segunda-feira, 9 de março de 2009

Sobre o que não escrevi

Foram assuntos aos quais não abordei diretamente, e que acho que devia tê-lo feito. Ainda bem que teve quem o fez.

O primeiro é sobre o filme Terra Vermelha, que foi rodado em Dourados - MS. Assisti juntamente com o Fernando Sampaio, como não pude escrever nada melhor do que ele mesmo escreveu, então vai o texto dele.

O segundo assunto é sobre o assassinato de um jovem fazendeiro no norte do país. Incrivelmente saiu primeiro na mídia internacional do que aqui. Por que será? É algum pecado atribuir crimes aos "bons selvagens"?

Vai de novo o Fernando Sampaio.

Terra Vermelha

...No entanto, o que parece ser um discurso a favor da demarcação de terras indígenas como propõem a FUNAI e alguns antropólogos de miolo mole metidos a Rousseau, mostra na verdade o beco sem saída em que a política indigenista se encontra hoje.Os índios já sabem o que é civilização, querem celulares, tênis, motos, um freezer.

No filme, os jovens índios que tentam caçar para comer, só acabam caçando mesmo é um boi do fazendeiro.A vida idílica de caça e pesca na floresta só existe mesmo na cabeça dos já supra citados antropólogos de miolo mole. É impossível isolar os índios em reservas imensas como se estivessem em um zoológico para gringos tirarem fotos. A única saída que eles tem dali é o suicídio.

O maior mal dos índios hoje é a falta de perspectivas. E o que dá perspectiva ao caboclo brasileiro é, como diz aquela música, numa mão educação, na outra dinheiro.A FUNAI deveria se preocupar em dar educação àqueles que ela pretende proteger em vez de se preocupar em demarcar mais terras do que os índios já tem.E os índios deveriam aprender como usar suas terras para produzir riqueza.

Embora crucificado pelos indigenistas e ambientalistas, o agronegócio é a força motriz da economia do interior do Mato Grosso do Sul e mesmo do interior do Brasil. E, como provou Cláudio Moura e Castro em sua coluna na VEJA, educação e agronegócio andam juntos onde quer que se olhe neste país.Os índios não querem?Bem eles não tem muita escolha ao menos que o resto da população brasileira decida embarcar nas caravelas de volta ao velho continente.

Os índios podem hoje escolher entre se integrar à vida social e econômica do país ou ao suicídio na floresta. Eu acho a primeira alternativa melhor. Pode parecer que não, mas os humanistas como Bechis e a FUNAI acham a segunda alternativa melhor.

http://deslumieres.blogspot.com/2008/12/terra-vermelha.html


Os bons canibais

Quatro índios Kulina conhecidos como Gracinho, Messias, Tucumã e Macaquinho mataram, esquartejaram e comeram parte das vísceras do fazendeiro Océlio Alves de Carvalho de 21 anos, com quem tinham reconhecidamente boas relações.

A história saiu na CNN antes de ser conhecida por aqui, vá saber a razão.

Agora os meigos e bons selvagens fugiram para o mato, e pela legislação a PM e a Polícia Civil não podem entrar na aldeia para investigar nada. Ou seja, nada vai acontecer com os criminosos.

Ah, não pode chamar de criminoso. Algum antropólogo desses que defendem os povos da floresta provavelmente dirá que é parte da cultura lá deles que precisa ser respeitada. Afinal Hans Staden já descrevia canibais no Brasil lá pelo século XVI...

O fato é que há territórios no Brasil onde nosso Estado não vale nada. Agora quem mora ali naquelas bandas se pergunta: quem poderá nos defender? O Chapolin Colorado?

Seja nas favelas cariocas, nas reservas indígenas ou nos assentamentos do MST, o que acontece lá dentro só Deus sabe. E criminosos, senhores absolutos de seus territórios e autores das próprias leis são protegidos pela ausência do Estado, e pela conivência de ONG's e movimentos sociais.

http://deslumieres.blogspot.com/2009/02/os-bons-canibais.html