sábado, 17 de janeiro de 2009

O ministro e o terrorista


A quem causa espanto a recente atitude do ministro da Justiça, o sr. Tarso Genro? Para quem não sabe, Genro concedeu asilo político a Cesare Battisti, que foi condenado a prisão perpétua na Itália pela morte de 4 pessoas. Ex-integrante de um grupo de esquerda, os Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), Battisti fugiu do seu país após seus crimes.

No Brasil, o italiano está ganhando o status de refugiado político. Engana-se quem pensa que Battisti partiu para alguma luta armada contra uma ditadura no seu país. Nada disso. A Itália era uma democracia consolidada nos anos 70 e Battisti tinha como sonho a ditadura comunista, eufemisticamente chamada de ditadura do proletariado.

Leninista convicto, Tarso Genro tem afinidades ideológicas com o italiano. Afinal foi Lênin que disse a frase: “Os fins justificam os meios.” Para eles, pode-se matar desde que seja pela “causa”.

Interessante lembrar como foi a atitude de Tarso Genro no caso dos dois boxeadores cubanos que fugiram no Pan americano do Rio de Janeiro de 2007. Genro agiu como capitão-do-mato e deportou os dois cubanos em tempo recorde para Cuba. Alegou que os dois queriam voltar imediatamente, pois estavam com saudades da família. Posteriormente um dos pugilistas conseguiu fugir para Alemanha.

Falavam que Cuba era o quintal dos EUA. Pois hoje ela é a senzala dos irmãos Castro, que são recebidos com todas as honras no Brasil.

Genro também quer rever a lei da Anistia. Para ele é insuportável ver os militares que impediram que transformassem o país numa sucursal da extinta URSS ainda estejam livres por aí. A bolsa-ditadura já custa alguns bilhões ao contribuinte, mas isso não é suficiente para nossos bolcheviques frustrados.

Ah sim, quantos aos crimes cometidos pelos ex-combatentes da ditadura nada se diz. Li recentemente no blog do Gustavo Bezerra o relato de um ex-militante que contou como fizeram um “justiçamento” por estarem desconfiados da traição de um integrante do PCB. Após o assassinato eles derreteram o corpo da vítima numa banheira com ácido. A confissão está na página 73 do livro “Memórias de um Stalinista” de Hércules Côrrea, falecido no ano passado. Repugnante.

Battisti está bastante contente, diz que vai voltar a escrever. Provavelmente ele até será chamado pra dar aulas em alguma Universidade, onde poderá fazer suas críticas ao capitalismo, às elites, etc, as velhas ladainhas que os alunos de Humanas estão submetidos há décadas.

O presidente Lula em sua visita a Corumbá declarou que não será um episódio como esse que vai gerar animosidade na relação do Brasil com a Itália. Mas na Itália, o subsecretário de Estado do Interior, Alfredo Mantovano, declarou que a decisão brasileira é "grave e ofensiva", e que "O governo italiano não pode aceitá-la. Em particular, por respeito às vítimas e a seus familiares.”.

Francisco Antonio Cadenas Collazzos, o “Padre Medina”, líder das FARC, obteve a condição de refugiado em 2006 no Brasil. O governo da Colômbia desejava sua extradição, mas o governo petista nunca faria isso com um integrante de um grupo narcoguerrilheiro e que fez parte do Foro de São Paulo ao lado do PT.
Assim age o governo petista. Cospe nas Democracias e estende a mão aos terroristas. Mas vejam bem, são terroristas humanistas, perseguidos políticos, que não compactuaram com a Democracia e as Leis do país de origem.

Sabendo disso e de quem é Tarso Genro, não me surpreendo por Cesare Battisti estar sendo tão protegido pelo poder público. Aliás, se estivessem vivos Stálin, Mao Tse-tung, Pol Pot ou qualquer outro ditador que matou milhões de pessoas por nobres causas humanistas, utilizando o bordão “Um outro mundo é possível!”, com certeza seria bem acolhido pelo nosso ministro da Justiça.