domingo, 30 de março de 2008

Apostas e comentários


Tenho algumas apostas de longo prazo com amigos. Três na verdade, e duas são com o Fabricio. A mais próxima é sobre a eleição nos EUA. Ele ia de Mrs. Clinton eu ia de Republicanos, torcia pelo Rudy Giulliani. Na verdade a aposta é Democratas x Republicanos.

Pela impopularidade de Bush, parecia que os democratas levariam fácil. Parecia. John McCain surge empatado tecnicamente. E ele tem me surpreendido,(aliás, nem conhecia ele, óbvio).

McCain parece ser o último herói americano. Vai ser uma eleição interessante pelos personagens. Tá valendo um litro de uísque (ou era uma caixa?não lembro)na aposta.

Para os produtores brasileiros de grãos acho que até que seria melhor os Democratas ganharem (subsídios para o etanol de milho bombando o preço dos grãos no mercado mundial). Mas mesmo assim vou de McCain, e não só pelo uísque.

Yes, we Cain. Mac is back! :D

Mais um ícone a ser quebrado


Ótimo texto de Janer Cristaldo.Está no dia 29 de Março, sábado, 2008 (nao consegui linkar direto pro post, mas só para o blog):

..."Esse é o quarto do casal. Passei a vida a xingar os americanos, mas tudo o que temos é graças ao dinheiro dos imperialistas ianques. Compramos essa casa em 63 com a venda dos direitos de Gabriela para a MGM, rodado 21 anos depois. Cobrei barato, só US$ 100 mil”. A parceria com o inimigo capitalista se revela lucrativa e permite a Amado a realização de outro sonho, morar na Paris que tanto insultou quando marxista: “Em 86, os americanos me pagaram um adiantamento alto pelos direitos de tradução de Tocaia Grande: US$ 250 mil. Juntamos com os guardados de Zélia e compramos nossa mansarda no Marais, em Paris”.

Pois este senhor, que empunhou com entusiasmo as piores e mais assassinas bandeiras do século, que no final da vida confessa sem nenhum pudor seu venalismo, é quem hoje representa o Brasil no Salão do Livro em Paris. Em verdade, tal fato não é espantar: Amado vende à Europa uma imagem que a Europa aceita como sendo a do Brasil...


http://cristaldo.blogspot.com/

sábado, 22 de março de 2008

A nova velha batalha – final

Quais as implicações dessa formação de opinião de caráter socialista e anticapitalista?
Há quem possa dizer que tal visão não conduz a prejuízos ou atraso em si. A própria realidade do mundo se encarregaria de colocar as coisas em ordem. Mais cedo ou mais tarde nossos revolucionários românticos têm que se prover e entrar no mercado de trabalho de uma forma ou de outra. O mundo da exploração da mais-valia de Marx, rapidamente se transforma no mundo das trocas voluntárias de Adam Smith.

Também a doutrinacão ideológica em sala de aula tem seu alcance limitado. Alguns só se lembram do be-a-bá anticapitalista até a prova final, depois tudo se torna chato e aborrecido. A maioria dos alunos só considera os professores de discurso marxista uns comunistas chatos, mas alguns levam a sério suas palavras, esses vão demorar até mudar de pensamento.

Pode ser que não estejamos na iminência de nenhuma revolução (talvez só da capitalista), nem mesmo da revolução Gramcista (Gramsci, o comunista italiano, é um dos autores mais citados nos ambientes acadêmicos. Sua estratégia era a de tomar o poder modificando o senso comum, ou seja, a opinião das pessoas, via aparato cultural e midiático), mas sem dúvida sofremos influência dessa formação crítica de viés socialista. E ela está permeada em livros, filmes, revistas, etc.

O maior prejuízo penso eu, seria para a própria pessoa altamente crédula na ideologia e que entra em angústia de viver num mundo que dificilmente mudará da forma que ela pensa que seria ideal. Parece exagero e eu mesmo não acreditei, mas recentemente ouvi fortuitamente a conversa entre dois jovens professores de História. Um falou que convocava claramente seus alunos para militância anticapitalista. Pelo vocabulário dos dois me senti em plena Moscou de 1917.

