás, mais uma notinha. O falecido ex-presidente da república, Jânio Quadros, quando se candidatou a prefeito de São Paulo em 1982, usava como slogan de sua campanha política- "Este é suruba". Teve gente que não entendeu e pensou "naquilo", o que valeu uma reportagem da revista Veja explicando que "suruba" significava apenas "bom").


He, he, esta da suruba foi engraçada.

-Como estão as coisas aí?

-Ah, tá suruba.

A história de Hans Staden (verídica) que quase virou churrasco também é ótima.

E para economizar a googleada, vejam quem são os donos da Hard Rock Cafe:

http://www.jt.com.br/editorias/2006/12/08/int-1.94.6.20061208.1.1.xml

13 razões para ser contra a carcinicultura


Com o objetivo de denunciar a atividade de cultivo de camarão em cativeiro, movimentos sociais, fóruns, redes e articulações lançam nota que explicita 13 razões para dizer NÃO à carcinicultura.

Porque a carcinicultura...
Eles não são contra só a carcinicultura, são contra a bovinocultura de corte ou leite, são contra a suinocultura, a avicultura, a sojicultura, afinal, são contra qualquer tipo de cultura.
Se alguma destas 13 razões (que número sugestivo, hein) tiver alguma procedência, há que se perguntar, "Mas não há alguma forma de melhorar isto? O extrativismo é a únca maneira de se proceder a produção de camarão?"
Notem também os motivos ideológicos em questão, "7 - Agrava o racismo ambiental..." !?

Vovó Rambo da Austrália



A delicada vovó Ava Estelle, de 81 anos, ficou tão chocada quando dois delinqüentes estupraram sua neta de 18 anos que ela conseguiu localizar os desavisados ex-condenados - e os baleou nos testículos."


A velha senhora passou uma semana caçando esses homens - e quando os encontrou vingou-se desta forma inusitada", disse Evan Delp, investigador da polícia de Melbourne. Em seguida ela tomou um taxi, foi até a delegacia de polícia mais próxima, colocou a arma no balcão do sargento de plantão e lhe disse, com toda a calma:

"Por Deus, esses bastardos não vão estuprar mais ninguém!"...

...Vovó Rambo entrou em ação em 21 de agosto, após sua neta Debbie ter sido agarrada e violentada em plena luz do dia pelos dois bandidos armados de facas. "Quando vi a expressão no rosto da minha Debbie, aquela noite no hospital, decidi que sairia sozinha atrás daqueles bastardos porque imaginei que a lei seria branda com eles", relatou a bibliotecária aposentada.

"E eu não estava com medo deles porque eu tinha um revólver e tinha atirado durante toda a vida. E não fui tonta de devolvê-lo quando a lei mudou a respeito de possuir um." ...

...Agora, especialistas perplexos tentam imaginar exatamente o que fazer com a vovó vigilante. "O que ela fez está errado e ela infringiu a lei, mas é difícil mandar uma velha senhora de 81 anos para a cadeia" - disse o investigador Delp - "Especialmente quando 3 milhões de pessoas na cidade querem nomeá-la prefeito."



Comento:

Parabéns para dona Ava, o que ela fez foi arriscado, poderia acabar em morte, mas se fosse a morte dos dois malacos, surfistas de esgoto, ela estaria fazendo um bem para a Humanidade.

Perceberam o que ela disse: "A justiça seria branda com eles", "Atirei a vida inteira e não fui tonta de devolver a arma quando mudou a lei a respeito da posse de armas."

A vovó personificou literalmente o slogan do Aluizio Amorim em terras estrageiras, então é:

"FIRE IN THE BOTOCUDS!!!"

domingo, 30 de novembro de 2008

Memória

Por: Denis Lerrer Rosenfield

Uma nação se faz pelo culto à sua memória e pela recuperação de sua história. Seus momentos mais sublimes são exemplos a ser seguidos, seus momentos mais sórdidos são exemplos do que não deve jamais ser repetido. Assim, novas gerações vão-se formando pela educação, pelo aprendizado de seus antepassados, pelo trabalho e esforço dos que as antecederam. Desta maneira, a liberdade pode ser vivida, animada e tomada como um princípio ao qual em nenhuma hipótese se deva renunciar. A renúncia significa escravidão.

Isso implica fidelidade aos fatos, ausência de dogmatismos e, sobretudo, atitudes que não falsifiquem o que aconteceu no passado, pois esse tipo de deformação e deturpação histórica tem a função de velar posições contrárias à liberdade, abrindo caminho para novos dogmatismos, autoritarismos ou mesmo totalitarismos. Uma atitude totalitária que adote uma roupagem "democrática" contribui para que a própria democracia seja minada do seu interior, relativizando valores e exemplos.

