domingo, 1 de março de 2009

Idéias têm consequências


Sim. Eles sabem quem eu sou, eles me perseguem. Sorrateiramente montam suas rodinhas de conversa por onde passo e, voilá, tecem seus comentários estapafúrdios para eu escutar. Eu, o Joseph McCarthy campo-grandense, estou sendo caçado pelos neocomunas, ou melhor, pelos neobobos.

Estava nos corredores da Universidade Federal, saindo do banco, quando ouvi de um grupo de acadêmicos a seguinte frase: “Vai ser uma apresentação sobre Direitos Humanos numa visão marxista, você se encarrega disso.”.

Deixei os barbudos de lado e entrei no carro, mas aí tive o estalo. Como pode haver Direitos Humanos numa visão marxista? Quem conhece um pouco da vida pessoal de Marx, sabe que lhe faltaram muitas qualidades para chegar ao status de canalha.

Sobre as opiniões do filósofo alemão, bem observou Nélson Rodrigues: “As cartas de Marx mostram que ele era imperialista, colonialista, racista, genocida, que queria a destruição dos povos miseráveis e "sem história", os quais chama de "piolhentos", de "anões", de "suínos" e que não mereciam existir. Esse é o Marx de verdade, não o da nossa fantasia, não o do nosso delírio, mas o sem retoque, o Marx tragicamente autêntico.”

O marxismo é aquela doutrina de luta de classes que no fim tenta validar a violência. Eu posso matar ou ser morto, depende se sou burguês ou proletário. Na prática a doutrina marxista resultou em pilhas de cadáveres, ditaduras e supressão das liberdades individuais.

Gostaria de reencontrar meu antigo professor de História. Ele fazia chacota sobre a frase: “Comunistas comem criancinhas.”, que, segundo ele, foi usada como um ardil para espalhar uma aversão ao comunismo na população simples e ignara do país em meados da década de 60. E eu concordava com ele.

Só recentemente fiquei sabendo que a barbárie nos países da cortina de ferro foi tanta, que pessoas foram levadas ao canibalismo para não morrer de fome. Pesquisem na Internet. “O Livro Negro do Comunismo” de Stéphane Courtois e outros, e “A ilha dos Canibais” de Nicolas Werth são algumas obras impressas sobre o tema.

Para se ter uma idéia, a tragédia de Holodomor na Ucrânia matou mais pessoas do que o Holocausto judeu. Nessa dantesca fome gerada pelos comunistas, também houveram relatos de canibalismo.

Eu não me abstenho de afirmar que Marx teve responsabilidade nisso. Suas idéias eram erradas já na época e sua engenharia social somente poderia gerar o caos. Foi o que aconteceu.

Pergunto novamente: Há algum Direito Humano nisso?

Indignado, saí do carro. Iria questionar sobre essa aula-palestra que o acadêmico (ou professor, não sei) estava mencionando. Passei perto do grupo, mas não tive coragem de abordá-los. Um pouco de vergonha pela exposição, mas mais por pensar que no fim poderia se descambar para aquelas discussões infrutíferas e que apenas tentariam me desqualificar como burguês-reacionário-direitista, ou qualquer coisa parecida.

Voltei para o carro. Para me aliviar, pensei que se aqueles caras estivessem num filme da sessão da tarde seriam os loosers, e pouca atenção seria dada a eles. A tal aula ficaria perdida em alguma sala obscura da UFMS e não havia risco de (mais) um derramamento de sangue em nome de “Um outro mundo é possível.”.

Lembrei também dos líderes do Khmer Vermelho que tiveram aulas com professores marxistas em Paris e puseram em prática tais idéias no Camboja. Resultado: extermínio de 25% da população daquele país.

Aqui no Brasil o marxismo parece que resultou numa legislação trabalhista paternalista (a despeito de ter sido importada da Itália de Mussolini), um Judiciário que via de regra é parcial ao laboral, e uma falta de consciência e responsabilidade sobre deveres e direitos entre empregadores e empregados. Ou seja, atrasa, mas ao menos não mata.

Nem sei por que ainda me aborreço tanto. Já combinei comigo mesmo que os grandes problemas que enfrentamos são pela corrupção geral e ineficiência pessoal. Deve ser pela ideologia enganosa e pelo número de mortos que ainda tenho pinimbas quando ouço algo semelhante ao marxismo.

Pelo menos entendi porque uma parte do pessoal do Direitos Humanos (DH) muitas vezes podem ser confundidos com Direitos dos Terroristas, Direitos dos Bandidos e Assassinos, e por aí vai.

Tempos atrás vi na TV um representante do DH colocando em pé de igualdade as prisões colombianas que trancafiavam os narcoguerrilheiros das FARC, com as prisões na selva onde ficam as pessoas seqüestradas pelas FARC. Comparação absurda. Ingrid Betancourt que o diga.

Infelizmente algumas idéias anacrônicas ainda prosperam na Academia. Apesar de menores do que no passado, elas ainda podem gerar alguns efeitos deletérios. Mas sou otimista, elas serão substituídas, mesmo eu planejando passar mais longe de algumas rodas de conversa.