segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Honduras, o menino do MEP da democracia









Acompanhar a política nacional e internacional é mais interessante que assistir qualquer filme de Hollywood ou novela da Globo. Vejam só. É sabido que as esquerdas bolivarianas nutrem desprezo pela democracia representativa e que a estratégia para se perpetuar no poder tem se dado por meio de plebiscitos precedidos de altas doses de assistencialismo e achaque às oposições. Foi assim na Venezuela, Bolívia, Equador, um pequeno flerte no Brasil e, por último, Honduras seguia essa trilha. Seguia.

Manuel Zelaya, amigo recente de Hugo Chávez, foi deposto após suas investidas contra a constituição do país que não permite reeleições e nem plebiscitos em ano eleitoral. O verdadeiro golpista em Honduras era Zelaya e não os que o afastaram do poder. Estes erraram no modus operandi, ao deportá-lo do país a toque de caixa. Zelaya deveria ter sido afastado do cargo e processado.

A despeito disso e de toda pressão internacional, o comportamento dos hondurenhos foi exemplar. Os militares não assumiram o poder, quem conduziu o país foi o líder do Legislativo, o civil Roberto Michelleti, que desde sempre disse que sua missão era conduzir o país ao processo eleitoral em Novembro. Dito e feito. Tivesse o Brasil feito a mesma coisa após a derrubada de Jango em 64, nossa História teria sido diferente e, quiçá, estaríamos melhores.

Ocupou parte do noticiário também o recente artigo “Os filhos do Brasil” (Folha de São Paulo, 27/11/09) de César Benjamin, ex-preso político e ex-integrante do PT. César Benjamin narrou em seu texto sobre uma reunião na campanha presidencial de 1994 na qual Lula descreveu sobre os 31 dias em que ficara preso em 1980 e onde ele tentara subjugar sexualmente um outro preso, ao qual se referiu como “menino do MEP”, por ser integrante de um grupo chamado Movimento pela Emancipação do Proletariado. Para a decepção de Lula, o “menino do MEP” resistiu às suas investidas com socos e cotoveladas.

Eu sabia há muito tempo que o atual chefe do Executivo não é um poço de virtudes, mas chegar a tamanho mau-caratismo me surpreendeu. Lula numa entrevista à revista Playboy em 1979 deu a entender que começou a vida sexual com práticas de zoofilia, algo tosco mas bem menos grave do que o narrado no artigo de César Benjamin.

Escatologias à parte o que fica de lição é isso. Há líderes populares, ou populistas, que almejam chegar ao poder absoluto se proclamando representantes do povo, mas o real desejo deles é fazer com a nação a mesma coisa que Lula queria fazer com “o menino do MEP”.