Há pessoas e agrupamentos políticos que, hoje, se reivindicam da "resistência" à "ditadura militar", quando, na verdade, lutavam pela "ditadura do proletariado", procurando impor, pelas armas, o totalitarismo comunista no Brasil. Se a palavra resistência a eles se aplica, deveria significar resistência aos que resistiram ao seu projeto totalitário. Em vez de fazerem sinceramente o luto de suas posições, reconhecerem os seus erros e, neste sentido, contribuírem para a história do Brasil, pretendem se colocar como verdadeiros representantes da liberdade. Democraticidas se travestem de libertários.

O paradoxal, no entanto, é que têm conseguido fazer passar essa falsa mensagem à opinião pública, inclusive com proveitos próprios, pecuniários, nada desprezíveis, como são as polpudas indenizações por supostos atos de "resistência". Além da falsificação histórica, são beneficiários de uma nova forma de "reparação histórica": a "bolsa-ditadura".

Na verdade, o contribuinte brasileiro, você, eu, todos nós estamos pagando por uma das maiores empulhações da história brasileira. Os "revolucionários" perderam toda a moralidade, inclusive a moralidade da causa que diziam - e alguns ainda dizem - representar. Em vez de afirmarem - o que é o seu próprio direito - a validade moral da causa defendida, procuram extrair proveitos do Estado brasileiro, o que significa dizer do dinheiro dos cidadãos, dos mais pobres aos mais ricos. Derrotados política e militarmente, procuram uma "reparação" de algo que foi produto de sua livre escolha. Se escolheram a causa do "socialismo", do "comunismo" e da "ditadura do proletariado" são - ou deveriam ser - responsáveis por seus atos. Não deveriam transferir essa responsabilidade aos demais e, além disso, exigir que outros paguem por suas escolhas. Em vez da responsabilidade moral, o seu pleito se reduz à "bolsa-ditadura".

Imaginem se Lenin e Trotsky, tendo fracassado em sua tentativa de derrubar o regime czarista, viessem a pleitear, anos depois, uma "bolsa-ditadura", resultante do seu insucesso. As autoridades governamentais russas deveriam pagar por não terem sido derrubadas e assassinadas! Pode-se estar ou não de acordo com esses revolucionários, pode-se ou não estar de acordo com as suas posições, em todo caso não se pode dizer que não fossem coerentes com seus projetos, tendo, no caso de Trotsky, dado a vida por sua causa. Morreu no México, com uma picareta cravada em sua cabeça, num golpe desferido por um agente de Stalin, que terminou sua vida num suave repouso na Cuba castrista. Tinham dignidade moral, o que não se vê nos revolucionários brasileiros da "bolsa-ditadura".

Uma das mais belas páginas de resistência à ditadura militar foi escrita pelo jornal O Estado de S. Paulo, cuja família ofereceu um raro exemplo de defesa e afirmação da liberdade de expressão. Confrontado com a censura, a ela não se curvou. Soube resistir, substituindo as matérias censuradas por receitas de jardinagem, receitas de cozinha e trechos de Os Lusíadas. Aos censores passou as mensagens de que a liberdade deve ser cultivada como um jardim, que, sem esse trabalho, pode tornar-se uma terra inóspita; de que uma boa gastronomia aguça o prazer do gosto, do usufruto sensível da liberdade; de que um trecho de Os Lusíadas cultiva o espírito, sem o qual a liberdade se pode tornar uma palavra vazia.

Aos que não prezavam a liberdade, soube dizer que não há negociação possível em torno do que deveria estruturar uma sociedade democrática, baseada na escolha de si mesma. À opinião pública em geral, disse que havia coisas acontecendo que não podiam ser publicadas. Seguiu o princípio de Kant, conforme o qual tudo o que não pode ser tornado público é injusto. Desse exemplo quase já não se fala e, contudo, é ele que deveria ser ensinado nas escolas.

Memória significa abertura às atuais gerações de todos os documentos e arquivos desse período. Devem elas aprender com o acontecido, conhecer os personagens envolvidos, num confronto com os fatos, e não com tergiversações históricas. Antes e durante o período em que a tortura foi aplicada, outros atos igualmente abjetos foram cometidos, como seqüestros, assassinatos a sangue-frio, assaltos, bombas e mutilações feitos por grupos e pessoas que hoje, em nome desses seus atos, usufruem a "bolsa-ditadura". Torturadores, assassinos e assaltantes devem aparecer e emergir dos arquivos que não foram ainda tornados públicos.

