domingo, 10 de outubro de 2010

Considerações

1- Dilma, preocupada com a questão do aborto, começou a se dizer "pela vida".

Ora, soa-me estranho isso para uma ex-guerrilheira que participou da luta armada no Brasil. Uma verdadeira democrata, coisa que ela não é, não acataria na morte de inocentes ou mesmo na de companheiros (nos justiçamentos) que os grupos guerrilheiros procederam. Um verdadeiro democrata, tal qual Ulisses, Tancredo e outros, agiria dentro da institucionalidade. Ou seja, hoje ela se diz pela vida, mas no passado não se incomodava em ser pela morte.

Dilma numa sabatina à Folha de São Paulo, em 2007, se disse favorável à descriminalização do aborto. Isso é fato. Ponto.


2 - Já dizia Lênin: "Acusem-nos do que vocês fazem. Chamem-nos do que vocês são."

Dilma diz que Serra faz campanha pelo ódio, etc. Quem sempre fez isto foi o PT. O Partido dos Trapaceiros sempre quis dividir o país em castas. Na elite malvada e no povo do bem; pobres de um lado e ricos de outro; negros vs. brancos, empregados vs. patrões, etc.

Lulla perdeu três eleições assim, o povo brasileiro realmente não gosta de conflito. O Lullinha paz e amor de 2002, desenhado pelo Duda Mendonça, diminuiu a repulsa que parte do eleitorado brasileiro tinha contra o sindicalista radical.

O PSDB é criticado - pelos que não gostam do PT - de pegar leve demais com os petistas. O PT joga sujo, sempre jogou, já o PSDB parece querer fazer um fair-play com um adversário totalmente sem escrúpulos.

3 - O povo brasileiro não é idiota, mas as coisas tem que ser bem explicadas.

As privatizaçoes fazem parte disso. O contexto da década de 90 e começo de 2000 era totalmente diferente. O governo estava quebrado, a inflaçao era fruto da falsificaçao (isso mesmo, falsificaçao) de dinheiro por um governo deficitário. Quando pararam de imprimir papel-moeda desenfreadamente, no plano Real, a realidade se mostrou, e as empresas deficitárias tiveram de ser vendidas.

Se o governo fosse uma empresa, seria fácil de visualizar num gráfico a situaçao dos anos 80, 90 e 2000. O ponto de ruptura do fluxo de caixa negativo foi no meio da década de 90, com o plano Real e as privatizaçoes. A partir daí o governo começou a acumular dinheiro, fato pelo qual o PT se gaba hoje de ter pago dívida com FMI, investido mais nisso, mais naquilo, arrogando-se como responsáveis por algo que, na verdade, foi fruto de uma situaçao natural, obtida pelo governo anterior.

Se isto for explicado à populaçao, Serra será presidente.