domingo, 1 de março de 2009

Viva Cuba Libre!


*Escrevi este artigo há quase dois anos atrás, mas ele não foi publicado, pois o ministro da (In)Justiça, Tarso Genro, agiu como capitão-do-mato e rapidamente deportou os dois boxeadores de volta para ilha. Finalmente, nesta última semana, Guillermo Rigondeaux conseguiu fugir novamente, Lara já havia feito isso no ano passado.
Os inimigos da Liberdade podem usar de seus ardis, mas eles não irão prosperar.
Parabéns Lara! Parabéns Rigondeaux!

No Pan-americano do Rio de Janeiro em 2007 o Brasil teve seu melhor desempenho na história da competição, mas mesmo assim ainda ficou atrás de Cuba na disputa pelo segundo lugar no quadro de medalhas. Porém para três atletas e um treinador cubanos aquele Pan-americano, mesmo sem terem competido nem recebido medalhas, representa talvez a maior conquista de suas vidas até hoje.

Foram quatro cubanos que literalmente fugiram da delegação e não devem voltar para ilha-presídio do Caribe. Para muitos leigos tal fato pode passar despercebido e apenas significar que a vida em Cuba está difícil, mas para quem tem mais informações acerca de lá, isto remete aos tristes anos da Guerra Fria e nos traz mais inconformidade em ainda haver no Brasil quem defenda e admire o governo e a ditadura de Fidel Castro.

Tal fato não é novo, no concernente a Cuba teve início no Pan-americano de 1971 em Cáli, na Colômbia. Torna-se menos surpreendente ainda quando nos lembramos dos casos dos atletas dos antigos países comunistas que também fugiam de suas “Repúblicas Populares”. Houveram fugas da Alemanha Oriental, China e a mais notória foi a da ginasta romena Nadia Comaneci.

A novidade desse episódio no Rio de Janeiro foi a saída às pressas da maior parte da delegação cubana, em virtude de boatos de que haveria deserção em massa. A equipe de vôlei nem foi receber a medalha de bronze. Vaias para Fidel.

Os atletas cubanos são parte especial do povo sofrido e miserável. Todo país comunista sempre investiu muito no esporte, como vitrine internacional do regime, como propaganda enganosa da situação interna. A Alemanha Oriental sempre esteve na frente da Alemanha Ocidental em conquistas esportivas, mas o Muro de Berlim foi construído para impedir que os habitantes do lado comunista migrassem em peso para o lado capitalista.

Fidel já lançou mão dos seus bodes expiatórios para justificar as deserções. Segundo ele há uma máfia alemã que alicia a deserção de atletas cubanos. Da próxima vez que eu ouvir Kaká e Ronaldinho negociarem seus contratos irei protestar dizendo que eles estão sendo aliciados, forçados a ficarem fora do país. O velho comandante acha que é proprietário dos cidadãos cubanos. O pior é que ele praticamente consegue ser mesmo.

O maior bode expiatório de Fidel é o chamado embargo norte-americano, no qual o único país do mundo que não pratica comércio com Cuba são os EUA; é mentira que outros países não possam comercializar com a ilha.

Mas não era ele que denunciava o imperialismo dos EUA? Então comercializar com aquele país é sinônimo de ser explorado, e quando os EUA decidem não ter relações comerciais com a ilha do ditador que promoveu expropriações em massa, também são culpados pelo colapso econômico comunista? Bom senso não faz parte do vocabulário de Fidel Castro e seus asseclas.

Alguns defensores do regime fidelista citam avanços em Educação e Saúde. Não me delongarei sobre o tema, mas digo que tanto numa quanto noutra área a situação é altamente questionável.

O índice de analfabetismo é reduzidíssimo, mas cada cubano tem que sobreviver com aproximadamente 15 dólares por mês. São os letrados miseráveis. Como conseqüência a prostituição campeia em massa, as gineteiras procuram os dólares dos turistas. Na verdade a Educação é usada como uma forma de doutrinação, a censura é geral e divulgam-se apenas informações favoráveis ao governo.

O sistema público de saúde é uma falácia. Há um satisfatório para os membros do partido, onde Michael Moore levou cidadãos norte-americanos no seu último documentário, e outro sofrível para a população cubana em geral.

Há muito o que se falar de Cuba, mas para os que preferirem algumas informações mais rápidas e acessíveis, além da Internet, o filme Cidade Perdida, protagonizado e dirigido por Andy Garcia (ele mesmo um exilado cubano), podem colaborar para isso.

Para os pugilistas Guillermo Rigondeaux, Erislandy Lara, o jogador de handebol Rafael D'Acosta e o técnico de ginástica artística Lázaro Lamelas, desejo uma excelente vida nova. Com oportunidades e a liberdade de optar pelo que considerarem o melhor caminho.

Em vocês mantém-se a esperança de dias melhores, e juntos gritamos:

VIVA CUBA LIBRE!