Há mais de meio século começou o regime militar. Nada justifica que os cidadãos brasileiros não tenham amplo acesso a esse período de sua história. Todos devem conhecer em nome do que lutavam os diferentes contendores, devem aprender os diferentes significados da palavra resistência, devem fortalecer suas convicções de que, fora da liberdade e da democracia, não há sociedade que dignifique o homem.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081124/not_imp282489,0.php

Comento:

Não há o que comentar, Rosenfield foi brilhante, este texto deveria ser amplamente divulgado nas faculs e também no senado e órgãos legislativos e judiciários, afinal a "bolsa-ditadura" uma baita de uma sem-vergonhice já é uma trolha de alguns bilhões que deixa de ser revertido em algo de fato justo (melhorias sociais ou simplesmente diminuição de impostos).

Doutrinação ideológica


...Minha filha, que completou apenas sete anos e, portanto, freqüenta o primeiro ano do ensino fundamental, teve que fazer uma pesquisa sobre Zumbi dos Palmares, por conta do feriado de cunho racista, o Dia da Consciência Negra. Eu sugeri que ela levasse a reportagem O Enigma de Zumbi, também da revista Veja, pois trata exatamente do assunto pedido, de uma forma menos convencional...

...eis que sua professora simplesmente afirmou que a reportagem sobre Zumbi era falsa. Ponto. Nada mais foi dito, nenhum dado novo foi citado, nenhum argumento foi preciso...Provavelmente sem se dar conta, a professora repetiu a doutrinação ideológica que deve ter sofrido em sua faculdade. Zumbi não teve escravos. A reportagem, com base em vários estudos novos de diferentes historiadores, é falsa. Simples assim. Ela tem que ser falsa, pois, caso contrário, afeta todo o discurso politicamente correto da esquerda...

...Devemos constatar o fato infeliz de que a escravidão acompanhou a humanidade desde os primórdios. Cada povo conquistado acabava virando escravo do conquistador. O próprio termo slave vem de “eslavo”, porque os Vikings escravizaram os eslavos.

A prática nefasta da escravidão terminou com a pressão exercida desde as idéias iluministas, com base no direito natural de Locke, abraçado pelos “pais fundadores” dos Estados Unidos. A Declaração de Independência escrita por Jefferson foi uma das principais armas contra a escravidão, usada pelos grandes abolicionistas. Mas resgatar esses fatos todos não interessa nada à agenda politicamente correta da esquerda, que tenta vender uma imagem distorcida da história, onde brancos malvados escravizaram os negros inocentes.

A esquerda no fundo parece desejar a segregação em raças, alimentando o ódio por causa da cor...

Comento:
Pois é, este assunto é preponderante se não for o principal deste blog. Basicamente tento contrapor boa parte do que foi passado em aulas que tive na escola e faculdade (fiz um ano de Jornalismo), nas disciplinas de Humanas.
Interessante saber que "slaves" (que significa "escravos"em inglês) vem de "eslavos". Vou falar pro marido da minha prima que é tcheco.
Olha tem muita coisa boa nas Humanas. Eles pecam por passar esta visão maniqueísta das coisas. Bonzinhos de um lado e Mauzinhos de outro. A realidade não é assim.
Os negros eram escravizados dentro da África pelas próprias tribos rivais. Os reis africanos é que começaram a oferecer os escravos a quem quisesse, como também havia demanda e produto, pronto se fez o negócio.
Preconceito racial antes de ser crime, é algo imoral, você tem que julgar a pessoa pelos seus atos e não pela cor da pele.
O problema é que os politicamente corretos começam a falar em dívida social, criar ministérios, cargos e verbas são desviadas. Quilombolas começam a brotar como por encanto pedindo terras onde nunca houve escravidão (no norte do Paraná e em muitos outros lugares está acontecendo isso) e a picaretagem come solta.
Este é o problema desta racistização oficial que estão promovendo.

Tarefa de casa

Leiam os parágrafos abaixo e tirem suas conclusões:

fiz aquela afirmação com base numa pesquisa do Datafolha que demonstrava que os valores do tal ‘povo’ são conservadores. E que nenhum partido, nem o DEM, assume essa perspectiva. Dou um exemplo claro: a população brasileira é majoritariamente contrária ao aborto. Mas não há um só partido com essa diretriz no país. Pior: os líderes políticos preferem driblar o assunto. Por quê? Medo de uma imprensa que é majoritariamente pautada pelos valores de esquerda”.

http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/2008/11/de-paves-e-urubus.html

E:

É bom, mas pega mal. É ruim, mas pega bem.