O que um sujeito como esse vai conseguir? Nada, obviamente. Somente frustração ou talvez pior, algum tipo de incitação à violência. Sinceramente, não tive professores tão exagerados assim, ainda bem.

Quais as outras implicações? Daria uma nova lista, mas sucintamente cito algumas:

-não prepara-se a juventude para a realidade de um mundo competitivo e pior, não estimula-se uma mentalidade de caráter empreendedor, haja visto a satanização das relações entre empregador e empregado
-não criamos uma sociedade com pessoas responsáveis, pró-ativas e conscientes de deveres e direitos, mas apenas de exploradores e explorados, vítimas e vitimizadores, incentivando o “coitadismo”.
-desvia-se o foco das reais soluções para os problemas sociais.
-oportunistas montam movimentos pseudo-sociais desviando dinheiro público.
- a mentalidade anticapitalista ocasiona mais atraso e exclusão social.
-favorece-se a demagogia política.
-criam-se burocracias e até perseguição à atividade produtiva, principalmente de âmbito jurídico.
-pouca pluralidade de pensamento acadêmico, surgimento da “unanimidade burra”.

Haveriam muitos outros que se listar. Neste texto, findo por aqui.

Qual a solução para isso? Acho que nenhuma. Tenho a impressão que daqui a 50 anos se entrarmos num curso destes que estou criticando vamos ouvir as mesmas bazófias de hoje. Acho pior ainda que cursos como Administração e Economia que poderiam entrar no debate, de certa forma “defendendo” o capitalismo, não fazem isso, apenas assistem a espoliação verbal, quando não consentem ou até endossam as críticas negativas.

Mas vá lá, vou deixar algumas sugestões, principalmente para os que estiverem adentrando a área de Humanas ou para os que, como eu, se sentirem caluniados ao serem vítimas das acusações dessa turma.

Procurem algumas leituras diferentes. Basicamente estuda-se o triunvirato Marx-Hegel-Gramsci, todos de um viés semelhante. A fonte alternativa mais fácil seria a Internet, com certeza. Mas algumas obras literárias são altamente indicadas. Os dois livros de Álvaro Vargas Llosa e outros, intitulados “Manual do perfeito idiota latinoamericano” e “A volta do Idiota”, seriam bons iniciadores. Na segunda obra há até uma lista de livros para desidiotizar-se, o que já serve de boa sugestão para os que quiserem se servir de um pouco mais de pluralidade de pensamento.

Para adiantar aos curiosos sugiro a leitura de autores como: Mises, Hayek, Milton Friedman, Alexis de Tocqueville, Max Weber, Bohm-Bawerk, Joseph Schumpter, Jean François-Revel, Carlos Rangel, Karl Popper, George Orwell, Guy Sorman, Roberto Campos e Meira Penna. Há outros autores brasileiros mais atuais, alguns polemistas entre eles, de modo que basta interagir um pouco no meio da área para se conhecê-los.

Boa parte dos autores citados acima são liberais, dos poucos considerados social-democratas que conheço recomendaria John Maynard Keynes e John Kenneth Galbraith. Independente de rótulos, todos autores fornecem mais subsídios e críticas para os lugares-comum do pensamento socialista e das críticas anticapitalistas arraigadas no meio acadêmico.

Também deve-se conhecer devidamente as barbáries dos regimes comunistas (mais genocidas que o nazismo), através do Livro Negro do Comunismo.

Os debates nas universidades, como disse Roberto Campos, parece que geram mais calor do que luz, de forma que infelizmente não parecem ser meios tão eficazes numa mudança de paradigmas. Retomo o lembrete então. Acessem os blogs e comunidades políticas da Internet, eles provirão muito material, sem dúvida.

O que espero com essa série de textos? Sou um pouco mais realista do que o professor que citei. Não espero nada. Apenas os fiz para matar a minha própria curiosidade. Elementar meu caro.






Foto: Charge de Faculdade marxista, ou seja, todas as brasileiras.

A nova velha batalha – parte 2


















No primeiro texto listei algumas causas da existência de um pensamento anacrônico na Academia brasileira. Cada comentário abaixo pode render mais páginas de texto, mas penso que estas informações expostas já podem servir como uma introdução ao assunto ou, pelo menos, como um resumo.

1ºA desigualdade social no país.

