quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Das voltas e de tantas voltas

Desculpe se vou fazer este post antes de comentar sobre o documentário A História Soviética que postei abaixo. Um pouco é preguiça mesmo, afinal, de uma forma ou de outra, já dediquei muitas páginas ao assunto.

Prometo fazer uma análise melhor, mas resumindo é o seguinte: os comunistas foram um bando de filhos da puta e suas idéias ainda rondam por aí, mesmo que de maneira dissimulada. Não se trata de macartismo da minha parte, mas apenas de observação mesmo.

Agora das voltas: eu voltei, o blog do Fabrício voltou e o assunto do post, o Faith No More voltou! De quebra também vou falar um pouco do Engenheiros do Hawaí.

Para quem não sabe quem é o Faith no More, trata-se de uma banda dos anos 80 e 90, que fizeram sucesso mesmo no início dos anos 90. Fizeram muito sucesso, depois parece que quiseram mudar a fórmula da música, chocar um pouco a crítica e os fãs talvez para fugirem de rótulos e no fim viraram uma merda.

Nos anos 80 o vocalista era o Chuck Moseley (acho que é assim que se escreve), mas a banda fez sucesso mesmo quando entrou o vocalista Mike Patton. Classificaram o som como funk-metal, pelo baixo funkeado, as guitarras pesadas e pelos vocais que também por vezes pareciam um rap (We care a lot e outras músicas).

O Red Hot Chilli Peppers e o (extinto) Living Colour também eram chamados de funk-metal na época.

O disco The Real Thing foi um dos que eu mais escutei na vida e o Ao vivo at the Brixton Academy também é ótimo.

Lembro que o The Real Thing provocou quase uma catarse em alguns críticos. Tinha um cara da revista Bizz, que depois virou Showbizz e que depois fechou, se não me engano chamava André Forastieri que classificou assim o disco: "O som dos anos 90!, o futuro do rock!, etc". Pior que era bom mesmo

Acontece que como eu disse parece que a banda quis fugir de rótulos, mudar o som e fizeram isso no Angel Dust , que pra mim foi uma merda, o teclado que agia bem antes, ficou mais progressivo, uma coisa esquisita. Até o Mike Patton que era cabeludão cortou o cabelo curto, mudou o visu e também o comportamento no palco, de louco hiperativo ficou mais contido e por vezes meio soturno.

Alguns trabalhos precisam de tempo para serem digeridos e compreendidos, são chamados de mais "difíceis"; outros são ruins mesmo, acho que o Angel Dust cabe no último.

Depois fizeram um melhor King for a day, Fool for a lyfetime, título que parece é uma auto-confissão sarcástica da banda , que pode ser traduzida assim: "Rei por um dia, idiota pelo restante da vida"

O disco não era ruim, tinha uma pitada um pouco mais hardcore, mas nada que pudesse emplacar como The Real Thing.

Os caras mudaram o som e não virou nada. A banda acabou. Mas voltaram recentemente! Assisti no youtube, só que pra minha decepção eles não se reinventaram e nem optaram pela melhor fase, mas sim por uma mescla de Angel Dust e The King for a day, acho que mais para o primeiro, o pior ou mais "difícil" álbum deles.

No vídeo que eu postei abaixo, o Mike Patton canta um trecho da música Poker face da Lady Gaga, uma dance music. Ele já fazia isto antes, em Live at the Brixton Academy ele cantava uma parte da música Pump the Jam, um clássico dance do Technotronic.

Lembro que até apelidaram o estilo dance de "poperô" referindo-se à música do Technotronic.

Essa mescla de sons que fazia os críticos elogiarem a banda, como eclética, uma fusão de sons, etc. E a galera em geral gostava também.

Acontece que neste vídeo que eu vi, que me lembra duma fase melhor do Faith no More foi só isso mesmo. No mais o som tá um pastiche progressivo, uma coisa que eu nem sei o que é e que nem me animo de escutar muito. É uma pena, acho que eles tiveram medo do sucesso ou não quiseram fazer algo que pudesse ser comercial demais, uma bobagem pois não era, sei lá, sei que pra mim tá uma titica.

Abaixo uma música da fase boa do FNM (o som tá baixo, mas garanto que o original é bom) e depois uma atual que vi no youtube.

ps: Não achei a que eu tinha assistido na outra semana, aí entendi que eles tocam em seguida a Poker Face uma música (Chinese arithmetic, que nem é das piores) que é da fase ruim. Esperança! Será que me precipitei? Talvez as músicas inéditas sejam melhores!






Agora o Engenheiros.

Pow, eles fizeram dos melhores discos e músicas dos anos 80 e começo dos 90. Os três primeiros álbuns eram uma trilogia. A revolta dos dândis 1 e 2, eram músicas simples e profundas ao mesmo tempo, duca mesmo. Alívio imediato, um ao vivo ótimo e O papa é pop um bom disco conceitual, mas já indo mais pra um lado progressivóide, acho que o Gessinger curte Genesis, Phil Collins, estas coisas.

Bom, como sempre a coisa deu uma desandada depois. Os caras do eixo Rio-São Paulo têm birra com o Humberto Gessinger, chamavam ele de paquita e tal. A verdade é que o Gessinger é muito bom mas tem uma característica de muitos gaúchos: se acham demais. A convivência com o Gessinger é difícil e os integrantes originais saíram da banda e depois muitos outros entraram e saíram.

Para mim o Engenheiros deveriam se chamar atualmente de Gessinger band.

Alguns hits esporádicos e finalmente um acústico MTV anos atrás. Estes acústicos foram responsáveis pela ressurreição ou um "re-sucesso" de bandas como Capital Inicial, IRA! e mesmo dos Titãs que encheram o rabo de dinheiro com o acústico MTV e depois quiseram fazer o mesmo com um álbum subsequente de covers, mas que não emplacou.

Por algum motivo o acústico do Engenheiros não os relançou fortemente na cena, pelo menos não que eu tenha percebido. E o acústico é muito bom, teve até a participação do ex-batéra cantando com o Gessinger uma música muito bacana, o refrão é "...aqueles que virão/ depois de nós.."

Bom mas a que postei abaixo é uma com a filha dele, a Clara Gessinger. Fala sério, a garota é uma princesa e tem uma voz doce demais. O Gessinger está perdoado por todos os defeitos dele só por ter ajudado colocar esta menina no mundo.

Por algum mistério, o ao vivo não emplacou e a Clara Gessinger não apareceu em outros eventos. É uma pena, aquela tal de Malu Magalhães me deu enjoos, eu sou muito mais a funkeira pop Perla. Mas a Clara, pra mim, poderia ser a melhor.

Paciência. Assistam e ouçam esta música super-bacana. Lá, lá, lá , lá , LÁ!