Outro exemplo interessante desta covardia foi no caso do Referendo das Armas. Se lembrarem, na Comissão "do Desarmamento" da Câmara tínhamos ali alinhados uma boa leva de esquerdistas metidos a humanistas, alguns esquerdistas honestos e, no meio deles, víamos perdido o nome de ACM Neto.

Sim, ACM Neto! Fazia algum sentido esta opção do deputado? Ela condizia com o papel de liderança da oposição que o jovem deputado almejava? Ela era coerente com o auto-proclamado alinhamento de "centro-direita" de seu partido? Mais do que tudo, faz parte de um suposto conjunto de idéias e soluções para Segurança Pública do partido a que pertence a restrição completa na venda de armas de fogo? Porque, se sim, então o Democratas é igual a todos os outros partidos da esquerda brasileira, e não sei se é isto que o partido busca ser... E

Enfim, este é um exemplo do que eu imagino serem alguns conselheiros de políticos que lhes sopram "Olha, isto é uma droga, mas pega bem, entra nesta onda".

http://angelodacia.blogspot.com/2008/11/bom-mas-pega-mal-ruim-mas-pega-bem.html

O que penso:

Realmente os políticos em geral no Brasil ou não tem ideologia nenhuma, são simplesmente fisiológicos e não tem peito e QI pra defender algumas causas que são um tanto quanto espinhosas ou quando têm ideologia é uma tosquice só, geralmente pautada por pretensos humanistas.

No Equador foi mais forte

O presidente Rafael Correa, do Equador, padece de uma forma particularmente virulenta da doença infantil do populismo - aquela que leva seu portador a considerar ilegais e ilegítimos todos os empréstimos tomados por seu país, nos tempos em que ele ainda não havia assumido o poder para redimir o seu rebanho. No Brasil, durante mais de duas décadas, o PT e alguns partidos de esquerda pregaram o calote, a pretexto de sanear finanças viciadas e moralizar costumes degradados pela dívida externa. Felizmente, quando o PT chegou ao poder pelas mãos do presidente Lula, prevaleceu o bom senso deste e o assunto foi prudentemente esquecido.

Com o presidente Rafael Correa foi diferente. Candidato, ele satanizou a forma como o Equador se endividou. Presidente, constituiu uma comissão para auditar a dívida externa, contraída entre 1976 e 2006, tomando o cuidado de escolher pessoas politicamente comprometidas para examinar uma questão eminentemente técnica, dos pontos de vista financeiro e jurídico. O resultado, como não poderia deixar de ser, foi que a comissão descobriu ter havido uma imensa conspiração entre organismos multilaterais, bancos com atuação internacional e autoridades equatorianas - de todos os governos, destes últimos 30 anos - para afogar o país numa dívida que hoje chega a US$ 10 bilhões...

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081125/not_imp283053,0.php

Realmente o PT tinha um tipo de discurso antes e quando governo teve o bom-senso de não enfiar os pés pelas mãos.

Isso corrobora uma tese que tenho que sustenta que a esquerda sempre fala merd... e que você pode ser contra tudo que eles falam mesmo que você não conheça o assunto, ou seja, é só saber a opinião deles sobre alguma coisa que você já pode saber que o correto é o inverso do que eles pregam.

Esta questão do endividamento é interessante. Sempre culparam os credores que emprestaram o dinheiro, mas nunca os governos perdulários e ineficientes que fizeram mal uso do recurso.

Imagina o seguinte. Um vizinho seu tá na pindaíba, gastando mais do que ganha. Você empresta dinheiro pra ele e o aconselha a gastar menos do que ele arrecada para que ele possa formar poupança.

O cara nem dá bola pra você, gasta mais ainda, não tem dinheiro pra te pagar e depois acha ruim pela cobrança dos juros (que ele só acha alto depois que fez o negócio e gastou toda sua grana), finalmente diz que você é o culpado pela situação dele e que não vai te pagar.

É mole?

Ôôôô paixããooo!!!!!!!!




Ondas internéticas chegam ao meu cérebro mandando a seguinte mensagem da cabeça de alguns navegantes: "Uhmm, quer dizer que o dr. veterinário campograndense só coloca músicas Pop internacionais. É bem estrangeirista mesmo."

Então pra vocês vai essa aí. A Maria Cecília é uma graça, a música é muito boa, não é o chororô cornista que abunda no sertanejo meloso. Aliás nem sei como estão classificando este tipo de som, se é sertanejo universitário, um pouco mais pop, sei lá, mas a música é muito boa.

Tem uma outra chamada "Coisas esotéricas" (e não "exotéricas" como andei lendo no youtube) que também é muito boa.

Vocês aí de fora do MS, peçam na rádio Maria Cecília e Rodolfo, "Você de volta" ou "Coisas esotéricas" ou as duas juntas.

