segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O que aconteceu com o tigre celta?


Escrevi um artigo tempos atrás, intitulado "A revolução liberal", lá discorri sobre os países que Cristovam Buarque citava como exemplo e que também eram comentados pelos autores de "A volta do idiota". Pois bem, a Irlanda do Norte, hoje em crise, despontava como uma revelação nos índices sócio-econômicos, mas eis que, agora, ela está envolta em uma grande crise.

Como não sou economista, tive que esperar minhas fontes se pronunciarem. Estão abaixo um texto do Mises Institute e outro do Constantino. Espero que sejam elucidativos.


Durante os anos de bonança, os bancos auferiram enormes lucros em decorrência do privilégio de poderem expandir o crédito através de suas reservas fracionárias, além de contarem com o implícito apoio do governo, que garantia socorro em caso de problemas. Como resultado da expansão do crédito, uma bolha imobiliária irlandesa foi criada. E seu subsequente estouro provocou substanciais prejuízos e até mesmo a insolvência de vários bancos irlandeses.

Ao passo que os lucros bancários durante a bonança eram privados, seus prejuízos foram socializados no dia 30 de setembro de 2008, quando o governo irlandês deu garantias a todos os passivos bancários. Agora no final de 2010, a Irlanda injetou aproximadamente 50 bilhões de euros em seu sistema bancário. Os problemas irlandeses foram criados não por um excessivo estado assistencialista, mas sim pela socialização dos prejuízos de um privilegiado sistema bancário.

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=841



O caso irlandês mostra, uma vez mais, como é perigoso um sistema bancário com possibilidade de expansão creditícia quase ilimitada, garantida pelo "emprestador de última instância", o banco central. Os economistas da Escola Austríaca, com isso em mente, se dividem em dois grupos: aqueles que defendem a desestatização da moeda, ou seja, um livre mercado para a emissão de moeda privada, fugindo assim do monopólio do governo no setor; e os que pregam um retorno ao padrão ouro, obrigando os bancos a emprestar somente de acordo com a poupança efetiva depositada em seus cofres.


http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2010_12_01_archive.html