Uns com muito, outros com nada. Esta observação é a que leva muitas pessoas a questionarem o sistema em que vivemos. Num primeiro momento inclina-se a culpar os que estão, teoricamente, no topo da pirâmide. Há bastante o que se escrever sobre o tema. Para resumir penso que o problema não é a desigualdade em si, afinal de contas não somos clones, somos desiguais em altura, peso, costumes, crenças, etc. Há desigualdade financeira até entre os milionários e multimilionários.

O problema em si é a pobreza e a miséria, e até hoje no mundo quem conseguiu minimizar isto, foi a lógica capitalista, e não por altruísmo ou benevolência, mas sim por sua busca pelo lucro e eficiência.

No Brasil, estamos há pouco mais de uma década num ambiente capitalista de estabilidade econômica, condição sine qua non para melhorias econômicas e sociais. Os governos militares e os dois primeiros da Nova República não souberam optar por um modelo de desenvolvimento sustentável.

A errônea percepção das causas para a pobreza e uma visão extremamente focada numa desigualdade que sempre existirá (até entre os ricos, como falei), fez com que se cultivasse a mitologia esquerdista anticapitalista e esta se entranhou no nosso meio acadêmico, mesmo diante do fracasso em todo lugar do planeta em que ela foi posta em prática.

2ºO apelo emocional simplista inerente de cada pessoa

Independente de qualquer pré-concepção, toda pessoa, ou pelo menos quase toda, tende a simpatizar ou se solidarizar com o lado mais fraco ou, aparentemente, mais indefeso de alguma questão. Isso desde que ela não faça parte de um dos grupos. Ou seja, a pessoa que emite a opinião não pertence ao grupo “mais forte” ou ao grupo “mais fraco”.

Numa alegoria futebolística seria o de perceber que num jogo entre Real Madri e Madureira, a grande massa de pessoas que não são torcedoras habituais de nenhum dos times vão optar, nesse caso, em se torcer pelo Madureira, o mais fraco.

Desta forma os pobres vão ter um suporte de defesa intelectual muito maior e mais aceito do que qualquer um que tenha condições financeiras satisfatórias, independente do mérito ou das razões para isso.

Isto pode ser considerado nobre e humano, mas alguns desvios e exageros nessa visão podem conduzir a erros crassos e mesmos, bestiais e injustos. Desta forma o antigo discurso comunista, agora transvestido de severa crítica anticapitalista me faz lembrar uma fala do francês Alain Besançon:

“O comunismo é mais perverso que o nazismo porque ele não pede ao homem que atue conscientemente como um criminoso, mas, ao contrário, se serve do espírito de justiça e de bondade que se estendeu por toda a terra, para difundir em toda a terra o mal. Cada experiência comunista é recomeçada na inocência.”

3ºO regime militar.

O regime militar foi inicialmente claramente anticomunista. Mistura-se aí o argumento dos que dizem que não havia ameaça nenhuma (o que é mentira) e que foi apenas oportunismo e reacionarismo das elites e outros que simplesmente acham que a deposição de Jango foi necessária, mas que o regime militar se alongou demais.

De qualquer forma o regime é visto como de “direita”, contrário à liberdade política e busca por melhorias sociais. Na realidade, o regime militar teve seu lado bom e seu lado ruim.

Contudo no meio acadêmico, que já era dominado por idéias de esquerda, o combate ideológico à ditadura foi constante. O próprio general Golbery estimulou isso com sua teoria da “panela de pressão”, na qual segundo ele, a insatisfação de alguns setores da sociedade poderia ser externada num ambiente que em primeira instância não representaria risco real, e serviria de certa forma para acalmar os ânimos.

O debate acadêmico ficou calado ou monotemático (Abaixo a ditadura!), e com exceção de alguns intelectuais (já contrários ao regime militar, mas não de idéias de esquerda) que se contavam nos dedos de uma única mão, toda massa crítica acadêmica se inclinou à esquerda.

4ºA média da origem social/econômica dos alunos de Humanas, em especial da área de Sociais.

Em geral estes alunos são provenientes da classe média, média baixa e mais recentemente até mesmo da classe C. Os cursos são menos concorridos, com maior facilidade de ingresso e, geralmente, de uma remuneração profissional média um pouco mais baixa.