"...Tudo que eu quero é você de volta/ tô te esperando vem bater na minha porta/ eu amo você, eu só sei te querer/ minha vida tem sentido se tiver você..."

Do Kibeloco

Esqueci de postar aqui antes, já vou direto pro link deles.

Wonarllevyston Marllon Branddon,13 anos, entra na Justiça para mudar nome

A Justiça do Mato Grosso do Sul realizou uma audiência inusitada em junho de 2007. Um menino de 13 anos entrou com uma ação para alterar seu nome e o juiz teve que ouvir sua mãe, a fim de entender porque havia batizado o menino como Wonarllevyston Garlan Marllon Branddon Bruno Paullynelly Mell —havia mais quatro nomes, que foram ocultados pela Justiça para preservar o garoto.

...

Mas o fato de a lei ter feito com que diminuíssem o número de casos como o de Wonarllevyston, não impediu que a Justiça de Mato Grosso (sic) recebesse recursos de pessoas que pretendiam alterar suas certidões, a fim de trocar nomes como Altezevelte, Alucinética Honorata, Claysikelle, Frankstefferson, Hedinerge, Hezenclever, Hollylle, Hugney, Khristofer Willian, Maxwelbe, Maxwelson, Mell Kimberly, Necephora Izidoria, Starley, Uallas, Udieslley, Ulisflávio, Venério, Walex Darwin, Wallyston, Waterloo, Wildscley, Wochton, Wolfson, Yonahan Henderson, Locrete.

http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/58057.shtml


Wonarllevyston!? Nossa, que é isso. Ainda bem que ele vai mudar de nome.

Nem vou comentar que no meio da reportagem que começa e termina certa falando Mato Grosso do Sul, MS, eles soltam um "...a justiça do Mato Grosso...".

Na faculdade tínhamos um veterano que reprovou e se tornou nosso colega, reprovou de novo e ficou com nossos calouros, reprovou de novo e jubilou.

Seu nome: Welckeyshayney.

Apelido que lhe deram: Zé.

Mas é bom ressaltar que ele era de Rondônia. Um rondoniense com três Ípsolons (Y's) no nome.

O Mário dizia que a irmã dele devia se chamar Shana Walker, sendo que a tradução desse nome não dá pra publicar num blog de família como este aqui.

Aliás, por onde andará o Welckeyshayney, vulgo Zé?

domingo, 23 de novembro de 2008

Alvíssaras

C. Mouro reapareceu!!!Alvíssaras!!!

Grande comentarista da blogosfera. Seus comentários valem como posts ou até mais.

Estava preocupado com você, C.Mouro, iria até noticiar aqui se alguém sabia de seu paradeiro. Escrevi pro Constantino, pois nunca mais havia visto seus comentários por lá, ou no RA ou Aluízio. Ele até me acalmou dizendo que havia falado com você e que estavas um pouco cansado de tantos debates.

Então é um grande prazer ver que você escreveu lá naquele post do Coronel Leôncio falando pro Obama. Preferi escrever aqui do que lá nos comentários, pra garantir que você visse.

Por favor, meu e-mail é: augustoaraujo_vet@yahoo.com.br

Mande-me seu e-mail, afinal me parece que você não tem blog ou orkut pra pelo menos ficar sabendo que está tudo bem.

Quem quiser me escrever também já fica dado o e-mail, mas por favor sem spams inúteis.

E, C. Mouro: Fogo nos botocudos!!!Fogo neles!!!

sábado, 22 de novembro de 2008

Aos navegantes

Como estou sem muito tempo este fim de semana e também acho que a inspiração não deu o ar da graça, fiz um apanhado de artigos e um link para uma entrevista no rádio.Mas acreditem, são todos assuntos ótimos e representativos.

Talvez eu aumente meus comentários nos posts de cada texto abaixo, ou faça novos posts sobre eles, ou ainda coloque ilustrações (risos), não sei, mas de qualquer forma o conteúdo essencial está aí.

Boa semana a todos e grande abraço.

Música para os ouvidos. Colírio para os olhos.



Nelly Furtado.

Ai, ai, se eu tivesse naquele auditório eu ia inundar o ambiente de saliva.

Reserva Legal

Por: Xico Graziano:


...Neste e, principalmente, no caso da reserva legal, as discussões que aproximam ambientalistas e ruralistas implicam concessões no fundamentalismo existente em ambos os lados. Lideranças mais radicais dos agricultores querem acabar com a RL. Argumentam que, se o governo quiser manter tais áreas impedidas para o uso agropecuário, que indenize os produtores rurais. Ecologistas extremados, por sua vez, exigem a qualquer custo que os agricultores cerquem e abandonem a área da RL, mesmo que ela esteja explorada há décadas.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081118/not_imp279275,0.php

Quem teve aula com o Zé Jão? Euuuu.

