segunda-feira, 4 de abril de 2011

Da série sabedoria popular

Esta é boa, ainda mais após a data de 31 de Março, dia da intervenção militar de 64. Certa feita, há pouco tempo na verdade, um amigo me disse ao finalizar uma conversa sobre o país: "...E tem mais, o regime militar na verdade foi um comunismo disfarçado. Afinal não havia novidades tecnológicas, os carros eram uma merda, o país era fechado para importações, e por aí vai."

Realmente, mas não se tratava de um comunismo disfarçado, mas sim de um estatismo exacerbado. Segundo Reinaldo Azevedo, o presidente-general Ernesto Geisel foi o maior criador de estatais do mundo!

Em um dos posts que reescrevi para um e-book próximo está lá sobre o governo de 64, respondendo minha amiga Milene Reis:

"O governo Geisel em fins da década de 70 criou mais de 100 estatais. A esta altura a diferença entre os militares e os antigos inimigos esquerdistas era o respeito à propriedade privada. Mas a hipertrofia estatal era similar"

E segue o escriba:

"A fatura foi cobrada nos anos 80. Para manter as inúmeras estatais deficitárias e sem poder se endividar mais, o governo apela para a impressão desmedida de papel-moeda. A chamada expansão monetária resulta em inflação galopante.

A inflação só é vencida em meados da década de 90 no governo FHC, com as privatizações e aumento da carga tributária para cobrir os ainda altos custos do governo; estas medidas equilibraram o fluxo de caixa do governo que deixou de imprimir papel-moeda desenfreadamente. Na verdade primeiro eles pararam de imprimir papel-moeda ao mudar para o Real, daí, pela necessidade, privatizaram e aumentaram impostos."


Pronto, está didaticamente explicado. Mas que foi engraçado meu amigo chamar a ditadura militar de comunismo, isso foi.