Soa bem e “pega fácil”, portanto, o discurso marxista de luta de classes e as razões para a existência da pobreza e, mais importante, o porquê de eles próprios não estarem em melhores condições na pirâmide social.

5ºA falta de reciclagem dos professores.

Esta talvez seja a mais fácil, pois acomete qualquer curso do ensino superior. Professores que se acomodam e repetem as mesmas aulas e ensinamentos por décadas. Em algumas áreas isso não interfere tanto mesmo, afinal certos setores do conhecimento são imutáveis, contudo a área de Humanas permite várias abordagens. Mesmo que a imparcialidade seja difícil, o mínimo a ser esperado é a pluralidade de pensamento.

O que vemos então são professores repetindo as mesmas aulas da década de 60 e 70, com um capitalismo na vida real que já está a anos-luz do que eles apregoam em salas de aula. Já as críticas ao socialismo/comunismo (que alguns chegam a ardilosamente chamar de capitalismo de Estado) e à social-democracia (que alguns nem sabem do se trata) são superficiais ou inexistentes.

6ºA produção humanística, em geral, é marginal a uma sociedade de consumo.

Esta tese foi citada por Rodrigo Constantino, numa resenha sobre o livro “Ocidentalismo: o Ocidente aos olhos de seus inimigos” de Ian Buruma e Avishai Margalit. Segundo eles, o intelectual médio sente que em uma cultura comercial, o papel dos filósofos e dos literatos é, na melhor das hipóteses, marginal. Os temores e preconceitos afetam as idéias dos intelectuais urbanos, que se sentem deslocados num mundo de comércio em massa, tipicamente moldado nos países ocidentais.

Pode-se observar que a tentativa de muitos intelectuais talvez tenha sido apenas a de contrabalancear em primeira instância alguns sentimentos naturais das pessoas em busca de recursos financeiros e materiais, em detrimento de outros valores da vida.

Alguns que exageraram na “visão crítica”, na tentativa de reformar os homens (como se apenas os intelectuais tivessem a sabedoria para conhecer o caminho da salvação e os verdadeiros interesses individuais) pariram idéias revolucionárias que derramaram oceanos de sangue. As massas foram cobaias desses cruéis experimentos.

Os intelectuais querendo fazer críticas construtivas à sociedade, na verdade prestaram um desserviço à Humanidade. A sociedade de consumo não é algo vil ou meticulosamente planejado, mas sim uma conseqüência natural do crescimento populacional.

Nos antigos regimes comunistas aboliram-se as marcas dos produtos. Havia só um fabricante de xampu, um só tipo de TV, peças de vestuário com pouca variação e por aí vai. O desestímulo à competição e à preferência do mercado, que nada mais é do que o gosto popular teve resultados no mínimo catastróficos.

O livro “O pensamento anticapitalista” de Ludwig von Mises também dá bons subsídios à questão.
Foto1: Jovem alemão destruindo o Muro de Berlim, ou Muro da Vergonha
Foto2: Charge criada pelos cubanos que vivem nos EUA, de como eles vêem os apoiadores do regime de Castro. Nossos inocentes úteis desconhecem o significado da foto 1 e apoiam Castro.

A nova velha batalha – parte 1















Quem freqüenta a Internet, mais precisamente os blogs políticos e comunidades afins do Orkut, sabe que ela é palco de uma polarização Esquerda vs. Direita, ou vice-versa. A própria Folha de São Paulo publicou uma matéria sobre a questão no ano passado. O debate dos tempos da Guerra Fria está quente no mundo virtual. Definir “esquerda” e “direita” num mundo pós-queda Muro de Berlim não é tarefa fácil, e nem tentarei fazê-lo no presente texto. Aliás, estes rótulos já até foram dados como extintos, mas curiosamente ressurgiram recentemente, de modo que abordarei algumas razões para o fato.

Penso que um dos motivos deste atual embate virtual é o fato da área de Humanas, nas Universidades, ser hegemonicamente dominada pelo pensamento esquerdista há décadas, consequentemente isto foi disseminado em salas de aula, meios de comunicação, livros, filmes, etc. De modo que quem discordava dessas idéias somente encontrou melhor vazão de opiniões agora, na Internet.