Quem sabe o que é reserva legal? Euuuu.

Quem é contra? Euuuu.

Estes dias uma bióloga quis me esganar porque eu falei que esta lei da RL iria cair. Não vai. Vai ficar na morosidade, num me engana que eu gosto.

Ao pé da letra não deveriam ser plantadas bananas nos morros do litoral paulista, nem café em Minas, nem criar gado no Pantanal. Arroz no brejo então, negativo.

Bom isto é de menos, afinal é APP e não sou contra elas. Na verdade creio que a mata ciliar, é que deve ser religiosamente protegida.

Agora, quanto a Reserva Legal (RL). De que adianta cada fazenda ficar com sua bolinha de mata isolada?

Eu falei pra bióloga que eu era a favor das APP`s e que se criassem parques municipais extensos, ou por biomas e desonerassem as fazendas da RL. As APP's poderiam até formar corredores ecológicos (geralmente margeando os rios) para tais parques.

Hoje, na prática isto é muito difícil de ocorrer. Custo alto e quem gostaria de ser vizinho de uma reserva cheia de onças para comer bezerros ou capivaras et caterva para serem sócias na lavoura?

A verdade é que temos um monte de parques. Se não me engano as áreas somadas são maiores que o estado de São Paulo.

Este é um outro assunto que os produtores terão que sair para o debate. É quase análogo a questão indígena. Estão enrolando, enrolando e uma hora a bomba explode.

Se dependesse dos "verdes" brasileiros, provavelmente boa parte da Holanda não existiria, afinal os holandeses fizeram diques e dragaram o mar para aumentar seu território. Nossa, uma afronta ao planeta Terra!

Voltando à RL, eu devo ser o radical que o Xico mencionou. Na comunidade Meio Ambiente e Agricultura eu disse exatamente aquilo. Se quisessem que parte de uma área rural (fora APP) ficasse sem uso, que pagassem por isso. Na Costa Rica funciona assim. Bom, mas lá é pequenininho e os Greenpeaces da vida conseguem arrumar dinheiro pra isso. Já o Brasil é um tanto mais extenso...

A bióloga que conversava comigo disse que nós somos apenas mais uma espécie no planeta. Eu disse que se dependesse deles nós ainda estaríamos em cima das árvores comendo bananas e sendo presas de predadores.

A conversa acabou aí.

Brasileiros, go home!

Xenofobia contra brasiguaios

Por Geraldo Resende

... A verdade é que assistimos, hoje, a uma onda de xenofobia nunca vista na história da América do Sul. Relatei no meu pronunciamento, que ao mesmo tempo em que os líderes sul-americanos e latino-americanos discutem o fortalecimento do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a instalação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), milhares de brasileiros que optaram por morar, trabalhar, investir e criar suas famílias no Paraguai, estão sendo tratados como inimigos do povo paraguaio.

E pasmem os leitores: em nome de uma onda nacionalista, alguns políticos paraguaios tem chegado ao ponto de incentivar a invasão de propriedades em nome de brasileiros. Hoje, o Paraguai só perde para os Estados Unidos em número de imigrantes brasileiros, mas esta propaganda nacionalista que está sendo feita por lideranças radicais pode provocar o enfrentamento, sobretudo nas regiões de fronteira, criando uma espécie de guerra civil velada que pode acabar em mortes, se providências diplomáticas não forem adotadas com urgência.

Esta situação exige uma resposta rápida do Ministério das Relações Exteriores, mesmo porque os mais de 400 mil brasileiros que hoje vivem no Paraguai não são invasores. É preciso lembrar que eles foram atraídos pela promessa oportunidades e, em pouco mais de 30 anos, transformaram o Paraguai num dos maiores exportadores de grãos e carne da América do Sul, gerando milhares de empregos diretos e indiretos.

Este talvez tenha sido o "crime" cometido pelos brasileiros, já que o crescimento econômico liderados por eles provocou um sentimento nacionalista e xenófobo de setores da sociedade brasileira, principalmente de movimentos sociais que defendem a expropriação de terras em nome de brasileiros para a realização de um amplo projeto de reforma agrária.

É bom lembrar que milhares de paraguaios atravessam a fronteira todos os dias para usufruir dos serviços de saúde que são bancados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto outros milhares trabalham no lado brasileiro e não são poucos os paraguaios que têm propriedades no nosso País.

