segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Como agem os mentirosos

Ah sim, eles não podiam deixar de falar esta. Os militantes, demarcadores, ou sei lá que nome dar a eles querem contra-argumentar de que as reservas indígenas não trarão prejuízos à produção rural e à Economia do estado. Citam como exemplo o estado do Mato Grosso que tem quase 20% da área constituída de reserva indígena e que produz mais grãos que o Mato Grosso do Sul.

Tão simples, tão claro de demonstrar que isto é uma idiotice, mas não ouvi nenhum representante rural responder esta bazófia, ou “entortamento” da realidade. Se eles não fazem, faço eu.

Mato Grosso do Sul tem 357 mil km2, algo como 35, 7 milhões de hectares. Mato Grosso possui 903 mil km2, ou 90 milhões de hectares. Cerca de 20% de Mato Grosso é área indígena, ou seja, 180 mil km2 ou 18 milhões de hectares. De forma que restam no estado 720 mil km2 ou 72 milhões de hectares.

Então observamos que Mato Grosso do Sul possui área total de 357 mil km 2 e Mato Grosso possui, descontando a área de reserva indígena, 720 mil km 2, ou seja, mais do que o dobro. É por esta razão que quando se pegam os números absolutos, Mato Grosso possui produção de grãos maior que o Mato Grosso do Sul. Sem falar que a maior parte do Pantanal, área inviável para produção de grãos, está no Mato Grosso do Sul.

Se dividirem o Mato Grosso na sua área que é produtiva e na área que é reserva indígena, aí sim teria-se o retrato fiel do que cada um representa em termos de renda gerada. Sem sombra de dúvida a pujança da produção do Mato Grosso é devida aos 80% da área que não se constitui como reserva indígena. Observamos então como os militantes usam dados de produção que existem graças à produtores contra...produtores!

O total da população indígena brasileira é díspare, mas fica entre 350 a 700 mil pessoas, a depender da fonte. A área indígena no Brasil é de cerca de 110 mil km 2. Ou seja, eles são entre 0,2 a 0,4% da população e detém cerca de 12,5% do território nacional.

Vamos à algumas perguntas e respostas básicas:
Os indígenas daqui têm menos terra do que os do norte do país? Sim, tem.
Por quê? Porque não lutaram na guerra do Paraguai e ficaram preteridos na posse da terra, se dependesse dos seus ancestrais aqui nem seria Brasil.

De toda forma se deram melhor do que os índios de outras regiões que foram colonizadas anteriormente. Estes tiveram que se mudar totalmente da região onde se encontravam ou se integrar de vez na sociedade não-índia.

Quando os militantes dizem que os índios daqui têm problemas pela falta de terra, ora, seria muito simples, bastaria realocá-los para outras áreas indígenas do país. Muitas dessas áreas são inabitadas na verdade. E se seguirmos a lógica deles, estas terras aqui não se prestam mais para a manutenção indígena, pois já não se constituem mais de matas e sim de lavouras e pastagens.

Os índios não enfrentam problemas por falta de terras, mas por falta de uma integração harmoniosa na sociedade. São problemas de emprego e renda, problemas comuns às camadas pobres da nossa sociedade. Os suicídios como eu já disse, tem um fundamento moral, oriundos de uma baixo-estima.

Pior quando dizem que há um etnocídio em curso. Ou seja os militantes não querem que os indígenas se integrem, eles são adeptos de um regime de apartheid social. Eu, como já exemplifiquei uma vez, devo ter cometido então um luso-etnocídio. Os nipo-descendentes que não falarem japonês ou mantiverem as vestimentas dos ancestrais são responsáveis por um nipo-etnocídio. Casamento interracial (se é que existem raças) então nem pensar.

Os militantes, no teor do seu pensamento, se aproximam da eugenia, um dos pilares do nazismo. Curiosamente também seguem a máxima de Goebbels que disse “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. Aqui não!