“Reacionário”, “elitista”, “insensível”, “direitista” (em tom pejorativo) e até “alienado” são singelas alcunhas dirigidas aos discordantes da esquerda. Já as áreas de Exatas e Biológicas, no geral, nem tomam conhecimento de tal conflito de idéias.

São alvo do desprezo das esquerdas a maior rede de TV do país e a revista de maior circulação nacional. Quanto à rede de TV, a raiva é praticamente injustificada. Talvez quisessem que ela servisse mais à doutrinação ideológica do que ao entretenimento fácil. Já quanto à revista, esta sim toma frente no debate. Há até colunistas dissonantes, mas a linha editorial geral tem sido claramente contrária ao pensamento esquerdista. E ressalvo o seguinte, não é uma parcialidade desonesta, mas sim uma posição calcada em fatos e opiniões embasadas e procedentes.

Nos ambientes acadêmicos ninguém se declara comunista (na prática não são mesmo), apenas são “críticos” da atual conjuntura social. É pena que a tal visão crítica seja eufemismo para uma visão maniqueísta e marxista. Experimentem falar com algum aluno de cursos como História, Geografia ou Ciências Sociais. Todos lutam contra a exploração capitalista sem saber que repetem os chavões dos comunistas dos séculos 19 e 20.

Há uma confusão nos argumentos e críticas dos esquerdistas quanto a que modelo político-econômico eleger. Ou seja, há críticas ao sistema vigente, mas escassas soluções viáveis e já testadas a serem seguidas.

No mundo moderno tivemos 3 sistemas: o capitalismo que sempre vai ser mais ou menos influenciado pelo Estado, daí a ser chamado de mais ou menos liberal; a social-democracia, de base capitalista, mas na qual o Estado é muito presente na Economia, ajudando de um lado e atrapalhando de outro; e o comunismo que chega a ser ridículo de ser citado diante do seu fracasso, embora pareça que até hoje os críticos do capitalismo demonstram que não entenderam as falhas intrínsecas de tal sistema.

O capitalismo nem é fruto de uma engenharia social, como no caso do comuno/socialismo, que chegaram a nomear de científico, mas sim de um constante ajuste de tentativa e erro, onde a dinâmica dos grupos tende a levar a um relativo equilíbrio e evolução.

Deixando um pouco essa superficial explanação de lado, eu pergunto: qual o motivo de se haver um pensamento esquerdista tão incrustrado na academia brasileira e em dissonância com a realidade do mundo?

Sim, pois um bom exemplo dessa realidade que cito, seriam duas ilhas: Cuba e Japão. A primeira com um regime comunista e geograficamente próxima de um gigante capitalista (EUA). Foi apoiada por um país comunista (ex-URSS). Constituiu-se uma vitrine do sistema comunista. A segunda ilha com um regime capitalista liberal e geograficamente próxima de um gigante comunista (China). Foi apoiada por um país capitalista (EUA). Também serviu como uma vitrine capitalista.

Numa ilha o povo foge em pequenas barcaças e alguns chegam a ser fuzilados quando recapturados pela guarda do seu país. Dados de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) são fornecidos unicamente pelo governo. É uma ditadura há quase 50 anos. Os carros são todos ainda da década de 50. Uma das menores economias do da América Latina.

Na outra ilha, trabalhadores do mundo inteiro migram para lá. O IDH é muitíssimo superior e os dados são auditado por organismos internacionais. É uma democracia. Possui o maior percentual de carros Rolls-Royce per capita do mundo. Terceira economia do mundo.

Dispensável dizer qual é qual, não? Isto que deixei alguns dados interessantes de fora.

Ah sim, quando citam a pobreza no Brasil e de outras partes do mundo e atribuem isto ao capitalismo, é justo o contrário. É da falta de capitalismo que surge a pobreza. Observem o ranking Heritage de Liberdade Econômica e verifiquem isso. Mais simples ainda é observar a correlação entre crescimento econômico, desemprego, renda e IDH.