Ora, se nós respeitamos o direito de propriedade dos nossos irmãos paraguaios, convivemos harmoniosamente com os paraguaios natos e seus descendentes, não negamos atendimento médico-hospitalar ou qualquer outro direito que eles possam ter em solo nacional, então não podemos aceitar que em alguns Estados paraguaios os brasileiros venham sendo tratados com tamanha discriminação.

http://www.oprogresso.com.br/not_view.php?not_id=38592

Comento:

Quem se elegeu lá? Quem está com o poder? Quem cria inimigos externos e exporta as culpas dos próprios males?

São os rojitos paraguaios, fazendo o que os esquerdiotas pregavam por aqui anos atrás. Só falta falarem: "Brasileiros, go home!", "Abaixo o imperialismo brasileiro.", " Fora BNDS! "(Este já falaram, só que no Equador do outro rojito).

Crie abutres e eles te comerão os olhos.

Um ex-guerrilheiro honesto

Acessem este link:

http://int.limao.com.br/eldorado/audios!getPlayerAudio.action?destaque.idGuidSelect=B5B3280A877A4DB18A11731A89044540


Quem fala é o ex-guerrilheiro Paulo de Tarso Venceslau, ex-preso político e economista.

Tarso revela lucidez e honestidade. A luta armada não levaria à democracia mas sim a um outro regime autoritário. Houveram erros dos dois lados e ele não coaduna com os ex-companheiros que mataram um amigo seu (o tal justiçamento) em nome de uma ideologia.

Agora me digam: Se eles eram mataram até os próprios companheiros por pura discordância metodológica, imaginem o que fariam com os que consideravam inimigos?

Escutem e pensem.

Liberdade


Por: Rodrigo Constantino

...Por falar em Lincoln, Martin Luther King Jr., em seu conhecido discurso no Lincoln Memorial em 1963, sobre o sonho de viver numa nação onde os indivíduos fossem julgados pelo caráter, e não pela cor, disse: "Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e da Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória, da qual todos os americanos seriam beneficiários. Essa promissória dizia que todos os homens, sim, o homem branco e o homem negro, teriam garantidos os direitos inalienáveis de 'Vida, Liberdade e busca da Felicidade'. [...] Eu tenho um sonho de que um dia esta nação se erguerá e viverá para sempre o verdadeiro significado do credo: 'Consideramos estas verdades evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais'".

No Brasil, o combate à escravidão contou com um forte aliado na figura de José Bonifácio, o Patriarca da Independência. Seus argumentos, em discurso pronunciado na Assembléia-Geral em 1824, eram claramente influenciados pela visão liberal dos “pais fundadores” americanos.... Em resumo, a escravidão é injusta, pois ignora que todos os homens merecem tratamento igual perante as leis, e que nascem livres.

Como fica claro acima, a escravidão, uma prática comum até poucas décadas atrás, foi finalmente abolida no Ocidente, graças às idéias iluministas com base no direito natural à liberdade.

PS: Muitas pessoas, vítimas de uma mentalidade marxista, acreditam que a escravidão acabou apenas por fatores econômicos. Nada mais falso! Em primeiro lugar, essas pessoas precisam explicar porque demorou tantos séculos para isso. Em segundo lugar, devem explicar também porque foram os países mais liberais do Ocidente que acabaram com tal prática, apesar de interesses contrários dentro desses próprios países. Não devemos esquecer que a escravidão continuou por muito mais tempo dentro da própria África, por exemplo, e que os países comunistas também mantiveram este regime nefasto. No fundo, a visão de mundo que julga todos os acontecimentos apenas como resultado de interesses econômicos dá um triste atestado sobre o caráter da própria pessoa. Como disse Benjamin Franklin, “ele que é da opinião que o dinheiro fará qualquer coisa pode muito bem ser suspeito de fazer qualquer coisa por dinheiro”. Há muito mais que dinheiro no mundo. A paixão pela liberdade não pode ser comprada...

http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2008/11/declarao-da-abolio.html

Intelequituais

Por: Thomaz Sowell

...Durante os anos 1930, alguns dos mais importantes intelectuais nos Estados Unidos condenavam nosso sistema econômico e apontavam para a economia soviética de planejamento central como um modelo – tudo isso no instante em que literalmente milhões de pessoas estavam morrendo de fome na União Soviética, num país com um dos solos mais ricos da Europa e que historicamente tinha sido um exportador de alimentos.

O correspondente em Moscou do New York Times, Walter Durantly, ganhou o prêmio Pulitzer por dizer à intelligentsia o que ela queria ouvir – que as alegações de fome na Ucrânia eram falsas. Depois que o jornalista Macolm Muggeridge relatou, da Ucrânia, as mortes por inanição em escala industrial, ele caiu no ostracismo, após voltar à Inglaterra e não conseguir emprego.

