segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Heckwatch, continuação

Mais algumas coisas do texto de Heck que não comentei e são interessantes para mim.

Quando a autora de tais disparates afirma "Nós derramaremos até o último sangue nosso, mas nós vamos defender o que é nosso... Não podemos entregar nosso Brasil aos guerrilheiros do passado que hoje se postam de heróis" (Correio do Estado 13/11/08 página 11) nada mais está fazendo do que falando em causa própria, pois grande parte das terras da Terra Indígena Nhanderu Marangatu, já homologada pelo Presidente Lula, continuam ocupadas por parentes da mesma.

A autora é Roseli Maria Ruiz da ONG Recovê. Por certo Heck acha que ela deveria ficar inerte e não agir mediante o assalto às propriedades rurais de sua família.

Ao redor da cruz onde foi assassinado Dorvalino Rocha, liderança Kaiowá Guarani de Nhanderu Marangatu, centenas de indígenas participantes da Aty Guasu da luta pela terra e da memória dos que tombaram na defesa dos direitos de seu povo, fizeram seu ritual.

Caramba, porque ele não escreve Caiuá? Os índios eram ágrafos, não tinham alfabeto, não escreviam nada, porque então complicar no nome deles? Eu sei, é pra dar um ar de "diferentes", não brasileiros. VSF!

E viram como eles precisam de mortes? Não sabem agir por vias legais, insuflam, insuflam, até surgir um índio mais exaltado que acaba sendo assassinado. Não, não compactuo com mortes. Mas este indigenistas têm que saber que as mãos deles também estão sujas de sangue. São eles que transformam os índios em bucha de canhão.

O retrato de Marca de Souza é colocado aos pés do xiru (uma espécie de altar em torno do qual se fazem os rituais)... A filha de Marçal, Edna de Souza, não conteve a emoção da homenagem ritual da memória de seu pai, estando os assassinos impunes.

É Marçal de Souza, seu burro. E o proprietário rural acusado de ser o mandante perdeu suas terras, vive hoje numa cadeira de rodas, pois tamanho o desgosto que teve um derrame cerebral. Vive em lamúrias e chorando. Foi absolvido nos dois julgamentos. Infelizmente não tenho nenhum link, mas li a matéria no Correio tempos atrás.

Durante o ritual foi lido o belo poema do cineasta Joel Picini "O banguela dos lábios de Mel. Nele o poeta diz "Apesar de estar exilado no meu próprio chão, eu ainda sou índio.. .apesar de ser vagabundo por opção, incapaz de acumular, eu ainda sou índio...Apesar de comer milho e ser humilhado, comer mandioca e ser ensopado, eu ainda sou índio...".

É Joel Pizzini, com dois Z`s. Burrrrrro (tô falando do Heck que troca todas as letras dos nomes).

O Joelzinho morava na mesma quadra que eu no Primeiro Plano em Dourados. Tenho um livro de poesias dele, que têm até dedicatória ao meu finado pai, que foi muito amigo do pai dele. O livro se chama "Um Programa de Índio".

...em Dourados, representantes do Ministério Público, políticos, representantes da Famasul, lideranças indígenas, representantes do Cimi e da Diocese de Dourados, por intermediação de D. Redovino sentavam numa mesa de conversação num diálogo que ajudasse a superar determinadas barreiras e mal entendidos. Foi considerado um momento histórico. "Pela primeira vez, toas as partes envolvidas na demarcação das terras indígenas foram consultadas sobre o assunto...O encontro foi um marco histórico, pois nunca a Igreja tinha promovido um encontro com todos os setores envolvidos no problema, observou o vereador Eduardo Marcondes". (O Progresso, 12/11/08).

Eduardo Marcondes é pai de um antigo colega meu. Votei nele para deputado, podem votar nele quem for do MS.

Oxalá o encontro surta bons frutos. Mas se o Cimi estava lá, porque Heck que é chefe local não compareceu? Hum...