Ou seja, não há o que negar no fracasso das idéias advindas de Marx e das críticas clássicas ao capitalismo. O que alimenta este pensamento nas Universidades então? Vou listar alguns motivos que penso serem relevantes:
1ºA desigualdade social no país.
2ºO apelo emocional simplista
3ºO regime militar.
4ºA média da origem social/econômica dos alunos de Humanas, em especial da área de Sociais.
5ºA falta de reciclagem dos professores.
6ºA produção humanística, em geral, é marginal a uma sociedade de consumo.

Para não me alongar e respeitar o subtítulo do artigo, finalizo por aqui e comento os ítens enumerados em um próximo texto. Não tenho a intenção de fazer nenhum tratado sociológico, longe disso, mas apenas de tentar esclarecer os motivos de alguns fatos atuais.



Obs: Foto 1: Vista do Muro de Berlim do lado ocidental, capitalista e democrático (com pinturas e alegre); e do lado oriental, socialista e ditatorial (cinzento e lúgubre)


Foto 2: A liberdade acima da autoridade fardada: até o guarda da fronteira é um ser oprimido.Conrad Schuman não resiste e foge no dia 15 de agosto de 1961, pulando a cerca divisória da cidade. Encontra a liberdade.


Fonte: Blog Realismo Socialista

Retomando e explicando


Quem leu os primórdios desse blog sabe que ele se deve em grande parte a minha surpresa de se haver tanto pensamento anacrônico e vindo de pessoas que já deveriam ter idéias mais lúcidas. Não é um blog de assuntos técnicos ou profissionais, nem de assuntos pessoais. Em 2006 me fartei de assuntos técnicos (mestrado), a Internet foi um meio de "escapismo" vamos dizer assim. Então em meados de 2007 resolvi registrar alguns textos que eu julgava serem relevantes.

Não sou especialista, tecnicamente estava fora da minha área. Mas como fui alvo de críticas, também critiquei. Pois bem. Acho que já escrevi um consideravelmente sobre o tema (político-ideológico). E julgo que já posso sair do assunto. Nãããão sem antes deixar 3 textos que também julgo procedentes.

Nem me atrevo em sepultar as falácias com eles. Diariamente pelos noticiários continuaremos ouvindo-as. Mas pelo menos fiz minha parte, e volta e meia darei meus pontapés por aí, mas com educação.

Porque me delonguei nesta explicação? Estive no blog da amiga de uma amiga como já disse. Debati um pouco lá. Parece ser um tanto inútil, talvez seja mesmo, e nem tenho tempo pra isso. Deixo o texto aqui, disponibilizo links, sugestiono leituras. Tá bom. E é pra ela e pra outros com as mesmas idéias que escrevi. Não me apraz jornalistas defendendo um país em que só há um organismo controlador dos meios de comunicação, não há liberdade de imprensa e o jornal impresso estatal é usado como papel higiênico, tamanha a penúria que o povo se encontra.
À Cataneo, músico cubano que ao ver Fidel entrando em La Habana, proferiu as palavras: "Só se salvarão os que souberem nadar." Desde então é chamado de O Profeta. E à poetisa cubana Maria Elena da Cruz Varela que foi agarrada pelos cabelos, arrastada escada abaixo e obrigada a engolir os poemas recém-escritos que pediam por democracia aos berros de "Que te sangre a boca, que te sangre a boca!". E a tantos outros oprimidos pelo regime dedico os próximos textos.

Também aos nossos inocentes úteis, que espero que logo em seguida aos próximos 3 textos, considerem este blog desimportante por não voltar no assunto que tanto mexe com suas emoções.
Obs: Fotos de balseiros cubanos. 30mil pessoas se lançaram ao mar rumo a Flórida somente em Agosto de 1994.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Em 2008 remunera-se o terrorista de 1968

Por: Elio Gaspari

Daqui a oito dias completam-se 40 anos de um episódio pouco lembrado e injustamente inconcluso. À primeira hora de 20 de março de 1968, o jovem Orlando Lovecchio Filho, de 22 anos, deixou seu carro numa garagem da avenida Paulista e tomou o caminho de casa. Uma explosão arrebentou-lhe a perna esquerda. Pegara a sobra de um atentado contra o consulado americano, praticado por terroristas da Vanguarda Popular Revolucionária. (Nem todos os militantes da VPR podem ser chamados de terroristas, mas quem punha bomba em lugar público, terrorista era.)