Mais de meio século depois, quando os arquivos da União Soviética foram finalmente abertos no governo de Mikhail Gorbachev, descobriu-se que aproximadamente seis milhões de pessoas tinham morrido de fome naquela época – mais ou menos o mesmo número de pessoas mortas por Hitler no Holocausto.

Nos anos 1930, foram os intelectuais que deram de ombros aos perigos da ascendência de Hitler e clamavam pelo desarmamento do Ocidente.

Não seria difícil preencher um grande livro com todas as coisas sobre as quais se enganaram grosseiramente os intelectuais, e isso apenas no século XX – muitíssimo mais que as pessoas comuns.

A história inocentou completamente o falecido William F. Buckley, que dizia preferir ser governado pelos 100 primeiros nomes do catálogo telefônico de Boston do que pelos professores de Harvard...


http://www.midiasemmascara.org/?p=450#comment-1876


Como diria o Marcelo Tas, "Rapaaazzz". Putz, o Sowell cag... na cabeça de uns "intelequituais". Deixei meu comentário lá no texto original, está no link. Espero que também não se faça caça as bruxas com os letrados.

Sowell é um afro-descendente (mode politicamente correto ON), que escreve artigos ótimos.

Aliás, à exceção dos exageros do Olavo - que, diga-se de passagem, tem escrito pouco por lá - o Mídia Sem Máscara é muito bom. Acho que uma hora linko-o aqui.

Fogo nos botocudos!!!

Os esquerdistas, remanescentes dinossauros da guerra fria, saudosos da estupidez comuno-fascista podem vaticinar o fim do capitalismo, entretanto, tal premonição não passa de uma tremenda idiotice e perda de tempo.

http://aluizioamorim.blogspot.com/2008/11/ningum-detm-cincia-que-turbina-o.html


He, he , he. O Aluizio não economiza palavras. Mas acho que até os tais "críticos" do capitalismo já enjoaram de vaticinar o fim dele. Falam que agora acabou o (neo)liberalismo. Mas Pedro Sette Camara já apontou que o liberalismo nunca existiu.

http://www.ordemlivre.org/node/370

Eterno debate, mas que o parágrafo do Aluízio ficou engraçado, ah isto ficou.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Mais um mito a tombar


Está difícil manter a linha marxista hoje em dia. Depois do humanista genocida Che, a revista VEJA traz um retrato mais fiel e menos romantizado de Zumbi dos Palmares, baseados em recentes estudos históricos.

... Ao longo do século XX, principalmente nos anos 60 e 70, sob influência do pensamento marxista, Palmares foi retratada por muitos historiadores como uma sociedade igualitária, com uso livre da terra e poder de decisão compartilhado entre os habitantes dos povoados. Uma série de pesquisas elaboradas nos últimos anos mostra que a história de Zumbi e do quilombo dos Palmares ensinada nos livros didáticos tem muitas distorções. Muito do que se conta sobre sua atuação à frente do quilombo é incompatível com as circunstâncias históricas da época...

...Os novos estudos sobre Palmares concluem que o quilombo, situado onde hoje é o estado de Alagoas, não era um paraíso de liberdade, não lutava contra o sistema de escravidão nem era tão isolado da sociedade colonial quanto se pensava. O retrato que emerge de Zumbi é o de um rei guerreiro que, como muitos líderes africanos do século XVII, tinha um séquito de escravos para uso próprio. "É uma mistificação dizer que havia igualdade em Palmares", afirma o historiador Ronaldo Vainfas, professor da Universidade Federal Fluminense e autor do Dicionário do Brasil Colonial. "Zumbi e os grandes generais do quilombo lutavam contra a escravidão de si próprios, mas também possuíam escravos", ele completa...

..."Não se sabe a proporção de escravos que serviam os quilombolas, mas é muito natural que eles tenham existido, já que a escravidão era um costume fortíssimo na cultura da África", diz o historiador carioca Manolo Florentino...

http://arquivoetc.blogspot.com/2008/11/zumbi-pode-ter-sido-dono-de-escravos.html

Zumbi, Che, Guerra do Paraguai, surgimento do capitalismo e tantos outros fatos históricos tudo isso foi manipulado passando um viés de luta de classes.

Constitui-se num problema prático de relevância?

Olha talvez não tanto. Mas se constitui um pouco sim. Como disse Reinaldo Azevedo, é um parasita do amarelão ideológico. Não mata, mas atrasa e enfraquece formando opiniões - e consequentemente ações - simplistas.

E, para o bem da verdade, não é bom a criação de mitos baseados em mentiras.