segunda-feira, 9 de novembro de 2009

20 anos da queda II - O preço da Liberdade é a eterna vigilância



Se engana quem pensa que a queda do muro de Berlim representa algo somente para os alemães ou para o povo do leste europeu. A queda do muro de Berlim representa a vitória da Humanidade sobre a opressão, sobre a escravidão mais atroz que já foi presenciada no planeta. Uma escravidão ardilosa que a princípio se dizia pelos fracos e oprimidos, que prometia um novo mundo, um novo homem, um paraíso na Terra.


As repúblicas comunistas se intitulavam "democráticas e populares". Nem uma coisa nem outra. A ignorância brasileira permite que tenhamos até um partido cujo nome é PC do B. Não haveria nada de errado em se fundar um partido nacional-socialista, ou nazista, afinal de contas os nazistas mataram bem menos do que os comunistas. É pela ignorância que um pagodeiro e uma bandeirinha de futebol integram este partido. É cômico, mas não deixa se ser um tanto trágico.

Siglas partidárias à parte, a queda do muro representa a vitória parcial - sim, parcial - da democracia, da economia de mercado, da propriedade privada e da liberdade; contudo as viúvas do muro continuam a empunhar suas bandeirolas, dissimuladamente, mas continuam.

A esquerda insiste em alardear nossos males, mas vendendo falsos remédios para eles. Estão presentes em movimentos indigenistas que pregam o ódio irrestrito aos proprietários rurais, açulando confrontos, atiçando conflitos. Buscam, como sempre, um cadáver para servir de mártir da causa.

Os bolivarianos entre nós buscam o que foi perdido no leste europeu. Para eles não bastam as mais de 100 milhões de mortes do comunismo. Eles tentam requentar o velho prato podre da bazófia socialista, célere em dividir, mas falha em produzir. E ai de quem for contra eles, os monopolistas da virtude.

Voltando às nomenclaturas; também temos por aqui nossas inversões dos sentidos das palavras. O ministério do Desenvolvimento Agrário, deveria se chamar Ministério do Subdesenvolvimento Agrário, haja visto a equivocada reforma agrária que ao insistir num modelo de produção obsoleto e inviável, só faz produzir mais pobreza no campo e de quebra também na cidade que tem que arcar com os impostos que financiam tal devaneio.

O Ministério da Igualdade Racial, deveria se chamar ministério da Desigualdade Racial, ou do Preconceito Invertido, como queiram. As entidades de Direitos Humanos, muitas vezes se parecem com Direitos dos Desumanos, ou Direitos dos Bandidos, nunca das vítimas.

Não posso deixar de me lembrar de George Orwell, que no seu magnífico "1984", anteviu ou diagnosticou este método de inversão da realidade que ocorre nos governos socialistas:

"O Ministério da Paz cuida dos assuntos de Guerra; o Ministério da Verdade trata das mentiras; o Ministério do Amor pratica tortura; e o Ministério da Pujança lida com a escassez de alimentos."

Nossos intelectuais, também com honrosas exceções, poderiam se chamar de pseudo-intelectuais. Recentemente assinaram um abaixo-assinado contra a CPI do MST. Disseram que se tratava de algo que seria contra o povo brasileiro. Mais uma inversão. Contra o povo é esta escorchante reforma agrária que já distribuiu área equivalente a três estados de São Paulo e cujas pessoas agraciadas com a terra mal conseguem sobreviver dela, apresentando baixíssimos índices de produtividade. O sistema é falho, simples assim.

Quem paga no final este custo da reforma agrária? O povo, oras, os pagadores de impostos indiretos, via aumento do custo de vida embutido nos produtos.

Não por acaso, bem pouco antes da derrocada comunista, vários intelectuais ocidentais apregoavam a superioridade do planejamento centralizado soviético. Nada mais falso, nada mais invertido.

Não se enganem com mercadores de ilusão ou bem-intencionados que nada mais são do que humanistas genocidas.

De toda forma hoje é um dia a se lembrar e comemorar, sem deixar de saber que o preço da Liberdade é a eterna vigilância.


Foto abaixo: A liberdade acima da autoridade fardada. Até o guarda da fronteira é um ser oprimido.Conrad Schurmann não resiste e foge no dia 15 de agosto de 1961, pulando a cerca divisória da cidade. Encontra a liberdade.