Lovecchio teve a perna amputada abaixo do joelho e a carreira de piloto comercial destruída. O atentado foi conduzido por Diógenes Carvalho Oliveira e pelos arquitetos Sérgio Ferro e Rodrigo Lefèvre, além de Dulce Maia e uma pessoa que não foi identificada.A bomba do consulado americano explodiu oito dias antes do assassinato de Edson Luís de Lima Souto no restaurante do Calabouço, no Rio de Janeiro, e nove meses antes da imposição ao país do Ato Institucional nº 5. Essas referências cronológicas desamparam a teoria segundo a qual o AI-5 provocou o surgimento da esquerda armada.

Até onde é possível fazer afirmações desse tipo, pode-se dizer que sem o AI-5 certamente continuaria a haver terrorismo e sem terrorismo certamente teria havido o AI-5.O caso de Lovecchio tem outra dimensão. Passados 40 anos, ele recebe da Viúva uma pensão especial de R$ 571 mensais. Nada a ver com o Bolsa Ditadura. Para não estimular o gênero coitadinho, é bom registrar que ele reorganizou sua vida, caminha com uma prótese, é corretor e imóveis e mora em Santos com a mãe e um filho.

A vítima da bomba não teve direito ao Bolsa Ditadura, mas o bombista Diógenes teve. No dia 24 de janeiro passado, o governo concedeu-lhe uma aposentadoria de R$ 1.627 mensais, reconhecendo ainda uma dívida de R$ 400 mil de pagamentos atrasados.Em 1968, com mestrado cubano em explosivos, Diógenes atacou dois quartéis, participou de quatro assaltos, três atentados a bomba e uma execução. Em menos de um ano, esteve na cena de três mortes, entre as quais a do capitão americano Charles Chandler, abatido quando saía de casa.

Tudo isso antes do AI-5.Diógenes foi preso em março de 1969 e um ano depois foi trocado pelo cônsul japonês, seqüestrado em São Paulo. Durante o tempo em que esteve preso, ele foi torturado pelos militares que comandavam a repressão política. Por isso foi uma vítima da ditadura, com direito a ser indenizado pelo que sofreu. Daí a atribuir suas malfeitorias a uma luta pela democracia iria enorme distância. O que ele queria era outra ditadura. Andou por Cuba, Chile, China e Coréia do Norte. Voltou ao Brasil com a anistia e tornou-se o "Diógenes do PT". Apanhado num contubérnio do grão-petismo gaúcho com o jogo do bicho, deixou o partido em 2002.

Lovecchio, que ficou sem a perna, recebe um terço do que é pago ao cidadão que organizou a explosão que o mutilou. (Um projeto que re- vê o valor de sua pensão, de iniciativa da ex-deputada petista Mariângela Duarte, está adormecido na Câmara.)Em 1968, antes do AI-5, morreram sete pessoas pela mão do terrorismo de esquerda. Há algo de errado na aritmética das indenizações e na álgebra que faz de Diógenes uma vítima e de Lovecchio um estorvo. Afinal, os terroristas também sonham.

http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/2008/03/uma-coluna-de-elio-gaspari.html

Voltei

Há dias sem postar. Acho que cada vez mais vou me alongar nisso. Há salário para fazedores de blog como eu? Pra poucos.

Muito pra se esecrever, mas pouca paciência, que pena. Mas vamos lá.

Andei enchendo o saco no blog da amiga de uma amiga. Algumas postagens apenas. Vou reproduzir um texto de Elio gaspari na sequencia, vai melhorar o debate por lá também, já que muitos visitaram este blog depois que andei por lá.

Na verdade acho que sou um dos únicos que participa de um debate com este pessoal e em discordância com eles. A maioria simplesmente ignora ou acha que são bobagens, mas não argumentam. Tenho uma sequencia de 3 textos que analiso o assunto. Colocarei em breve.

Este fim de semana vai haver um curso sobre Gestão de Pessoas na Empresa Pecuária. Já fiz até uma comunidade pro evento. Se alguém de vocês passar por aqui dê um alô. O blog é relativamente novo e eu já estou até diminuindo o ritmo de postagens, talvez surjam algumas novas idéias para colocar aqui, com a participação de vocês.

Próximo post então.